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Acordo de livre-comércio entre Mercosul e bloco de países europeus avança

As tratativas para viabilizar o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a EFTA, bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, ganharam tração nas últimas semanas.

Ainda há nós a desatar, como o jogo duro da indústria farmacêutica suíça, mas participantes das negociações acreditam que o trato pode ser assinado até ou durante a Cúpula do G20 no Rio, em novembro — se houver alguma flexibilidade dos dois lados.

O chanceler Mauro Vieira tratou do assunto durante viagem à Suíça, no último dia 30 de abril. Convidada a participar da reunião do G20 no Brasil, a Noruega também está esperançosa para o acordo — principalmente para aumentar a exportação do seu famoso salmão.

Com um PIB de 1,1 trilhão de dólares e uma população de 14,3 milhões de pessoas, a European Free Trade Association é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços.

Fonte: Veja
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 28/05/2024

Importações de aço registra 242,3 mil toneladas em abril, diz Inda

As compras do mês de março registraram alta de 13,4% perante a março, com volume total de 345,7 mil toneladas contra 304,9 mil. Frente a abril do ano passado (318 mil toneladas.), apresentou alta de 8,7%, dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no dia 23 de maio (quinta-feira).

Vendas — As vendas de aços planos em abril contabilizaram alta de 7,2% quando comparada a março, atingindo o montante de 332,1 mil toneladas contra 309,8 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 301,1 mil toneladas, registrou alta de 10,3%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de março obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 916,7 mil toneladas contra 903 mil. O giro de estoque fechou em 2,8 meses.

Importações: (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro-Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume) — As importações encerraram o mês de abril com queda de 2,7% em relação ao mês anterior, com volume total de 242,3 mil toneladas contra 249,1 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (161,0 mil toneladas), as importações registraram alta de 50,5%.

Projeções — Para maio de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 3,5% em relação a abril — conclui o presidente Executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro.

Fonte: Portal Fator
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/05/2024

Agricultura 4.0 marca “nova era”

A agricultura tradicional, caracterizada pela intuição e trabalho manual, deu lugar ao Agronegócio 4.0, marcando uma nova era na qual tecnologias digitais são integradas em todas as fases, desde o planejamento até a comercialização. Essa mudança impulsiona a produção por meio de dados e tecnologia, resultando em maior eficiência, sustentabilidade e competitividade.

Além disso,segundo Rodrigo Ribeiro, Sales Director, da NTT DATA, ela traz benefícios econômicos e sociais, como aumento da produtividade, criação de empregos qualificados e redução do impacto ambiental. A coleta e análise de dados são fundamentais nesse processo, com sensores, drones e máquinas agrícolas gerando informações sobre solo, clima, saúde das plantas e operações, fornecendo insights cruciais para decisões mais precisas e eficientes.

Softwares e plataformas digitais integram dados agrícolas, criando painéis de controle com informações em tempo real sobre a lavoura, permitindo monitoramento preciso da produção e análise preditiva para prever problemas. A conectividade em tempo real facilita a tomada de decisões. No entanto, desafios como infraestrutura inadequada afetam o transporte eficiente dos produtos agrícolas em um país de grandes dimensões. Investimentos públicos têm gerado resultados positivos, mas mais é necessário para atender à crescente demanda de exportação.

Com a transição para o Agronegócio 4.0, onde tecnologias digitais são integradas em todas as etapas da produção agrícola, a logística intermodal eficiente torna-se essencial. A coleta e análise de dados são fundamentais, proporcionando insights valiosos para decisões precisas. Essa revolução digital não só aumenta a produtividade e a sustentabilidade, mas também redefine a operação do setor, preparando o cenário para uma logística mais ágil e competitiva. A adoção dessas tecnologias traz benefícios como aumento da produtividade, sustentabilidade e redução de custos, contribuindo para uma produção de maior qualidade.

Fonte: Agrolink
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 28/05/2024

 

Brasil e Estados Unidos: 200 anos, novos horizontes

Por Marcelo Marangon e Abrão Neto

Neste mês, celebramos 200 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos. Em 26 de maio de 1824, o então presidente norte-americano James Monroe reconhecia de forma pioneira a independência brasileira, dando início a uma parceria próspera e duradoura.

Ao longo dos dois últimos séculos, as duas jovens nações se tornaram as maiores democracias e economias das Américas. Ao mesmo tempo, a relação entre elas se fortaleceu, oferecendo um terreno generoso para avanços mútuos em áreas como cultura, educação, ciência e meio ambiente. Uma verdadeira relação ganha-ganha.

Mas foram os interesses econômicos e comerciais que, desde o início e com maior intensidade, impulsionaram a aproximação bilateral. Como resultado, os Estados Unidos se tornaram o principal parceiro econômico do Brasil, considerado o conjunto das trocas em investimentos, bens e serviços.

A atração pelo mercado brasileiro levou centenas de empresas norte-americanas a se instalarem no país, com contribuição decisiva para o seu desenvolvimento econômico. A criação da Amcham Brasil, em 1919, reflete bem esse movimento. Desejosos de fomentar os laços bilaterais, empresas dos dois lados, entre elas o Citi, decidiram fundar aquela que se tornaria a maior Câmara Americana de Comércio do mundo, fora dos Estados Unidos, e a maior entidade multissetorial do Brasil.

Esse intenso fluxo empresarial fez dos Estados Unidos o país com o maior estoque de investimentos estrangeiros no Brasil, totalizando US$ 167 bilhões, segundo o Banco Central. Para cada quatro dólares investidos no Brasil a partir do exterior, aproximadamente um dólar vem dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos também são o principal destino para investimentos brasileiros. Seja pelo tamanho da economia ou facilidade de realizar negócios, as empresas brasileiras buscam o mercado norte-americano como vetor para internacionalizar os seus negócios, produzindo casos de sucesso nos setores de alimentos, moda, finanças, siderúrgico, tecnologia da informação etc.

No comércio de bens, a qualidade das trocas com os Estados Unidos não encontra paralelo no comércio exterior brasileiro, tanto sob a ótica da diversificação como da agregação de valor. Os Estados Unidos são o destino principal para as vendas externas de produtos industriais do Brasil e respondem por cerca de metade de suas exportações mundiais de bens de alta tecnologia.

Em serviços, o mercado norte-americano é o maior destino de vendas e origem de compras do Brasil, representando cerca de 40% de sua corrente de comércio. Predominam, nessas transações, setores sofisticados, como serviços financeiros, tecnologia da informação, manutenção de aeronaves e pesquisa e desenvolvimento.

Por detrás do comércio, não custa lembrar, estão as pessoas. De acordo com o governo norte-americano, as exportações dos Estados Unidos para o Brasil sustentam quase 130 mil empregos naquele país ao passo que as vendas brasileiras para os Estados Unidos mobilizam mais de meio milhão de empregos no Brasil.

Vale destacar, ainda, o rico histórico de cooperação bilateral. Como exemplo, a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do setor siderúrgico brasileiro bem como as origens do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Eletrobras e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) são fruto da colaboração entre os governos e entidades de ambos os países.

O marco dos 200 anos nos oferece muitos motivos para celebrar. Mas, sobretudo, nos convida a olhar para frente, com ambição e pragmatismo. O mundo passa por um momento crítico, com desafios sem precedentes, favorecendo uma maior aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos.

Ambos os países são cruciais para viabilizar a transição para uma economia de baixo carbono e combater as mudanças climáticas. Brasil e Estados Unidos conduzem um diálogo bilateral promissor em energia limpa e, no ano passado, capitanearam a criação da Aliança Global para Biocombustíveis. O lançamento de uma parceria bilateral sobre energia limpa, incluindo iniciativas sobre combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), hidrogênio limpo e outras fontes renováveis, traria fôlego novo para a relação e serviria como um sinal firme para a atuação de investidores.

Ainda no campo ambiental, os dois países poderiam aprofundar a cooperação sobre financiamento sustentável, em apoio ao Plano de Transformação Ecológica do Brasil e na esteira da recente abertura, em São Paulo, do escritório do Development Finance Corporation (DFC), agência norte-americana de apoio ao desenvolvimento. A presidência brasileira do G20 e a realização da COP30 em Belém do Pará abrem janelas valiosas para produzir novos compromissos nessa área.

Os planos de neoindustrialização e a ambição de agregar maior valor nas exportações do Brasil também passam pela intensificação do comércio e dos investimentos com os Estados Unidos. No ano passado, as exportações brasileiras de bens industriais para aquele país, como aeronaves, aço, máquinas e equipamentos, bateram o recorde de US$ 29,9 bilhões, superando a União Europeia e o Mercosul - um lembrete poderoso do papel que os Estados Unidos têm a desempenhar nesse esforço.

No contexto atual de busca por resiliência na produção e por segurança alimentar e energética, os valores compartilhados por Brasil e Estados Unidos os tornam parceiros confiáveis para a diversificação de suas cadeias de fornecimento. A celebração de um entendimento bilateral para identificar oportunidades em setores como minerais críticos, baterias, semicondutores, saúde e fertilizantes atenderia aos interesses dos dois países. Esforços para reduzir a bitributação e outras barreiras ao comércio e aos investimentos, também.

A parceria e a amizade entre o Brasil e os Estados Unidos ao longo dos últimos 200 anos produziram conquistas econômicas e sociais valiosas para ambos os países. Inspirados por esse legado, é hora de mirar o futuro com ousadia e senso de oportunidade de forma a abrir novos horizontes. Um desafio à altura das duas nações.


*Marcelo Marangon é presidente do Citi Brasil e do Conselho da Amcham Brasil.
*Abrão Neto é CEO da Amcham Brasil.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 27/05/2024

 

Governo estende antidumping para mais dois tipos de laminados de aço

O governo brasileiro decidiu estender medidas antidumping para mais dois tipos de aço. A sobretaxa para esses produtos, de US$ 629,44 por tonelada, foi aplicada originalmente em 2013 e prorrogada em 2019. A partir da prorrogação, no entanto, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex-MDIC) constatou o uso de artifícios para burlar a medida: importadores passaram a comprar tipos diferentes de laminados, com pequenas alterações do nível de cromo e níquel presentes nas ligas do aço, mas que na prática se caracterizam como sendo o mesmo produto sobretaxado.

“O governo brasileiro está atento a possíveis manobras que possam prejudicar nossa defesa de comércio”, afirma o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. “Temos de defender e sobretudo fortalecer a indústria do aço, tão relevante para nossa economia.”

A investigação da Secex durou seis meses e constatou que as importações dos aços modificados ocorreram somente com o objetivo de frustrar a eficácia da medida antidumping que estava em vigor, segundo relata a diretora do Departamento de Defesa Comercial (Decom), Rafaela Noman.

“As importações dessa variedade, quase inexistentes antes da aplicação do antidumping, subiram 500% nos últimos anos”, diz Rafaela Noman.

Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, explica que o governo utilizou a legislação de combate à chamada circunvenção para aplicar também a esse ‘novo aço’ o antidumping existente. “A ação garante a eficácia das medidas aplicadas para proteger a indústria nacional do comércio desleal”, conclui.

Fonte: IPESI
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/05/2024

Taxação da UE retira aço brasileiro da lista de mais sustentáveis do mundo

O Brasil exporta para a União Europa o aço não europeu mais sustentável do mundo, de acordo com um estudo do Banco Mundial entregue à Folha.

Mas o país não terá vantagens na exportação do produto quando os europeus colocarem em efetivação o Cbam, a taxação de produtos importados com base nas emissões de CO2.

De acordo com o estudo, que considera dados de 18 países, o aço brasileiro exportado para a União Europeia emite 0,14 quilo de CO2 equivalente por dólar. O cálculo considera a matriz elétrica utilizada pela indústria, o chamado escopo 2 de emissões. O país só está atrás da Áustria, país da UE que emite 0,12 kg CO2/US$.

O Cbam, porém, considera apenas as emissões de CO2 oriundas de operações de dentro da fábrica, eliminando, portanto, a origem da eletricidade usada na indústria.

Nesse caso, o aço brasileiro, segundo o Banco Mundial, emite 0,37 kg CO2/US$, atrás de dez países, o que impacta a exposição do produto brasileiro à taxação europeia.

A base de dados utilizada para a comparação é de 2019.

"A maior parte das emissões [da produção de aço] vem do escopo 1. A a UE diz que até 50% das emissões seriam cobertas com as regulações atuais. Além disso, pouquíssimas empresas são hoje capazes de prover essa informação, até mesmo na UE, então ir para o escopo 2 seria ainda mais complicado, porque você teria que descobrir de onde vem a eletricidade que está sendo usada", diz Maryla Maliszewska, uma das autoras do estudo do Banco Mundial, ao tentar explicar a decisão dos europeus.

O Cbam visa cobrar do aço estrangeiro o mesmo que é exigido do aço europeu no mercado de carbono da UE. A medida, porém, é carimbada como medida protecionista por parte da comunidade global.

"Tem algumas incertezas em relação à regra, mas o fato é que qualquer empresa que exporta para a Europa produtos de aço vai ser impactada", diz Bruna Dias, gerente da Strategy&, do grupo PwC.

Na plataforma criada pelo Banco Mundial para apresentar o nível de exposição de produtos ao Cbam, o Brasil aparece pintado de uma mistura de vermelho com verde, enquanto Canadá, Estados Unidos, México, Colômbia e Argentina estão pintados de verde.

O Brasil só não será mais prejudicado porque a quantidade de aço brasileiro que entra em solo europeu é pequena, apesar de significativa. De acordo com o Instituto Aço Brasil, 48,7% dos produtos siderúrgicos exportados pelo país em 2022 foram para os Estados Unidos, enquanto cerca de 9,5% foram para países da União Europeia e 9,4% para a Argentina.

Entre as grandes siderúrgicas brasileiras, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) é a que mais deve ser atingida. No ano passado, a empresa vendeu R$ 4,4 bilhões de produtos do setor de siderurgia para a Europa —o principal destino de exportação, segundo seu balanço de resultados.

A empresa considera o Cbam um "risco latente e de alta relevância" e o tamanho de uma eventual perda ainda está em estudo.

"As medidas do Cbam irão impactar todo o aço que a companhia exporta para a Europa, em particular o volume enviado para uma das nossas unidades em Portugal. Adicionalmente, existem impactos indiretos relacionados à entrada de um volume adicional de aço no Brasil produzido por países como China e Índia, por exemplo, e que teria como destino originariamente a Europa", diz Helena Brennand Guerra, diretora de sustentabilidade e meio ambiente da CSN.

Guerra analisa que o que torna o Cbam prejudicial para o aço brasileiro não é apenas o descarte do escopo 2, mas o financiamento público de siderúrgicas europeias em paralelo à taxação do produto feito em economias emergentes.

"A União Europeia tem disponibilizado recursos bilionários para que empresas de aço façam a sua transição para rotas de descarbonização. Muitos desses projetos entrarão em operação em 2026, justamente no ano em que o Cbam passará a taxar os produtos importados", afirma Guerra.

"Ou seja, taxam o aço produzido nos países em desenvolvimento, que historicamente menos contribuíram para a emissão de gases de efeito estufa, para financiar não apenas a transição energética mas principalmente a modernização do parque industrial europeu."

O estudo do Banco Mundial mede as emissões por quilo de gás carbônico por dólares de aço vendido, mas, quando a métrica é tonelada de CO2 por tonelada de aço vendido, a referência padrão, o Brasil também aparece como um dos produtores mais sustentáveis de aço.

Entre 2020 e 2022, o setor siderúrgico brasileiro reduziu suas emissões de 1,9 t CO2/t de aço bruto para 1,7, ante a média global de 1,89, de acordo com o Instituto Aço Brasil.

Segundo a Global Efficiency Intelligence, consultoria americana de energia, o Brasil está em sexto no quesito sustentabilidade na lista de 16 países produtores de aço. Quando o carvão vegetal utilizado pelas siderúrgicas brasileiras não é considerado neutro devido a origens ligadas ao desmatamento, o Brasil vai para 12º lugar.

Em 2022, 84% do aço brasileiro foi feito via rota integrada, quando se utiliza altos fornos a carvão —maior fonte de CO2 nessa indústria. Desses, em 11% foram usados carvão vegetal em alguma medida, o que reduz as emissões.

Os outros 16% foram produzidos por meio de forno elétrico e sucata, hoje a forma mais sustentável mundialmente de produzir aço. Em comparação, no mundo a média é de 70% e 30%, respectivamente.

A Gerdau, uma das siderúrgicas com maior grau de sustentabilidade do país, tem a produção inversa ao mundo: 70% via forno elétrico e sucata e 30% via carvão mineral. Esse número, porém, deve trazer pouca vantagem à empresa em um contexto de Cbam concentrado em escopo 1.

"O que nos traz as oportunidades no aço brasileiro é a energia elétrica renovável. Se eu comparar a produção da Gerdau, à base de sucata, considerando o escopo 1 e 2, na unidade no Brasil, com uma unidade nos Estados Unidos, a primeira emite metade da outra. Mas, se eu olhar só o escopo 1, é praticamente igual", diz Cenira Nunes, gerente-geral de meio ambiente da Gerdau.

O setor teme ainda que, com o mercado europeu concentrando o aço mais sustentável, aqueles países que não tenham regulações semelhantes, como o Brasil, sejam inundados de aço com maior pegada de carbono.

"Nós deveríamos ter um Cbam brasileiro. A China é 60% do mercado mundial; o mês de produção da China é a produção anual do Brasil. Ela está melhorando seu parque industrial, reduzindo a pegada de carbono daquela quantidade de aço que ela põe na Europa, para que não seja sujeita ao Cbam, em detrimento de colocar os demais no resto do planeta", diz Guilherme Abreu, gerente-geral de sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil.

Recentemente a empresa vendeu seu primeiro aço zero carbono para a Águia Sistemas, empresa de intralogística.

Stefania Relva, consultora sênior do Instituto E +, pensa de maneira semelhante: "[Com o Cbam], a gente vai ter que competir com muitos produtos não certificados no mercado internacional, então a gente perde o mercado do Cbam, perde espaço na competição internacional e provavelmente perde o mercado nacional. Porque esses produtos não certificados que flutuam no mercado internacional vão acabar no mercado doméstico também."

Sob o mesmo receio, o Reino Unido, por exemplo, está se articulando para criar sua própria taxação. Já o Brasil discute a introdução de um mercado de carbono para a indústria local.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/05/2024