Notícias

Déficit nominal do Brasil dispara e se distancia do de países emergentes

O Brasil terá um dos maiores déficits nominais do mundo em 2024 e 2025, em um nível bem acima de outras economias emergentes. O déficit nominal considera o resultado primário (receitas menos despesas) mais os gastos com juros. Ele é importante porque é o que determina a trajetória da dívida pública, que está no foco dos investidores e por trás da forte piora nos preços dos ativos locais.

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) compilados pelo BTG Pactual, além de informações do Banco Central e projeções do próprio banco, o Brasil deve fechar 2024 e 2025 com o segundo pior déficit nominal entre 23 países emergentes de renda média e economias desenvolvidas.

Os déficits nominais esperados pelo BTG para o Brasil são de 7,8% do PIB em 2024 e de 8,6% em 2025, atrás apenas da Bolívia, com déficits de 10,4% e 9,7%, respectivamente. Vale notar, porém, que a tendência da Bolívia é de desaceleração do déficit entre os anos.

“Focamos muito, nas análises, o resultado primário porque são os botões que estão na mesa de controle de quem está operando a política fiscal. As metas são desenhadas a partir dele. Mas, no fim das contas, é o déficit nominal que vai importar para a projeção de dinâmica da dívida”, diz Fábio Serrano, economista do BTG Pactual. “No Brasil, especificamente, em que o pagamento de juros é bastante elevado, faz todo o sentido olhar também para o déficit nominal.”

Em comparação com pares latino-americanos, o país será o único a passar por um aumento no déficit nominal entre 2024 e 2025, aponta o BTG. Países como México, Chile, Colômbia e Peru deverão registrar déficits abaixo de 4% do PIB neste ano. A Argentina, que tem promovido um ajuste duro, deve ter déficits ao redor de zero.

"Aos olhos dos estrangeiros, Brasil não está mais ganhando de W.O.”
— Fábio Serrano

“Pensando no investidor estrangeiro, a história que se ouvia dois anos atrás era que o Brasil, no comparativo com seus pares, ganhava mais pelos problemas dos outros do que por suas virtudes próprias, já que há países em conflito armado ou com desorganização macro muito maior. Agora, começamos a ver alguns pares do Brasil com histórias interessantes, como a Argentina, que tem feito um ajuste fiscal agressivo. Aos olhos dos estrangeiros, o Brasil não está mais ganhando de W.O. [por “walkover”, ou seja, quando o adversário nem pode competir]”, diz Serrano.

O déficit nominal esperado para o Brasil também deve ficar acima da média de economias emergentes (-5,7% do PIB em 2024 e -5,6% em 2025) e de economias desenvolvidas (-5% e -4,5% do PIB, respectivamente), aponta o BTG. “Não importa muito o subgrupo que pegamos para comparar, a conclusão é a mesma: temos um dos déficits nominais mais altos do mundo. A média da América Latina está em 4,2% do PIB”, afirma Serrano.

O déficit nominal do setor público brasileiro até pode desacelerar em 2024 dos 8,8% do PIB de 2023, porque o déficit primário do governo central deve ser menor, de 0,4% do PIB, ante 2,4% em 2023, quando houve antecipação de pagamentos de precatórios. Os gastos com juros, porém, devem passar de 6,6% do PIB em 2023 para 7,5% em 2024 e avançar a 8% do PIB em 2025, de acordo com o BTG.

“Tem uma história que vem da política monetária. Temos uma Selic que, pela nossa projeção, sobe até 15,25% e se mantém nesse patamar ao longo do ano inteiro. Isso acaba refletindo na conta de juros”, afirma Serrano. Além disso, o resultado primário do governo central também deve voltar a piorar neste ano, para um déficit de 0,8% do PIB, segundo o BTG. “No ano passado, teve uma espécie de vale no pagamento de precatórios, cujo ritmo deve se normalizar em 2025. Há também uma série de receitas extraordinárias previstas, mas, como estamos começando o ano, prefiro ter uma projeção mais conservadora e ir vendo como isso se mterializa”, afirma Serrano.

Economistas ponderam que não é possível “culpar” os juros elevados pelo déficit nominal alto e crescente no Brasil. “O Brasil é um dos emergentes com o maior estoque de dívida. Logo, a despesa de juros sobre essa dívida também é maior. Então, não é só uma questão de que o nível de juros hoje, a Selic, é maior. E uma coisa retroalimenta a outra. Se você tem dívida alta, é natural que seja um dos motivos para pagar juro mais alto. Isso vale para qualquer ente, pode ser pessoa física, jurídica ou setor público. Se tem dívida maior, tem mais risco”, diz Pedro Schneider, economista do Itaú.

Ele projeta déficits nominais de 7,9% do PIB em 2024, 9% em 2025 e 9,5% em 2026, com déficits primários de 0,4% em 2024 e de 0,7% neste e no próximo ano. Os gastos com juros devem ser de 7,2%, 8,3% e 8,8% do PIB, pela ordem.

A XP estima que o país fechou 2024 com um déficit nominal de 8,6% do PIB (0,4% do PIB de déficit primário e 8,2% de pagamento de juros). Para 2025, a expectativa é que o déficit nominal possa se aproximar de 10% do PIB.

“Até meados de 2024, tivemos um ciclo de afrouxamento monetário, o que, em tese, deveria reduzir o custo da dívida. Só que essa redução aconteceu em um prazo muito curto e não foi acompanhada da mesma forma pelo mercado, que continuou precificando uma taxa de juros alta”, diz Tiago Sbardelotto, economista da XP. “A visão do mercado de que a dívida vai continuar subindo faz com que o prêmio de risco aumente, especialmente para prazos mais longos, e o mercado começa a cobrar mais caro para financiar a dívida. Por outro lado, quando há um custo mais alto da dívida, faz com que ela cresça a taxas maiores. Gera um ciclo vicioso”, afirma.

O que é “particularmente preocupante”, segundo ele, é que os juros nominais “ainda refletem muito pouco o atual estágio de aperto monetário e de deterioração das expectativas”, afirma. “A perspectiva é que esses juros nominais continuem subindo em 2025. É um custo muito elevado”, afirma.

A Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, espera que o déficit nominal passe de 8% do PIB em 2024 para 9,6% em 2025. A estimativa resulta tanto de um primário pior (de -0,4% para -0,7% do PIB) quanto de mais gastos com juros (de 7,7% para 8,9% do PIB).

Mesmo no cenário otimista da IFI, em que o déficit primário desaceleraria de 0,4% do PIB em 2024 para 0,1% em 2025, o déficit nominal seguiria aumentando, de 8,1% para 8,8% do PIB, porque as despesas com juros continuariam avançando, de 7,8% para 8,7% do PIB.

“A lógica do resultado primário é que você tem uma dívida que precisa ser atenuada como proporção do estoque do que o país produz. Para isso, precisa fazer poupança operacional e ter superávit. Senão, o país paga juros com mais dívida”, afirma Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI.

Nesse sentido, ele se diz “estupefato” com o nível da discussão fiscal no Brasil. “Dizem que cumpriram a meta [de primário para 2024], porque o déficit foi de 0,4% do PIB, mas, com os descontos legais, vai para -0,1%. Tudo isso é irrelevante, porque estimamos que precisamos de um superávit primário de 2,4% do PIB”, afirma.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou que o governo deve fechar 2024 com um déficit de 0,1% do PIB, sem contar créditos extraordinários, por exemplo, com o socorro ao Rio Grande do Sul. A meta de primário do governo para o ano era zero, mas com tolerância para um déficit de até 0,25% do PIB. “Esse ‘desconto legal’ para a meta não interessa para a dívida. Para ela, gasto é gasto”, afirma Pestana.

Mesmo assumindo que o governo consiga cumprir o arcabouço fiscal e as metas de resultado primário, o país continuará com um déficit nominal médio de 8,2% do PIB no governo atual (2023 a 2026), resultando em um crescimento de 14 pontos percentuais da dívida pública, em porcentagem do PIB, no período, estima o BTG. Segundo o banco, a dívida bruta/PIB deve sair de 73,8% do PIB em 2023 para 86,1% em 2026.

A IFI projeta a dívida bruta/PIB chegando a 86,3% em 2026, último ano do atual mandato presidencial de Lula. Em 2027, no início do próximo governo, essa dívida estaria em 91% do PIB e, até 2030, superaria 100%, sem perspectiva de estabilização em todo o horizonte projetado pela IFI, até 2034.

“No fim, o déficit nominal é uma aproximação de quanto a dívida sobe. Países com ‘rating’ [nota de crédito] parecido ao do Brasil estão com déficit nominal menor. Então, se olhar só pelo fiscal - e sabemos que as agências de risco não fazem isso -, é difícil imaginar que movimentos de ‘upgrade’ vão continuar”, diz Schneider, do Itaú.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 15/01/2025

China importa recorde de minério de ferro em 2024 com demanda resiliente e exportações de aço

As importações de minério de ferro pela China em 2024 atingiram recorde pelo segundo ano consecutivo, mostraram dados alfandegários nesta segunda-feira, conforme os preços mais baixos estimularam as compras, enquanto a demanda permaneceu resiliente principalmente devido às fortes exportações de aço que estão inflamando as tensões comerciais.

A China, maior consumidora de minério de ferro do mundo, importou cerca de 1,24 bilhão de toneladas de minério no ano passado, mostraram dados da Administração Geral de Alfândega, um aumento de 4,9% em relação a 1,18 bilhão de toneladas em 2023, quando houve alta anual de 6,6%.

As importações de minério de ferro da China também devem atingir recorde em 2025, uma vez que os comerciantes estão estocando minério barato, apesar de uma crise imobiliária prolongada seguir pesando sobre a demanda doméstica de aço.

A produção de aço caiu 2,7% em relação ao ano anterior nos primeiros 11 meses de 2024 e caminhava para um declínio anual, mas isso refletiu em grande parte a produção fraca de siderúrgicas que utilizam fornos elétricos, que fornecem para o setor de construção e usam sucata de aço em vez de minério de ferro como insumo.

A demanda por minério de ferro permaneceu sólida entre as siderúrgicas de alto-forno da China, que conseguiram manter a competitividade de custos.

Entretanto, muitas siderúrgicas de fornos elétricos tiveram que realizar manutenção ou reduzir a produção em meio a restrições persistentes no fornecimento de sucata.

Além disso, os comerciantes que compraram minério de ferro de alto custo no início do ano passado continuaram adquirindo o ingrediente para diluir seus custos gerais de produção e reduzir as perdas, disseram os analistas.

O crescimento das importações de minério de ferro contribuiu para a queda dos preços e para o aumento dos estoques nos portos, que subiram 28% em relação ao ano anterior, atingindo 146,85 milhões de toneladas em 27 de dezembro, segundo dados da consultoria Steelhome.

As exportações de aço da China atingiram um recorde de 110,72 milhões de toneladas em nove anos em 2024, um aumento de 22,7% em relação a 2023, alimentando as tensões comerciais globais. Vários países, incluindo a Turquia e a Indonésia, impuseram taxas antidumping, argumentando que uma enxurrada de aço chinês barato está prejudicando os fabricantes nacionais.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/01/2025

 

Depois de Balneário Camboriú, corrida por prédios mais altos chega a São Paulo

O prédio mais alto de São Paulo, o Platina 220, no Tatuapé (zona leste da capital), tem 172 metros de altura e 46 andares. Entregue em 2022, ele ocupou a liderança que foi por décadas do Mirante do Vale, no centro, com seus 170 metros. Em breve, o Platina deve cair para a quinta posição na cidade.

Há um movimento de novos espigões, ao menos para o padrão paulistano, que estão em construção ou em fase de lançamento, na linha do que tem sido feito em outras cidades brasileiras, como Balneário Camboriú e Goiânia. Em 2026, a WTorre vai entregar o próximo edifício mais alto da cidade, o Alto das Nações, empreendimento corporativo em Santo Amaro (zona sul) com 219 metros de altura, 45 andares e mirante. As incorporadoras Cyrela, One e Benx têm projetos residenciais que ocuparão o intervalo entre o Platina e o Alto das Nações.

Para seus realizadores, são “marcos” para a cidade e permitem construir mais em áreas menores. Já entre os urbanistas, enfrentam críticas sobre a formação de sombra, de corredores de vento e pela velocidade do aumento da altura.

Os novos projetos previstos em São Paulo são altos, mas ficam pequenos perto dos arranha-céus de Balneário Camboriú, que beiram os 300 metros. Agora, a incorporadora FG quer atingir 500 metros de altura com o edifício Senna, lançado em 2024, uma parceria com a família do piloto e Luciano Hang, das lojas Havan. A fundação do prédio de mais de 150 andares começou a ser preparada nesta semana, conta Stephane Domeneghini, diretora executiva da FG Talls, área do grupo FG especializada em arranha-céus.

A incorporadora decidiu criar a FG Talls para prestar consultoria aos seus próprios edifícios e para oferecer essa expertise a outras empresas. Já está trabalhando com uma incorporadora de grande porte de São Paulo e empresas de Florianópolis e do Rio.
Para Domeneghini, há um movimento “irrefreável” de busca por prédios mais altos, mas os engenheiros brasileiros, que têm alta qualidade técnica, ainda não dominam o segmento. A fundação precisa ser reforçada, os elevadores mais rápidos e revestimentos da fachada têm que suportar o clima mais hostil.

Por falta de conhecimento e por medo, engenheiros e projetistas exageram nos cálculos de estrutura e de materiais, o que torna as obras mais caras do que já são - a parte estrutural de prédio “super alto” equivale a 35% do custo da obra, enquanto em um edifício comum, de menos de 100 metros, não passa de 20%, diz a diretora.

Para a WTorre, os 219 metros do Alto das Nações são um desafio de engenharia, conta Gabriella Lorca, gerente de desenvolvimento imobiliário da companhia. Mais ainda porque o projeto teve que ser revisado depois da pandemia, por causa do aumento do preço do aço, mas mantendo a velocidade da obra.

Mesmo assim, a visibilidade que o empreendimento e a própria companhia ganham compensa as dificuldades. “O projeto vira um marco, a cidade ganha um novo ponto turístico”, afirma. Todas as lajes corporativas do prédio já foram vendidas.

A Benx, que lançou no ano passado o PG Residence, prédio com 173 metros de altura, relaciona a viabilidade dos prédios altos na cidade a mudanças no Plano Diretor e na Lei de Zoneamento. “Estamos vendo uma verdadeira ‘corrida’, no bom sentido, para ver quem constrói o prédio mais alto”, afirma Luciano Amaral, gerente-geral da incorporadora, o que seria reflexo do desejo do consumidor por morar em andares mais elevados.

“Eles querem a vista, por isso as torres vão ficando cada vez mais altas”, afirma Paulo Petrin, vice-presidente da incorporadora One Innovation, que planeja lançar no segundo semestre o novo residencial mais alto de São Paulo, com 209 metros, em Pinheiros, com vista para os Jardins.

Valter Caldana, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pondera que é “seríssima” a mudança no padrão de sombra e no fluxo de ar causado pelos prédios altos, que alteram o microclima no entorno dos edifícios.

Para ele, se a evolução da altura acontecesse de forma paulatina, teriam sido criados dispositivos para mitigar esses efeitos. No entanto, o que ocorre em São Paulo seria uma ruptura, com rápido aumento do número médio de pavimentos dos prédios. “Não discuto se será melhor ou pior, mas será outra cidade”, diz. Caldana também faz a ressalva, contra o senso comum, de que São Paulo não é uma cidade muito verticalizada.

Domeneghini não nega que os prédios altos causem mais sombra e vento no entorno, mas não vê isso como problema. “A sombra e o vento, para o Brasil, é algo até positivo”, diz. Para ela, cânones do pensamento de urbanismo e arquitetura, que prezam pela incidência de sol, precisam ser adaptados ao clima tropical.

Sua visão é de que os arranha-céus de Balneário Camboriú são aprovados pela população e geram recursos para melhorias da cidade, por meio do pagamento de outorga onerosa, permissão para construir acima do limite das cidades. O custo extra contribui para direcionar os prédios para o alto padrão.

Por vezes, a altura é um subproduto do luxo. Em Goiânia, capital que tem hoje o quinto maior prédio do Brasil, com 191 metros de altura, a incorporadora City Soluções Urbanas lançou um conjunto de três torres que será o maior residencial da cidade, com 196 metros cada.

Victor Tomé, diretor de projetos da empresa, explica que os clientes demandavam prédios com apenas um apartamento por andar e, para conseguir aproveitar o potencial construtivo do terreno, a saída foi fazer edifícios mais altos. As torres do City Park terão 48 andares cada e ficam em frente ao parque Vaca Brava, um dos principais de Goiânia. “Não adianta querer fazer [projetos altos] em lugar onde não vou ter essa valorização”, afirma.

O empreendimento terá elevadores que vencem os 48 andares em 40 segundos, com portas mais largas, para evitar o içamento de móveis. Também haverá geradores para os apartamentos e, claro, para os ascensores.

O professor Caldana ressalta que é comum confundir prédios mais altos com adensamento urbano, embora as duas coisas não andem juntas, vide a vocação dos novos arranha-céus para o padrão de luxo, pouco denso. “Há toda uma simbologia, de marketing, que vem de cidades como Miami e Dubai”, diz.

É a propaganda também que faz com que o imaginário popular associe a presença de espigões ao grau de desenvolvimento das cidades, pontua Caldana, apesar de não ser uma evolução obrigatória - não ocorreu em capitais europeias como Paris e Barcelona, por exemplo.

Fonte: Valor
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 15/01/2025

 

Siderúrgicas ampliam exportações de aços planos. Importações em queda de 19%

Os dados comerciais de aço em dezembro foram positivos para a indústria siderúrgica brasileira, pois a queda de 19% no mês das importações de aço laminado foi acompanhada por um aumento de 12% no mês das exportações do produto. Segundo a análise do Banco Safra, dezembro foi um bom mês tanto para o aço plano quanto para o longo, marcado por menores importações.

Os principais destaques do mês foram a redução das importações de aço laminado (-28% ao mês) e aço longo (-6%). A penetração de importações permanece acima dos níveis históricos para ambos os produtos, embora provavelmente tenda a diminuir em dezembro (ainda temos que esperar pelos dados do consumo aparente da Aço Brasil para dezembro), e dados recentes mostram que a penetração de aço longo é relativamente mais próxima dos níveis normalizados em comparação com aço plano.

Siderúrgicas ampliam exportações de aço laminado

As exportações de aço laminado plano aumentaram 72% ao ano, enquanto as exportações de aço laminado longo caíram 12%.

Os dados de comércio de aço de dezembro foram melhores para aço plano em comparação com aço longo pela primeira vez há tempos, mas o Banco Safra mantém a preferência relativa para o aço longo sobre aço plano no Brasil, uma vez que ainda vê uma penetração de importados mais controlada.

Principais pontos positivos dos resultados das siderúrgicas:

(i) As exportações de aço plano aumentaram 104% no mês, para 74kt;
(ii) As exportações de aço semiacabado aumentaram 72% ao ano, para 548 kt;
(iii) As importações de aço plano diminuíram 28% ao ano, para 173kt;
(iv) As importações de aço longo diminuíram 6% no mês de janeiro, para 62 kt;
(v) As importações de outros aços longos diminuíram 1% no mês, para 62 kt.

Principais pontos negativos:

(i) As importações de aço semiacabado aumentaram 47% ao ano, para 34kt;
(ii) As exportações de aço longo diminuíram 12% no mês de janeiro, para 82 kt;
(iii) As exportações de outros aços longos diminuíram 8% no mês, para 49 kt.

Fonte: O Especialista
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Setorial Siderurgia e Mineração | Janeiro 2025

De maneira geral, as ações do setor tiveram performance negativa em dezembro e no ano de 2024, refletindo o cenário desfavorável para o setor e o aumento da aversão a risco no último mês do ano, que prejudicou a atratividade de ativos de países emergentes.

Mineração

Na China, o PMI Industrial permaneceu em torno da linha de 50 pontos, que indica neutralidade entre expectativa de expansão e retração da atividade. A produção e do consumo de aço voltaram a retrair, assim como as importações de minério, embora tenham seguido resilientes, o que manteve os estoques da commodity elevados. Os preços de minério de ferro de ferro oscilaram em torno dos US$ 100/t desde o mês de dezembro.

No Brasil, apesar da queda no volume em dezembro, as exportações recuperaram, no ano de 2024, o patamar de embarques anterior ao acidente de Brumadinho.

Siderurgia

Em dezembro, os preços internacionais de aço moveram-se em diferentes direções: nos EUA, houve ligeiro incremento das cotações e na China, as cotações encerraram o mês com queda em relação ao fechamento de novembro. No Brasil, oa confiança do empresário do setor sobre a situação atual da economia e da empresa se deteriorou e voltou a ficar abaixo da linha de 50 pontos.

Dados mais recentes da indústria siderúrgica mostram que apesar da sazonalidade desfavorável em novembro, observou-se um movimento de queda em todas as métricas do setor na comparação mensal, incluindo as importações, embora estas tenham atingido patamar recorde no acumulado de 2024.

Fonte: InvesTalk
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Projetos de terras raras no Brasil registram aumento expressivo nos investimentos

Embora os investimentos em projetos de terras raras estejam crescendo, o segmento continua representando apenas uma pequena fração da mineração brasileira.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) espera que US$ 1,46 bilhão sejam investidos em projetos de terras raras entre 2024 e 2028, em comparação com US$ 150 milhões em 2023-27.

No entanto, somas muito maiores foram destinadas a segmentos maduros como minério de ferro, cobre e ouro. Em todo o setor, o Ibram projeta investimentos de US$ 64,5 bilhões até 2028.

"O segmento de terras raras ainda não é tão popular nos setores de mineração brasileiros, mas já há sinais de crescente interesse, principalmente por parte de investidores internacionais," disse à BNamericas José Carlos Martins, sócio-gerente da Neelix Consulting Mining & Metals.

A chinesa CNMC Trade Company anunciou recentemente, por US$ 340 milhões, a aquisição da Mineração Taboca, da peruana Minsur. A Taboca opera a mina de estanho-nióbio-tântalo de Pitinga, no Amazonas, e é proprietária da fundição de Pirapora, em São Paulo.

Para Martins, "o valor pago pelo controle da Taboca foi bastante alto, e o que se especula no mercado é que, além das operações existentes, a empresa chinesa está interessada em explorar o potencial associado aos elementos de terras raras na região das operações da Taboca".

Enquanto isso, a Aclara Resources nomeou country manager Murilo Nagato, ex-executivo da Appian Capital Brazil, visando avançar o projeto Carina, de US$ 600 milhões, localizado em Goiás. Carina é o projeto de terras raras com o maior capex no Brasil, segundo o banco de dados de projetos da BNamericas.

As tarefas de Nagato, conforme comunicado da Aclara, incluem gerenciar o processo de licenciamento e o desenvolvimento técnico, com foco na minimização de despesas operacionais e de capital, enquanto executa o projeto dentro do cronograma.

Com uma vida útil de 22 anos, espera-se que o projeto produza uma produção média anual de 191 toneladas de disprósio e térbio e 1.350 t de neodímio e praseodímio, componentes essenciais para produzir ímãs de alto desempenho usados em veículos elétricos e tecnologias de energia renovável.

O projeto Carina está em estágio de pré-viabilidade, com a Hatch atuando como consultora de engenharia. O projeto está progredindo conforme o cronograma e suas operações estão previstas para começar em 2028, informou a Aclara.

OUTROS PROJETOS

O banco de dados de projetos da BNamericas lista outros projetos de terras raras no Brasil. Entre eles estão Colossus, de propriedade da australiana Viridis Mining and Minerals; Caldeira, da júnior australiana Meteoric Resources; e Terra Brasil Minerals. Os três estão localizados em Minas Gerais.

Terras raras são necessárias para a produção de turbinas eólicas e painéis solares, além de servirem como insumos nas indústrias de petróleo e química, entre outras.

Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025