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Indústria da construção quer voltar a importar aço para driblar preço

 Setor trouxe matéria-prima da Turquia no ano passado Empresas da construção civil se movimentam para voltar a importar o aço, como fizeram ao longo da pandemia, para driblar a alta nos preços do insumo no mercado nacional.

No ano passado, um grupo de quase 140 incorporadoras trouxe duas cargas da matéria-prima da Turquia para o Brasil. Foram cerca de 40 mil toneladas adquiridas por meio da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em conjunto com uma cooperativa de construção de Santa Catarina.

Segundo José Carlos Martins, presidente da entidade, o movimento pressionou as siderúrgicas brasileiras a baixarem o preço do produto no fim do ano passado, mas, agora, voltaram a subir.

"O aço é muito importante na composição de custo. Não adianta ir lá brigar por um item que é pequeno. O aço é 37% de uma casa, 73% em uma ponte", diz Martins.

A oscilação da matéria-prima aparece em uma pesquisa encomendada pela CBIC para mensurar a alta dos custos da construção em diferentes tipos de obras no estado de São Paulo.

Em uma Unidade Básica de Saúde padrão, com cerca de 280 metros quadrados, o aço respondeu por cerca de 29% do aumento no preço total do projeto entre julho de 2020 e o mesmo mês de 2021, segundo o levantamento.

Já na construção de um prédio de quatro andares de apartamentos, sem elevador e com 808 metros quadrados, a matéria-prima representou 34% do aumento na mesma base de comparação.

O levantamento usou como referência os custos de insumos do Sinapi (Sistemas Nacionais de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e do Sicro (Sistema de Custos Referenciais de Obras).

Em abril, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou a maior alta para o mês desde junho de 2021, de 0,95%, segundo a entidade.

A elevação do preço foi puxada pelo cimento, que também voltou a preocupar o setor neste ano, seguido por elevador, massa de concreto, argamassa e vergalhões e arames de aço. O custo com a mão de obra também subiu.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 09/05/2022

 

Com perspectivas ruins, ArcelorMittal espera queda no consumo de aço

A ArcelorMittal está esperando uma queda no consumo de aço neste ano, com a guerra na Ucrânia e as restrições impostas pela covid-19 na China, desacelerando a recuperação da pandemia. A segunda maior companhia siderúrgica do mundo prevê que a demanda pelo metal cairá até 1% este ano.

A previsão se compara a uma expectativa anterior de um ligeiro crescimento de até 1%, antes da guerra na Ucrânia. “Nosso desempenho no primeiro trimestre foi ofuscado pela guerra na Ucrânia”, disse o presidente-executivo Aditya Mittal em um comunicado sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre, que superaram as expectativas.

“Apesar desse cenário, agravado ainda mais pelo aumento das pressões inflacionárias no mundo todo, a ArcelorMittal obteve um forte desempenho no primeiro trimestre”, acrescentou Mittal, embora tenha alertado que o grupo agora “está antecipando que o consumo perceptível de aço terá uma ligeira contração neste ano em comparação a 2021”.

A companhia espera uma grande queda da demanda na Ucrânia e Rússia, enquanto o aumento das pressões inflacionárias na Europa também deverá prejudicar a demanda na região. A demanda chinesa cairá para o patamar mais baixo das previsões anteriores da companhia, dado o que ela disse ser “uma fraqueza temporária causada pelas restrições à covid-19”.

A ArcelorMittal é uma das maiores produtoras de aço da Ucrânia, com uma grande unidade em Kryvyi Rih, no sul. O país é um grande exportador de aço para a Europa e o conflito afetou muito a produção e o fornecimento.

A ArcelorMittal e a Metinvest, maior produtora da Ucrânia, que controla a siderúrgica sitiada de Mariupol, sob ataque constante dos russos, suspendeu temporariamente suas operações logo depois da incursão russa.

A ArcelorMittal disse nesta quinta-feira que reiniciou a operação de um de seus três altos-fornos de Kryviy Rih. Ela disse que a produção de minério de ferro está ocorrendo a cerca de 50% a 60% da capacidade.

Ela espera numa redução de mais de 10% na demanda na região da Comunidade dos Estados Independentes (CIS, na sigla em inglês), que inclui Ucrânia, Rússia e outros ex-países da União Soviética como Armênia, Azerbaijão, Belarus, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Isso ficaria abaixo da precisão anterior de um crescimento de zero a 2%.

A previsão mais pessimista foi corroborada pela Eurofer, a associação comercial europeia, que alertou que o aumento dos preços da energia, as interrupções nas cadeias globais de suprimentos e a guerra na Ucrânia “deverão afetar muito as perspectivas para 2022”.

A evolução do mercado de aço para 2022 e 2023 continua sujeita a um alto grau de incerteza, que deverá continuar minando a demanda de setores dependentes do aço, disse Axel Eggert, diretor-geral da Eurofer.

Apesar das incertezas, a ArcelorMittal teve um forte começo de ano. Ela disse que os lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foram de US$ 5,08 bilhões, contra a média das previsões de US$ 4,57 bilhões.

Ela também anunciou um segundo programa de recompra de ações de US$ 1 bilhão para 2022. Os embarques de aço no período caíram 2,7% para 15 milhões de toneladas, comparado ao quarto trimestre do ano passado, em grande parte graças ao impacto da guerra na Ucrânia, segundo a companhia. As ações do grupo subiram 3% para 27,82 euros no fim da manhã desta quinta-feira em Amsterdã.

Fonte: Financial Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/05/2022

Na CSN, a ordem é repassar custos e garantir margem nos próximos trimestres

Depois das tempestades do primeiro trimestre, literais e figurativas, a CSN espera começar a apresentar bons resultados a partir do segundo trimestre, com o aumento do volume e a demanda aquecida. 

E para garantir que a companhia tenha um bom 2022 e não repita o desempenho do começo do ano, a ordem do presidente Benjamin Steinbruch é clara: a alta dos custos globais de produção será repassada em todos os segmentos produtivos nos quais a empresa atua – siderurgia, mineração e cimento. 

“A alta de custos em todo mundo tem que ser repassada para não prejudicar as margens”, disse ele em teleconferência com analistas e investidores nesta quinta-feira, dia 5 de maio. “Vamos transferir os custos em todos os segmentos e continuar fazendo disso nossa principal bandeira.”

A pressão nos custos com a alta dos preços do carvão e do coque, junto às fortes chuvas nas operações em Minas Gerais e questões pontuais que prejudicaram a produção de aço, pesaram sobre as margens no primeiro trimestre. Em relação ao mesmo período de 2021, a margem Ebitda recuou 9,6 pontos percentuais, para 39,1%. 

Para lidar com esta situação, a CSN planeja priorizar o mercado interno neste ano, mesmo plano estabelecido pela Usiminas, ao verem um ambiente interno positivo para reajustar os preços, com o aço se beneficiando da diminuição da importação, diante dos problemas logísticos em todo o mundo, e a volatilidade do câmbio. 

Em abril, a empresa realizou dois aumentos de preços no aço, um de 12,5%, que entrou em vigor logo no começo do mês, e outro de 7,5%, a partir do dia 15. 

“Não estamos sentindo pressão por descontos, porque o mercado está com estoque equilibrado”, diz Luiz Fernando Martinez, diretor da área comercial e de logística. “A oferta está em bons patamares e a instabilidade do câmbio inibe a importação, o que ajuda a manter preço no mercado interno.”

A CSN projeta que as vendas de aço no Brasil devem crescer entre 2,5% e 4% nesse ano, com a empresa registrando um crescimento de 10%. Já as importações devem ter redução de 26%. 

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) projeta que o setor irá fechar 2022 com um crescimento de 5% nas vendas de aço. 

Resultados

Os contratempos operacionais enfrentados pela CSN no primeiro trimestre, acompanhados de um aumento das despesas financeiras líquidas, resultaram numa queda de 76% do lucro líquido, em base anual, para R$ 1,3 bilhão. 

A receita líquida recuou 1,2%, para R$ 11,7 bilhões, com as chuvas e a interrupção da produção de aço afetando as vendas. O Ebitda ajustado somou R$ 4,7 bilhões, queda de 19% em base anual. 

Para os analistas que acompanham a companhia, porém, o desempenho foi positivo quando comparado ao quarto trimestre de 2021. O Itaú BBA destacou que o Ebitda cresceu 27% nesse intervalo, graças ao desempenho da área de mineração, cujo Ebitda aumentou 2,7 vezes em função dos maiores preços realizados. 

O Bank of America também elogiou o desempenho dos negócios de mineração e destacou que o segmento de aço teve um desempenho superior ao esperado, com vendas 11% acima do projetado, fazendo com que o Ebitda da divisão fechasse 4% acima das previsões. 

Apesar das análises e da perspectiva positiva traçada pelos executivos, os investidores estão castigando as ações nesta quinta-feira. 

Ainda que o pregão esteja sendo prejudicado pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com indicação de alta dos juros, os papéis da CSN estão entre as principais quedas do Ibovespa. 

Por volta das 14h, as ações da CSN caíam 7,55%, a R$ 19,85, com o Ibovespa recuando 3,43%, aos 104.624,48 pontos. No ano, os papéis da CSN acumulam queda de quase 19%, com o valor de mercado atingindo R$ 26,6 bilhões.  

Fonte: Neo Feed
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/05/2022

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CSN vende menos aço e minério no 1º tri, mas tem resultado acima do esperado

A CSN teve queda nas vendas de aço e minério de ferro no primeiro trimestre, mas seu resultado operacional veio melhor que o esperado pelo mercado, segundo dados da Refinitiv.

A empresa, que também atua em cimento e logística, teve lucro líquido de 1,36 bilhão de reais de janeiro a março, queda de 76% ante mesma etapa de 2021, quando o resultado havia sido impulsionado pelo IPO da divisão de mineração em que obteve um ganho líquido de cerca de 2,5 bilhões de reais.

O resultado operacional da CSN no período, medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 4,72 bilhões de reais, queda de 19% ano a ano. Analistas, em média, esperavam Ebitda de 4,33 bilhões de reais para a CSN, segundo dados da Refinitiv.

As vendas de minério de ferro do grupo caíram 16% no período, para 6,9 milhões de toneladas, prejudicadas pelas fortes chuvas em Minas Gerais, que causaram interrupções na operação.

Já o volume vendido de aço no primeiro trimestre caiu 12%, para 1,16 milhão de toneladas, pressionado por recuo de 17% na comercialização no mercado interno.

A empresa afirmou que houve redução na produção de placas “devido a interrupções pontuais resultantes de quedas de energia e manutenções programadas”.

O balanço da CSN também foi pressionado pelo resultado financeiro que ficou negativo em 1,125 bilhão de reais, “como consequência dos maiores custos da dívida e da desvalorização das ações da Usiminas no final do trimestre”. A CSN possui participação na siderúrgica rival. Um ano antes, o resultado financeiro havia ficado negativo em 201 milhões de reais.

A CSN também ficou com fluxo de caixa negativo em 2,54 bilhões de reais. Segundo a empresa, houve uma “variação pontual” na linha de capital de giro. Além disso, incidiu um pagamento de imposto de renda da ordem de 2,67 bilhões de reais, “devido ao ajuste anual nos segmentos de mineração e siderurgia, como reflexo do forte resultado obtido em 2021”, quando a empresa teve resultado recorde.

A CSN terminou março com uma alavancagem de 0,89 vezes, ligeiramente acima do registrado no fim de 2021, mas abaixo da relação de 1,29 vez do primeiro trimestre do ano passado.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/05/2022

RJ: Siderúrgicas podem ter benefícios fiscais prorrogados até 2032

Incentivos fiscais para as sociedades siderúrgicas instaladas no Estado do Rio poderão ser prorrogados até 2032. É o que determina o Projeto de Lei 5.248/21, de autoria do Poder Executivo, que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em discussão única nesta quarta-feira. O texto será encaminhado para sanção do governador Cláudio Castro.

A medida vale para a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), ThyssenkruppStahl e Companhia Vale do Rio Doce, bem como todas as sociedades integrantes dos complexos siderúrgicos das quais elas participam. Os benefícios fiscais entraram em vigor no dia 14 de agosto de 2006, com o Decreto Estadual 40.442/06, que regulamentou a Lei 4.529/05. A partir da legislação atual, os benefícios fiscais teriam um prazo de 20 anos, ou seja, terminariam em agosto de 2026. A medida aprovada nesta quarta estende esse prazo até 31 de dezembro de 2032.

A prorrogação dos benefícios gerou debate no plenário. Contrária à proposta, a deputada Lucinha (PSD) afirmou que a CSA tem impactado negativamente o meio ambiente da região da Zona Oeste da Capital. “Há uma quantidade enorme de jovens com deficiência respiratória em decorrência da chamada chuva de prata”, disse em referência ao processo de poluição atmosférica, em Santa Cruz, pelo qual a CSA foi responsabilizada e multada em R$ 10,5 milhões pela Secretaria do Estado do Ambiente, em 2012. “Agora, o governador quer dar continuidade a esse absurdo na Zona Oeste, que acabou com os manguezais. Essa empresa merece receber benefícios fiscais?”, criticou a deputada.

O presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), destacou que o projeto não altera o cumprimento das contrapartidas ambientais definidas como obrigações na concessão dos benefícios. Ele ressaltou que a prorrogação dos benefícios fiscais é importante para manter no estado a operação da empresa, principalmente garantir a preservação dos empregos.

“O estado do Rio perdeu, entre 2014 e 2020, 780 mil empregos. Éramos o segundo estado em empregos gerados pela indústria no país e hoje já estamos em sexto lugar, quase em sétimo. O estado do Rio tem uma estrutura industrial oca e não podemos continuar espantando os investimentos para outros estados”, justificou.

Ceciliano propôs uma vistoria, conduzida pela Assembleia Legislativa, para apurar possíveis danos ao meio ambiente na região – e, se constatadas irregularidades, reavaliar o incentivo fiscal.

O benefício fiscal de que trata a proposta é o diferimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas seguintes operações: importação e aquisição externa de máquinas; aquisição interestadual de máquinas, além da importação e aquisição interna de minério de ferro, pelotas, ferro-ligas, carvão, coque e sucata. O diferimento de ICMS é a postergação do recolhimento do imposto para tributação no destino em que forem exploradas as atividades econômicas. O novo prazo até 2032 está em conformidade com o Convênio Confaz 190/17, instituído no dia 15 de dezembro de 2017. “Precisamos garantir tratamento igualitário às empresas integrantes do Complexo Siderúrgico Estadual”, justificou o governador Cláudio Castro, em mensagem enviada à Alerj.

Fonte: Monitor Mercantil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/05/2022

Vendas internas de máquinas agrícolas crescem 29,9%

A comercialização de máquinas e implementos agrícolas no mercado interno cresceu 16,79% em março na comparação com igual mês do ano passado, apontam dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados nesta semana. Em relação a fevereiro, porém, houve queda de 7%. Já no acumulado do 1o. trimestre, o avanço é de 29,92%.

Segundo o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior, o aumento da área plantada e a elevação dos preços das commodities têm mantido o segmento aquecido. “A comercialização destes veículos fechou o primeiro trimestre com alta expressiva sobre o mesmo período de 2021, com um volume quase 30% maior que no ano passado”, avalia o dirigente.

A Fenabrave esclarece que por não serem emplacados, tratores e máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 05/05/2022