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Entenda por que a biotecnologia é o futuro da construção civil

No primeiro semestre de 2022, o setor de construção civil cresceu 9,5% em relação ao mesmo período de 2021 (IBGE), sendo o segundo com maior crescimento até agora. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram a importância da construção civil para o país, cujo PIB registra alta há sete semestres consecutivos. Um dos fatores responsáveis pelo bom desempenho é que o setor de construção civil enxerga a inovação como um agente de mudança essencial nos negócios – entre maio de 2021 e maio de 2022, o número de startups na área aumentou 13,82%, movimentando cerca de R$ 6 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Startups.

No Paraná, o Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil (IST-CC) tem acompanhado a dinâmica deste mercado. Responsável por desenvolver projetos para inserção de novas tecnologias na construção, o Instituto tem fomentado pesquisas para o desenvolvimento de materiais que já estão mudando a forma de produzir e construir. “Temos uma interação bem grande em toda a cadeia produtiva do Paraná, trabalhando sempre em parcerias com indústrias e construtoras que, inclusive, já utilizam alguns materiais novos em seus projetos”, conta Karine Coelho Corrêa, consultora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no IST-CC.

Biotecnologia é destaque
Um assunto que tem ganhado relevância na área de construção é o uso de materiais biológicos como base para os produtos do segmento. É o caso do bioconcreto, criado a partir de bactérias que se desenvolvem em cápsulas biodegradáveis; e que representa uma revolução e tanto nos processos construtivos. Em contato com a água, essas bactérias são ativadas e agem como selantes de eventuais rachaduras, o que deve aumentar significativamente a durabilidade das construções.

Mas não é só a indústria de concreto que está se reinventando a partir da tecnologia. No IST da Construção Civil, há diversos projetos na área de biotecnologia. É o caso da Mush, startup atualmente incubada na Universidade Federal do Paraná. Por meio da Chamada Paranaense de Inovação Industrial, a Mush trouxe ao IST-CC um projeto de pesquisa para fabricação de placas com resíduos da agroindústria. De acordo com o IBGE, a produção agrícola do Brasil em 2022 deve ser 2,2% maior do que em 2021, sendo que o arroz, o milho e a soja representam 91,5% da estimativa – e para cada tonelada de grão, são geradas duas toneladas de resíduos vegetais. A solução da startup utiliza esses resíduos que seriam descartados como fonte de nutriente e suporte para crescimento de um fungo que age como uma cola. O CEO da Mush, Eduardo Sydney, pontua os benefícios da tecnologia: “Estamos validando todas as propriedades deste material e, até o momento, já comprovamos que além de oferecer conforto termoacústico, ele tem um ciclo de vida completo. É gerado a partir de resíduos vegetais, transformado em material construtivo e é 100% biodegradável, compostável na terra, água doce e água salgada. Ou seja: se no futuro uma construção for demolida ou reformada, essas placas vão se decompor naturalmente”, destaca.

Tecnologia e meio ambiente
O incentivo às mudanças na indústria da construção civil vai além do viés comercial. O uso de materiais biológicos está alinhado a questões ambientais. Para se ter uma ideia, somente a produção de cimento responde por 8% das emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo, segundo a associação World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que o setor de construção civil é responsável por 38% do gás carbônico lançado na atmosfera. “Estamos atendendo a uma demanda do setor e do planeta, criando um material construtivo sustentável. É uma solução disruptiva, que ajuda a compatibilizar a necessidade de construir, morar e trabalhar com a preservação dos recursos naturais”, ressalta Eduardo Sydney.

O trabalho em conjunto é o melhor caminho para mudar este cenário e a equipe do Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil tem testado soluções que são rapidamente disponibilizadas ao mercado. “Temos trabalhado muito em sistemas construtivos inovadores para substituir alvenaria, concreto e alguns tipos de madeira. A indústria está investindo em pesquisas para aumentar a produtividade, fabricar os sistemas e encaminhar para comercialização, tudo muito rápido. Em pouco tempo, conseguimos fazer os testes e validar esses novos produtos”, conta a analisa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do IST-CC, Karine Coelho Corrêa.

Em relação ao projeto da Mush, a expectativa é de a biotecnologia ganhe ainda mais espaço na construção civil – o Brasil já ocupa o 4º lugar no ranking global de construções sustentáveis certificadas pela LEED (Leadership in Energy and Environmental Design): “Temos uma biodiversidade muito grande, além de muita capacidade científica. Somos vistos como pesquisadores muito dedicados e, com essa tecnologia pioneira, causaremos um impacto muito positivo”, finaliza o CEO Eduardo Sydney.
 
Fonte: Jornal Floripa
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 28/09/2022

Confiança do industrial paranaense tem melhor índice desde agosto do ano passado

A sondagem de setembro da Fiep, em parceria com a CNI, mostrou que o industrial do estado está mais otimista em relação à economia e aos negócios. De acordo com a pesquisa, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria avançou três pontos na comparação com o mês anterior e chegou a 62,4 pontos. É o maior patamar desde agosto de 2021, quando ficou em 66,4 pontos, numa escala que vai até 100.

O economista da Fiep, Marcelo Alves, avalia que o avanço se deve, principalmente, a uma percepção geral mais positiva do industrial sobre a economia do país, nos próximos seis meses.

Na composição do chamado ICEI, o indicador de expectativas aumentou pouco mais de 2 pontos, somando quase 64. Também o melhor resultado desde agosto do ano passado.

Mesma situação do indicador de condições do último semestre, que subiu pelo segundo mês seguido e avançou quase 5 pontos, nesta última pesquisa antes das eleições.

O economista da Fiep diz ainda que esse é um período sempre cercado de muita instabilidade e que acaba impactando na expectativa do industrial.

Na contramão do resto do setor, o índice de confiança da construção civil, mesmo ainda na área de otimismo, apresentou redução de pouco mais de 4 pontos.

Segundo a Fiep, resultado dos aumentos sucessivos na taxa básica de juros até agosto, o que acabou encarecendo o crédito e dificultando os financiamentos imobiliários.

Fonte: CBN
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 27/09/2022

Comercialização de tratores e máquinas agrícolas tem projeção de crescimento em 17,7% em 2022

Uma projeção levantada pelo Departamento Técnico do Sistema Famasul com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) destacou que a estimativa para a quantidade de tratores e máquinas agrícolas comercializadas no Brasil até o final de 2022 será de 68,8 mil unidades, aumento de 17,74% em comparação com os veículos vendidos no ano anterior. Este é o assunto do #MercadoAgropecuário desta segunda-feira (26).

De acordo com a consultora de economia, Eliamar Oliveira, o produtor conta com o crédito rural para a compra de máquinas e equipamentos agrícolas. “O agronegócio continua apresentando bons resultados e isso irá estimular o investimento nesse segmento”, destaca.

Na safra 2021/2022, os produtores de Mato Grosso do Sul investiram R$ 2,78 milhões em máquinas, equipamentos, materiais e utensílios com recursos do Plano Safra. O valor foi 2,06% superior ao volume de recurso aplicado na safra anterior que totalizou R$ 2,73 milhões.

Renagro – O Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas implementado pelo Governo Federal que passa a vigorar a partir de outubro de 2022 será obrigatório para todos os tratores e máquinas agrícolas que transitam em via pública.

Segundo Eliamar, o cadastro desses maquinários tende a aumentar a segurança em relação a furtos, roubos e outras ocorrências envolvendo esses equipamentos. “Após o registro do bem o produtor rural recebe o documento Renagro, que serve para atestar a posse do seu maquinário, trazendo mais segurança também para as operações de compra e venda dos veículos”, afirma.

O condutor da máquina agrícola deverá estar de posse do documento Renagro, físico ou digital, sempre que o veículo circular em via pública. O documento é gratuito e será aceito em todo o território nacional.

Além disso, o registro será obrigatório somente para os aparelhos ou equipamentos produzidos a partir de 1º de janeiro de 2016 (facultativo para fabricados anteriores a esta data), O registro será por meio do ID Agro Máquinas, plataforma desenvolvida pelo Instituto CNA em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que passa a ser responsável pela regulamentação do documento.

O aplicativo do ID Agro está disponível para download nos sistemas Android e iOS. Para mais informações e consultas, acesse www.idagro.com.br

Mercado Agropecuário – O Sistema Famasul divulga todas as semanas uma matéria sobre o andamento das principais cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul. Acompanhe! Conheça também: Educação no Campo e Transformando Vidas.

Fonte: Agrolink
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 27/09/2022

Reino Unido amplia impostos alfandegários sobre o aço por dois anos

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou no domingo que teria de tomar "decisões difíceis" para proteger o aço britânico ante o aço barato de alguns países.

Londres estendeu por dois anos os impostos alfandegários para certas categorias de aço procedentes de 15 países, com a meta de proteger uma indústria "crucial" no Reino Unido, que enfrenta um aumento dos preços da energia.

A ministra de Comércio Externo, Anne-Marie Trevelyan, declarou à Câmara de Representantes que "devido ao interesse estratégico" da indústria siderúrgica e "às perturbações mundiais dos mercados de energia e das cadeias de abastecimento, (...) é interesse do Reino Unido manter ressalvas".
 
Trevelyan explicou aos deputados que há um ano, após a saída britânica da União Europeia, o governo havia anunciado uma extensão dos direitos alfandegários para dez categorias de produtos de aço por três anos e sua remoção em quatro categorias.

Outros cinco estavam em estudo e foram prorrogados por um ano.

A ministra estima agora que a supressão dos direitos alfandegários para estas cinco categorias "provocaria sérios danos às siderúrgicas britânicas", portanto amplia a medida para esses produtos por dois anos, até 30 de junho de 2024, mesmo prazo que as outras dez categorias já prolongadas no ano passado.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou no domingo que teria de tomar "decisões difíceis" para proteger o aço britânico ante o aço barato de alguns países, ainda que correndo o risco de violar suas obrigações diante da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Fonte: Exame.com

Moody’s: Perspectiva global para metais e mineração torna-se negativa à medida que a demanda desacelera, enfraquecendo o Ebitda agregado

Em um novo relatório, a Moody's Investors Service mudou sua perspectiva global para a indústria de metais e mineração de estável para negativa. A desaceleração do crescimento econômico em todo o mundo está reduzindo a demanda por commodities de metais e mineração, impactando diretamente no preço, o que consequentemente reflete um Ebitda agregado decrescente para as maiores empresas classificadas pela Moody's do setor durante os próximos 12 meses.

“O Ebitda e os preços estão caindo à medida que as condições macroeconômicas e de negócios enfraquecem. Eles permanecerão mais altos do que nos anos pré-pandemia, mas abaixo dos níveis recordes vistos no início de 2022 , diz a vice-presidente sênior da Moody's, Barbara Mattos. “Além disso, os custos de energia e matérias-primas continuam altos, principalmente na Europa, o que também reduzirá as margens dos produtores e os ganhos do produtor de metais básicos, por exemplo”, acrescenta.

A Moody's espera que os produtores de cobre enfrentem quedas de Ebitda devido a menores volumes de produção em certas regiões, custos de insumos mais altos e preços mais baixos. No entanto, os baixos níveis de estoque e os desafios de fornecimento nas principais regiões produtoras de cobre, como Chile e Peru, limitarão a queda dos preços do cobre.

Outros produtores de metais básicos, como zinco, níquel e alumínio, também terão queda no Ebitda, pois os altos custos de energia e matérias-primas impactam as margens e reduzem a produção na Europa, enquanto o enfraquecimento do crescimento econômico pesa sobre a demanda em todo o mundo.

Em relação aos metais preciosos, a Moody's vê que os preços tanto do ouro quanto da prata estão caindo à medida que as taxas de juros mais altas e um dólar mais forte afastaram os investimentos dos metais preciosos, que são vistos como um investimento seguro. Além disso, ao contrário de outros metais, o sentimento do mercado, em vez de fundamentos como oferta e demanda, influencia os preços neste setor, gerando uma queda nas receitas dos produtores. Todos esses fatores influenciarão para experimentar uma diminuição do Ebitda para os produtores de metais preciosos.

Os preços do aço podem permanecer acima das médias históricas, mas a queda recente reduzirá significativamente o Ebitda e o fluxo de caixa das siderúrgicas. Na mesma linha, o Ebitda das mineradoras de carvão diminuirá à medida que os preços do carvão recuarem dos níveis recordes vistos no início deste ano, mas as restrições de oferta contínuas podem manter os preços acima dos níveis históricos por um período prolongado, atenuando o declínio dos lucros.

Por fim, a fraqueza na produção global de aço, principalmente na China, e volumes de produção sazonalmente mais altos na Austrália e no Brasil pressionarão os preços e, consequentemente, o Ebitda para os principais produtores de minério de ferro.

Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/09/2022

Vale e CSN testam caminhões elétricos para substituir movidos a diesel

Com uma frota de 500 caminhões fora de estrada – veículos com capacidades entre 60 e 400 toneladas – em todo o mundo, a Vale quer fazer menos fumaça trocando o diesel por baterias de lítio. Por isso, começou a testar, nas últimas semanas, dois caminhões elétricos, de 72 toneladas, produzidos pela XCMG Mining Machinery, subsidiária da Xuzhou Construction Machinery, maior fabricante de máquinas da China.

O fim da década é o horizonte da mineradora para a substituição total da frota, com veículos de diversos portes, produzidos por diferentes fornecedores, prevê Alexandre Salomão, gerente de Powershift da companhia.

Os testes começaram neste mês em Água Limpa (MG) e no mês passado em Sorowako, na Indonésia. Os veículos são alimentados por baterias de lítio com capacidade para armazenar 525 Kwh e podem operar pouco mais de um dia todo sem necessidade de serem recarregados.

Infraestrutura para abastecimento é desafio

Mas o projeto enfrenta desafios. É preciso substituir também a infraestrutura para abastecimento, crítica para a operação em áreas remotas, e que hoje é voltada para veículos a diesel. Outro problema é a falta de tecnologia para baterias que atendam os veículos de maior carga. “Estamos começando com os caminhões de 72 toneladas para testar a tecnologia e as implicações para volumes maiores”, diz Salomão.

A mineradora firmou, neste ano, memorando de entendimento com a Caterpillar para a produção de veículos elétricos de 240 e 320 toneladas. Os testes estão previstos para 2024.

Na Vale, os caminhões são responsáveis por uma fatia de 9% dos 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa emitidos por ano. Segundo Salomão, a eletrificação é a prioridade na substituição do diesel.

CSN usará veículos para manejo de rejeitos

Na mesma linha, a CSN também começou a testar, neste mês, dois caminhões elétricos, de 60 toneladas, fabricados pela chinesa Sany, na mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG). Os veículos deverão ser testados para o manejo de rejeitos nos próximos seis meses. “O monitoramento leva em conta autonomia de bateria, redução da emissão de poluentes e no consumo de derivados do petróleo, maior disponibilidade física do equipamento e menores custos de operação e manutenção”, afirma Helena Brennand Guerra, diretora de sustentabilidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho da siderúrgica.

Vale projetou recentemente aumento na frota global

Para o analista Enrico Cozzolino, da Levante Investimentos, do ponto de vista do mercado, “pega bem” refletir em suas próprias operações as tendências em que aposta. “O projeto vai em linha com as projeções de aumento no número de veículos elétricos – de até quatro vezes até 2030 -, chancelando as expectativas de um spin off da unidade de metais básicos. E esta é uma tendência positiva para o papel”, observou.

Mas a manutenção dos veículos fabricados na China pode se tornar uma questão difícil a médio e longo prazos para as companhias, avalia Sidney Lima, analista da Top Gain. “As máquinas têm especificações únicas, que exigem mão de obra qualificada. A eventual necessidade de substituir peças pode enfrentar problemas de logística, fazendo com que o veículo fique parado.”


Fonte: Estadão
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/09/2022