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RJ: Siderúrgicas podem ter benefícios fiscais prorrogados até 2032

Incentivos fiscais para as sociedades siderúrgicas instaladas no Estado do Rio poderão ser prorrogados até 2032. É o que determina o Projeto de Lei 5.248/21, de autoria do Poder Executivo, que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em discussão única nesta quarta-feira. O texto será encaminhado para sanção do governador Cláudio Castro.

A medida vale para a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), ThyssenkruppStahl e Companhia Vale do Rio Doce, bem como todas as sociedades integrantes dos complexos siderúrgicos das quais elas participam. Os benefícios fiscais entraram em vigor no dia 14 de agosto de 2006, com o Decreto Estadual 40.442/06, que regulamentou a Lei 4.529/05. A partir da legislação atual, os benefícios fiscais teriam um prazo de 20 anos, ou seja, terminariam em agosto de 2026. A medida aprovada nesta quarta estende esse prazo até 31 de dezembro de 2032.

A prorrogação dos benefícios gerou debate no plenário. Contrária à proposta, a deputada Lucinha (PSD) afirmou que a CSA tem impactado negativamente o meio ambiente da região da Zona Oeste da Capital. “Há uma quantidade enorme de jovens com deficiência respiratória em decorrência da chamada chuva de prata”, disse em referência ao processo de poluição atmosférica, em Santa Cruz, pelo qual a CSA foi responsabilizada e multada em R$ 10,5 milhões pela Secretaria do Estado do Ambiente, em 2012. “Agora, o governador quer dar continuidade a esse absurdo na Zona Oeste, que acabou com os manguezais. Essa empresa merece receber benefícios fiscais?”, criticou a deputada.

O presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), destacou que o projeto não altera o cumprimento das contrapartidas ambientais definidas como obrigações na concessão dos benefícios. Ele ressaltou que a prorrogação dos benefícios fiscais é importante para manter no estado a operação da empresa, principalmente garantir a preservação dos empregos.

“O estado do Rio perdeu, entre 2014 e 2020, 780 mil empregos. Éramos o segundo estado em empregos gerados pela indústria no país e hoje já estamos em sexto lugar, quase em sétimo. O estado do Rio tem uma estrutura industrial oca e não podemos continuar espantando os investimentos para outros estados”, justificou.

Ceciliano propôs uma vistoria, conduzida pela Assembleia Legislativa, para apurar possíveis danos ao meio ambiente na região – e, se constatadas irregularidades, reavaliar o incentivo fiscal.

O benefício fiscal de que trata a proposta é o diferimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas seguintes operações: importação e aquisição externa de máquinas; aquisição interestadual de máquinas, além da importação e aquisição interna de minério de ferro, pelotas, ferro-ligas, carvão, coque e sucata. O diferimento de ICMS é a postergação do recolhimento do imposto para tributação no destino em que forem exploradas as atividades econômicas. O novo prazo até 2032 está em conformidade com o Convênio Confaz 190/17, instituído no dia 15 de dezembro de 2017. “Precisamos garantir tratamento igualitário às empresas integrantes do Complexo Siderúrgico Estadual”, justificou o governador Cláudio Castro, em mensagem enviada à Alerj.

Fonte: Monitor Mercantil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/05/2022

Vendas internas de máquinas agrícolas crescem 29,9%

A comercialização de máquinas e implementos agrícolas no mercado interno cresceu 16,79% em março na comparação com igual mês do ano passado, apontam dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados nesta semana. Em relação a fevereiro, porém, houve queda de 7%. Já no acumulado do 1o. trimestre, o avanço é de 29,92%.

Segundo o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior, o aumento da área plantada e a elevação dos preços das commodities têm mantido o segmento aquecido. “A comercialização destes veículos fechou o primeiro trimestre com alta expressiva sobre o mesmo período de 2021, com um volume quase 30% maior que no ano passado”, avalia o dirigente.

A Fenabrave esclarece que por não serem emplacados, tratores e máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 05/05/2022

Vale amplia teste de locomotivas 100% elétricas

Dentro da estratégia de acelerar o uso de tecnologias que privilegiem fontes renováveis, a Vale recebeu, no fim do mês passado, a sua segunda locomotiva 100% elétrica, movida a bateria. Fabricada na China pela CRRC Zhuzhou Locomotive (CRRC ZELC), o equipamento vai operar inicialmente no pátio de manobra do Terminal de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Suas baterias, feitas de lítio, têm capacidade de armazenamento de 1000 kWh, com autonomia para operar até 10 horas sem paradas para recarregamento.

A locomotiva da CRRC está dentro da estratégia da Vale de eletricificar seus equipamentos de mina e ferrovia. As duas áreas respondem por 25% das emissões diretas de carbono da empresa, o chamado escopo 1. Em 2019, a Vale anunciou a meta de zerar suas emissões líquidas de escopos 1 e 2 (relativo ao consumo de energia elétrica) até 2050. Para isto, está investindo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões.

Atualmente, a frota da Vale soma 490 locomotivas, movidas a diesel, dedicadas ao transporte de minério de ferro. A primeira máquina totalmente elétrica da empresa, fabricada pela Progress Rail, foi recebida, em julho de 2020, na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).

“Assim como aconteceu no Espírito Santo na Estrada de Ferro Vitória a Minas, nossa estratégia é testá-la em manobras de pátio para depois avaliar a possibilidade de readequá-la como parte da estratégia posterior de utilização de locomotivas elétricas na linha principal da ferrovia”, explica Gustavo Bastos, gerente-executivo do Centro de Excelência, Tecnologia e Inovação de Ferrosos.

O gerente-executivo da EFC, João Silva Junior, ressalta que a locomotiva elétrica soma-se à estratégia da ferrovia de investir em eficiência, segurança e inovação, que visa reduzir suas emissões de carbono. O executivo lembra que, no ano passado, a ferrovia obteve uma das melhores avaliações ambientais entre seus pares, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“A chegada da locomotiva elétrica na EFC é um importante marco para a nossa jornada de Carbono Zero da Vale. Estamos construindo um plano robusto que nos permitirá uma redução drástica de emissões de CO2 oriundas das nossas operações ferroviárias. Cada vez mais, reafirmamos o nosso compromisso para uma Vale mais sustentável”, afirma.

O novo equipamento seguirá para a oficina de locomotivas do terminal, onde ficará por 90 dias para verificação e testes de sistemas. Está previsto para julho o primeiro teste em pátio de manobra.

Powershift

As duas locomotivas 100% elétricas fazem parte do Powershift, programa criado pela Vale para atender ao desafio da empresa de zerar emissões de carbono de escopos 1 e 2. Além de locomotivas, o programa também tem realizado testes com equipamentos elétricos em minas subterrâneas no Canadá – atualmente, há cerca de 40 em operação.

A estratégia de eletrificação de equipamentos de operações da Vale inclui ainda uma parceria com seus pares BHP e Rio Tinto. No ano passado, as três empresas, juntamente com mais 17 mineradoras, lançaram o “Desafio Charge On”. Trata-se de uma chamada global de inovação voltada a empreendedores capazes de desenvolver soluções de eletrificação de grandes caminhões usados em minas.

Fonte: Portal Canaã
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/05/2022

Não é só a Rússia. Como a China também está inflando os preços pelo mundo

Os efeitos da guerra na Ucrânia nos preços dos alimentos são conhecidos. Com a Rússia bloqueando as exportações de fertilizantes e a Ucrânia sendo um celeiro para África e Oriente Médio, o que vimos foi preço das commodities de alimentos disparando em todo o mundo. Além disso, o custo da energia subiu drasticamente. Mas o Instituto Peterson de Economia Internacional, um think tank baseado em Washington, lembra que a China tem tomado medidas há anos que também estão inflacionando os preços dos alimentos e causando insegurança alimentar. Eles citam três restrições e tarifas impostas pela China em fertilizantes e carnes suínas, mas também no aço. 

No ano passado, por exemplo, a China interrompeu as exportações de fertilizantes para atender só seu mercado interno. Enquanto os preços caem na China, sobem no resto do mundo todo. No caso da carne de porco, a China sofreu com uma peste e teve que abater 40% de seu rebanho em 2018 causando uma alta mundial dos preços, mas desde então tem reduzido os preços para consumo interno. “Em outra reversão impressionante, Pequim aumentou suas tarifas sobre carne suína em janeiro, depois de consumir quase 40% das importações globais de carne suína em 2021”, diz o relatório assinado por Chad Bown e Yilin Wang. 

“O aço é outro caso recente. Até 2021, a China era uma fornecedora tão grande de metais que foi amplamente acusada de gerar excesso de capacidade, com suas exportações de baixo preço forçando as siderúrgicas a fecharem os negócios nos Estados Unidos, Europa e outros lugares. Então, de repente, Pequim impôs restrições à exportação de aço. Agora, em vez de contribuir para um excesso global, a China é um glutão de aço, provocando preços mais altos em todo o mundo e adicionando mais pressões indesejáveis ??à inflação”, diz o relatório.

Fonte: Veja
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 03/05/2022

ArcelorMittal Brasil obtém melhor resultado de sua história

O grupo siderúrgico ArcelorMittal, maior produtor de aço no Brasil, informa que o balanço financeiro e operacional de 2021 mostrou seu melhor resultado no país até hoje — lucro líquido de R$ 12,8 bilhões, o correspondente a mais de dez vezes o ganho de R$ 1,23 bilhão obtido em 2020.

A receita líquida da ArcelorMittal Brasil, que fabrica aços planos, longos, tubos e produz minério de ferro, mais que dobrou no ano passado em relação ao anterior, de R$ 33,1 bilhões para R$ 69 bilhões — alta de 108,7%.

Os resultados da ArcelorMittal Brasil incluem as operações brasileiras de aço e mineração e as operações das empresas controladas da Acindar, na Argentina, da Unicon, na Venezuela, e ArcelorMittal Costa Rica.

A gigante mundial do aço é comandada pela família do indiano Lakshmi Mittal e está presente no Brasil desde 1921.

A empresa informa no comunicado que todas as suas unidades industriais produziram à plena capacidade no ano e que suas vendas ficaram acima das expectativas. Destaca que seu desempenho acompanhou a reação da economia do país após o impacto da pandemia de covid-19 em 2020, com a forte demanda por aço — média de 23% no ano — dos principais setores consumidores, como construção civil, indústria, automotivo e máquinas e equipamentos.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) alcançou R$ 20,2 bilhões, aumento de 297% na comparação com o ano anterior. Na relação com a receita líquida, a margem Ebitda no ano subiu 14% para 29%.

O volume de vendas foi de 12,5 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos e 1,6 milhão de toneladas de minério de ferro, com crescimento de 18,9% na comparação com o ano anterior. Do total comercializado, 59% foram para o mercado doméstico e 41% ao mercado externo, com destaque para semiacabados (placas) da usina de Tubarão.

A produção da empresa em suas usinas atingiu 13,4 milhões de toneladas de aço bruto e 3,4 milhões de toneladas de minério, aumento de 29,5% e 4,4% respectivamente.

Investimentos em capacidade e agregação de valor

“A siderúrgica apostou no aumento da produtividade das operações, nos investimentos estratégicos e em produtos de alto valor agregado, enobrecendo o seu portfólio”, disse, em comunicado.

No ano passado, o grupo anunciou para o Brasil um pacote de investimentos de R$ 7,6 milhões, voltado a aumento de capacidade e agregação de valor nos produtos finais. Os recursos serão aplicados em três anos, até meados de 2024, nas unidades de João Monlevade (MG), Barra Mansa (RJ), Vega, em São Francisco do Sul (SC), e na Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu (MG).

“O investimento é o maior em andamento no setor no país e mostra a nossa confiança no país, apesar da volatilidade econômica que o Brasil tem. É para o médio e longo prazo, pois há muito a se fazer em infraestrutura e saneamento”, disse ao Valor o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson de Paula, que também é CEO da ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil.

Para este ano, o executivo disse que a companhia trabalha com a perspectiva de uma acomodação na demanda brasileira, na comparação com 2021 — “um ano bastante forte” —, em linha com a previsão de consumo aparente na casa de 2% anunciada esta semana pelo Instituto Aço Brasil. A entidade reúne as siderúrgicas instaladas no Brasil.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/05/2022

Minério cai em abril, mas ciclo de alta ainda não acabou

Embora abril tenha sido mês de correção, os preços do minério de ferro devem encerrar 2022 em níveis acima dos US$ 80 a US$ 90 por tonelada vistos no mercado à vista antes da pandemia de covid-19. Analistas ouvidos pelo Valor avaliam que a principal matéria-prima do aço não deve cair abaixo da marca de US$ 100 por tonelada neste ano.

A commodity encerrou o mês negociada a US$ 142,35 a tonelada no norte da China, alta de 0,25% sobre a véspera, conforme índice Platts para o minério com teor de 62% de ferro, da S&P Global Commodity Insights. Assim, em abril, a queda acumulada ficou em 10,2%. No ano, o desempenho ainda é positivo, com valorização de 19,6%.

 

Para o analista Rafael Barcellos, do Santander, o ciclo de alta ainda não acabou e é sustentado pela oferta global, que já há algum tempo não cresce. “Por isso os preços têm ficado perto do território de pico”, disse, acrescentando que o minério deve se sustentar acima de US$ 100 por tonelada neste ano. Para 2023, a tese também é positiva.

O banco revisou no início de março a estimativa para o preço médio da commodity neste ano, de US$ 105 por tonelada para US$ 120 a tonelada. Nesse cenário, explica Barcellos, já estão considerados potenciais efeitos da política ambiental mais rigorosa na China sobre a produção doméstica de aço. “Os riscos estão mais associados a uma escalada da covid-19 no país e dados mais fracos de atividade”, ponderou.

No relatório mensal “Iron Ore Dashboard”, de 26 de abril, o Santander aponta ainda que as margens das siderúrgicas chinesas entraram em terreno negativo recentemente, refletindo o enfraquecimento da demanda, também na esteira dos lockdowns, e a maior pressão de custos. Por outro lado, a expectativa é de retomada da demanda entre maio e junho, ao mesmo tempo em que o crescimento da oferta deve ser marginal em 2022, ressaltou Barcellos.

Já o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, avalia que a demanda, mais especificamente a da China, maior importadora de minério no mundo, não tem dado sinais efetivos de fraqueza e também contribui para que os preços se sustentem nos níveis atuais, em torno de US$ 140 por tonelada, ainda considerados elevados.

“Por enquanto, não vimos dados concretos de produção de aço desacelerando na China. Na realidade, os últimos dados da Cisa, de 11 a 20 de abril, são até mais fortes que os de 1º a 10 de abril”, afirmou. Durante teleconferência de resultados, lembrou Sasson, a Vale informou que os altos fornos chineses estão operando a 86% da capacidade, patamar “bastante alto”.

Além disso, segue o analista, o governo chinês demonstra estar elevando a aposta em medidas de estímulo aos setores de infraestrutura e construção civil para entregar o crescimento almejado, de 5,5%, do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. “Isso poderia trazer ainda mais suporte para produção de aço e demanda por minério”, explicou.

Do lado da oferta, a percepção é que deve haver aumento gradual ao longo do ano. A própria Vale, comentou Sasson, indicou estar confortável quanto ao guidance de produção para o ano, de 320 milhões a 335 milhões de toneladas de minério, apesar da queda de 4 milhões vista no primeiro trimestre, na comparação anual.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/05/2022