Notícias

Custo da mão de obra na construção civil aumenta 69% em 10 anos

Em dez anos, o custo de mão de obra na construção civil no Brasil subiu 69%, de acordo com o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi).

O indicador mensurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apresenta o reflexo de um cenário desafiador para o setor, que convive com a ameaça de um apagão de mão de obra qualificada.

Uma pesquisa da Grua Insights, feita para o mercado, reportou que 90% dos empresários da construção afirmaram ter dificuldade para encontrar trabalhadores. Dentre as categorias com maior escassez, o pedreiro lidera a lista, sendo citado por 27% de quem participou do levantamento. Servente e carpinteiro são outras modalidades citadas.

Como resultado, 70% das empresas admitiram, conforme o estudo, ter adiado entregas de obras nos últimos seis meses. O panorama é um obstáculo à previsão de um investimento de R$ 1,3 trilhão até 2029 no país, conforme cálculos da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O presidente da entidade, Renato Correia, falou sobre a cifra durante um evento com empresários do setor em Minas Gerais. Na ocasião, o representante da CBIC relatou à reportagem de O Tempo que os empecilhos relacionados à mão de obra qualificada não são exclusivos à construção civil que, segundo dados do IBGE, emprega 2,8 milhões de pessoas.

“Nós temos uma grande massa de trabalhadores na informalidade e precisamos entender o que está acontecendo”, observou.

Para atrair quem atua fora do mercado formal de trabalho, Correia garante que o setor é atrativo financeiramente por ter o terceiro maior salário de entrada no mercado no país, ficando atrás apenas do funcionalismo público e de quem atua nas áreas de informática e telecomunicações, conforme dados do Ministério do Trabalho. Outro público-alvo é de jovens.

A pesquisa da Grua Insights revelou que, em todo o país, a idade média nos canteiros de obras é de 41 anos.

‘É óbvio que o setor precisa se modernizar para atrair o jovem. Hoje ele pode ter um emprego na internet, se tornar um influencer, e outras profissões. Mas a construção está rapidamente se industrializando, digitalizando. Então, será muito atrativa para o jovem”, aposta Correia.

Obras mais caras – O vice-presidente de Relações Trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Felipe Boaventura, também avalia o cenário com preocupação. Boaventura citou que a escassez de bons pedreiros, serventes, bombeiros e outras modalidades de operários além de elevar o custo de mão de obra, impacta diretamente o valor dos imóveis.

O valor de construção do metro quadrado no Brasil, em novembro, chegou ao custo de R$ 1.786,82, conforme o IBGE. Em Minas Gerais, o valor é mais baixo, de R$ 1.684,62.

No entanto, no acumulado dos últimos doze meses e deste ano, os preços subiram mais no estado do que na média nacional.

“Se eu não tenho trabalhador, eu tenho um aumento de custo na obra. Seja com possível aumento de salário, seja com alongamento do meu planejamento de obras”, contabilizou o vice-presidente do Sinduscon.

O encarecimento dos imóveis pode ser um balde de água fria ao mercado imobiliário, já que de acordo com uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, a venda de novos imóveis em Belo Horizonte teve um salto de 60% no terceiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. A comercialização também cresceu ante ao segundo trimestre do ano.

“Se eu tenho um aumento do preço dos imóveis, qual que é a minha grande preocupação? Eu vou ter inevitavelmente no médio e longo prazo uma retração no mercado, porque o público brasileiro principalmente de média e baixa renda têm uma baixa tolerância às variações de preço”, lamentou Boaventura.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 19/12/2024

 

Produtores brasileiros de aço estão ‘em choque’ com as metas de emissão

As ambiciosas metas para reduzir as emissões de gases poluentes no Brasil – conforme anúncio na COP29 no Azerbaijão – deixaram as empresas siderúrgicas em choque. Segundo o chefe do grupo industrial Aço Brasil, o setor se recusa a adotar metas inatingíveis.

“Baku nos deixou em choque”, disse o presidente executivo da Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, a jornalistas na segunda-feira (16). “Tivemos reuniões difíceis com o governo. O setor não vai assumir metas que não sejam factíveis.”

A maior economia da América Latina será a anfitriã da conferência climática do próximo ano, marcada para a cidade de Belém, no Pará. O país vem tentando se posicionar como líder em relação ao clima ao anunciar uma nova meta de reduzir as emissões em 67% em relação aos níveis de 2005 até 2035. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na semana passada um projeto de lei que cria o mercado brasileiro de créditos de carbono, que estabelecerá sanções aos emissores de carbono intensivo.

A Aço Brasil calcula que o setor siderúrgico precisaria de R$ 180 bilhões (US$ 29,3 bilhões) em gastos de capital para atingir emissões líquidas zero até 2050. O setor está preocupado com o fato de os consumidores não estarem dispostos a pagar mais pelo aço com uma pegada de carbono menor. A consequência poderia ser desastrosa para um setor que vem enfrentando crescentes “importações predatórias”, especialmente da China, disse Maria Cristina Yuan, diretora de relações institucionais da Aco Brasil.

As siderúrgicas estão pedindo ao governo brasileiro que adote um mecanismo de ajuste de fronteira de carbono semelhante ao da União Europeia para proteger a indústria local em meio à introdução do mercado de carbono, caso contrário o risco é “destruir a produção nacional”, disse Yuan. A Aco Brasil estima que as importações aumentarão 24% este ano, para 6,2 milhões de toneladas, apesar da adoção de medidas de proteção em junho.

“Vamos pelo menos impedir a entrada de produtos siderúrgicos com uma pegada de carbono maior, porque, caso contrário, será uma luta muito desigual”, disse ela.

O setor de ferro e aço é responsável por cerca de 4% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil – abaixo da média global de 7%. O Instituto do Aço destacou que, no Brasil, setores como o agronegócio são responsáveis por um terço da pegada de carbono do país, bem acima do setor industrial. Yuan diz que, embora o setor não esteja se esquivando de reduzir suas emissões, isso não será suficiente para cumprir os compromissos do país.

Fonte: Investnews
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/12/2024

 

Produção e vendas de aço no Brasil devem cair em 2025

A indústria siderúrgica estimou nesta segunda-feira (16) que a produção de aço bruto do Brasil em 2025 vai cair 0,6%, para 33,58 milhões de toneladas, enquanto as vendas no mercado interno deverão recuar 0,8%, para 21 milhões de toneladas, informou a entidade que representa as usinas, Aço Brasil.

A expectativa para o consumo aparente, métrica que reúne as vendas no mercado interno de produtos feitos no país e importados, é de avanço de 1,5%, para 26,66 milhões de toneladas, informou a entidade.

O Aço Brasil, que em meados do ano reviu suas projeções de 2024 para um crescimento de 0,7% na produção, ante expectativa anterior de queda de 3%, estimou que o setor deve encerrar este ano com alta de 5,5% no volume produzido, a 33,79 milhões de toneladas.

De janeiro a novembro, o setor produziu 31,17 milhões de toneladas de aço bruto, um crescimento de 5,6% na comparação anual.

Produção de aço cresce 5,6% no Brasil, mas exportações caem 18,5%

A produção de aço bruto no Brasil alcançou 31,1 milhões de toneladas entre janeiro e novembro deste ano, um aumento de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Instituto Aço Brasil, que também destacou o crescimento de outros indicadores, como importações (24,4%), consumo aparente (9,6%) e vendas internas (8,7%).

A projeção para o fechamento de 2024 é de que a produção chegue a 33,7 milhões de toneladas, mantendo o ritmo positivo. Contudo, as exportações apresentaram um desempenho preocupante, somando 8,8 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 18,5% em relação ao ano anterior. Os setores de automotores, máquinas e equipamentos e construção civil impulsionaram os números, com altas de 12,1%, 1% e 4,1%, respectivamente.

O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, chamou atenção para o avanço da China no mercado global, destacando o comportamento “predatório” do país asiático, que domina as exportações mundiais de aço. Comparando o consumo per capita de aço, ele mencionou que, enquanto o Brasil registrou crescimento de apenas 10,1% nos últimos 43 anos, a China obteve um impressionante avanço de 1.863%.

Durante coletiva, Mello também abordou questões ambientais, especialmente no contexto da COP29. Segundo ele, a indústria siderúrgica e a de ferro no Brasil respondem por apenas 4% das emissões de gases de efeito estufa, enquanto setores como o agronegócio e o energético são responsáveis por 32% e 24%, respectivamente. Ele defendeu que as cobranças ambientais sejam proporcionais entre os setores econômicos.

Para a transição energética, o Instituto Aço Brasil sugeriu soluções como o uso de hidrogênio na descarbonização e o reaproveitamento de sucata, inspirado no modelo dos Estados Unidos. Contudo, Mello destacou que a transição exigirá investimentos de cerca de R$ 180 bilhões e criticou a Petrobras, pedindo uma postura “menos monopolista” para viabilizar o uso do hidrogênio em larga escala. O executivo concluiu afirmando que o setor só assumirá metas ambientais “factíveis”.

Fonte: Investnews
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/12/2024

 

Importações de aço da China devem se manter altas, mesmo com medidas de controle do Brasil

A escalada do aço chinês entrando no mercado nacional deve se manter firme em 2025, apesar das medidas do governo que começaram a vigorar em junho, a fim de conter a enxurrada de importações do país asiático, e que ainda não surtiram o efeito desejado pelas siderúrgicas locais.

Devido à concorrência do aço proveniente da China e de outros países asiáticos, o governo estabeleceu uma regulamentação para limitar a importação de nove itens (NCMs, ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul) do setor siderúrgico. As cotas de importação foram definidas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), e o excedente estará sujeito a uma alíquota majorada de 25% no Imposto de Importação.

Segundo dados do Instituto Aço Brasil, as medidas comerciais desaceleraram o ingresso de alguns itens, porém não derrubaram a invasão do produto chinês. Para 2025, a previsão é de crescimento de 11,5% nas importações de aço laminado, para mais de 2,3 mil toneladas, enquanto a produção nacional deve ter uma queda de 0,6%.

De acordo com Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, a interação do setor com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) tem sido muito produtiva, porém os volumes importados dos produtos siderúrgicos que foram enquadrados no programa de cota-tarifa do Mdic tiveram uma redução muito pequena.

“O mecanismo cota-tarifa, adotado pelo governo em junho, foi importante para travar a escalada das importações, mas não foi suficiente para reduzi-las. Pedimos a aplicação de mecanismos de defesa para mais quatro NCMs e seguimos monitorando os números”, diz Lopes.

Em 2024, as importações avançam 24%, para 6,2 milhões de toneladas, sendo que as de laminados crescem 15%, para 5,1 milhões de toneladas. Se comparado com a média entre 2020 e 2022, o ingresso de laminados no país crescerá 66%.

Egito e Peru também estão aumentando suas importações, aproveitando-se de acordos comerciais bilaterais. No entanto, o Instituto Aço Brasil avalia que o setor pode ingressar com uma ação antidumping, um instrumento de defesa comercial utilizado para combater práticas desleais de comércio.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/12/2024

 

Atualmente a China exporta o equivalente a três vezes a produção total de aço do Brasil

A adoção de um sistema de cotas de importação de aço com tarifa de 25% sobre o volume excedente, ao longo de um ano a partir de junho, conseguiu frear a escalada das importações chinesas, mas não surtiu o efeito esperado de reduzir a entrada de produtos siderúrgicos no mercado brasileiro, disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

Não conseguir o efeito esperado, segundo ele, deve-se, em parte, ao fato de a indústria chinesa reduzir expressivamente os preços a cada nova tarifa imposta. Em coletiva de imprensa do Instituto nesta segunda-feira (16), Marco Polo de Mello Lopes mostrou que a tonelada do aço, exportada da China, registrou uma redução de 13,3% do preço em 2024.

Para Lopes, essa é a comprovação de uma política de estado da potência chinesa, com objetivo de ocupar 30% da produção industrial do mundo em uma década. Ele espera uma renovação do sistema cota-tarifa em maio do próximo ano, com uma revisão da cota de importação, que considera ter sido calculada de forma generosa pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

“Nós queremos renovar o sistema, talvez com uma cota mais realista, com a inclusão de produtos, e, a partir de maio do ano que vem, fazer um sistema mais robusto, com uma mais perto do que seria a realidade”, disse.

O setor estuda processos comerciais, como medidas antidumping e salvaguardas, para tentar reequilibrar a competição com o aço chinês. Hoje, a China exporta o equivalente a três vezes a produção total de aço do Brasil.

“Eu brinco que tem que chamar a cavalaria para entrar nessa guerra com tudo, para poder fazer com que o jogo seja equilibrado”, declarou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil.

Ele apontou a necessidade de uma fiscalização maior sobre as NCMs – nomenclaturas comuns do Mercosul para descrever os produtos que possam ser utilizadas como uma espécie de fuga da taxação.

“Nós temos tido uma conversa – que nunca tivemos – muito apropriada com a Receita Federal e com a Secex (Secretária de Comércio Exterior), para poder identificar essas informações”, afirmou Lopes. “Tenho a expectativa de que, com esse conjunto, voltado para fiscalização, a adequação de cotas mais realista, a gente pode enfrentar melhor esse desafio das importações”, completa.

Setor prevê queda na produção de aço em 2025

Com base nos dados até novembro, o Instituto Aço Brasil estima que a produção do setor deve:

fechar o ano com 33,8 milhões de toneladas, crescimento de 5,5% em relação a 2023
as vendas internas chegarão a 21,2 milhões de toneladas, um aumento de 8,4%
as exportações devem fechar 2024 em queda de 15,2%, em torno de 9,9 milhões de toneladas
por fim, o consumo aparente terá alta de 9,6%, com 26,3 milhões de toneladas

Durante a coletiva, Marco Polo de Mello Lopes lamentou que o desempenho poderia ser ainda maior, não fosse a competição com a importação de aço da China. “É lamentável que poderia ter sido muito melhor, se 20% desse nosso mercado das vendas não tivesse sido ocupada por essas importações predatórias”, ressaltou.

Já em relação ao próximo ano, o Instituto Aço Brasil prevê uma queda de 0,6% na produção, para 33,6 milhões de toneladas. A entidade também espera uma redução de 0,8% nas vendas internas, para 21 milhões de toneladas.

Por outro lado, o setor espera uma alta de 2,2% nas exportações de aço do País, para 2,3 milhões de toneladas, e aumento de 11,5% nas importações de laminados, com 5,6 milhões de toneladas. Segundo o Instituto, em 2025, o consumo aparente no período deve variar 1,5%, para 26,7 milhões de toneladas.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/12/2024

 

Conheça quais são as tendências para construção civil em 2025

O ano de 2024 chega aos seus momentos finais com o setor da construção civil imerso em um misto de sentimentos. Se, por um lado, existe a celebração devido aos bons resultados obtidos ao longo dos últimos meses, por outro há a inquietação causada pela aproximação de um 2025 que promete ser bastante desafiador. A elevação da taxa de juros no país, o desafio da escassez de mão de obra, a reforma tributária, o acesso ao crédito e as mudanças climáticas deverão ser temas em alta no mercado e tópicos relevantes na tomada de decisão dos players do mercado.

Em sua participação no Summit Imobiliário — evento realizado pelo Estadão e pelo Secovi-SP no mês de novembro —, Rodrigo Luna, presidente do Secovi-SP, classificou 2024 como um ano de números extraordinários, mas que deixou gosto amargo na boca. “Costumamos dizer que a pandemia ressignificou a casa própria, afinal ficamos em nossos lares e passamos a olhar para esses ambientes de uma maneira muito diferente”, lembrou o executivo, destacando o fato de o segmento imobiliário ter se aquecido bastante no período pós-emergência de saúde pública.

“Em 2024, pelos números que estamos levantando, provavelmente teremos o melhor ano da história do mercado imobiliário em termos de vendas e lançamentos. E, tudo isso, diante de um cenário desafiador, com taxas de juros mais altas do que o setor pode absorver no longo prazo e um crescimento da demanda por habitação de interesse social — e, portanto, com a preocupação sobre o funding nos próximos anos”, prosseguiu Luna, contrapondo os avanços do mercado no ano que se encerra com alguns dos obstáculos que devem chegar junto com 2025.

As tendências para construção civil em 2025 são:

Atenção com a alta da Selic
Avanço do Minha Casa Minha Vida
Como lidar com a falta de mão de obra
As mudanças da reforma tributária
Aposta na industrialização
Projetos mais resilientes
Uso da IA

Saiba mais sobre cada tópico logo abaixo.

ANÁLISES ECONÔMICAS

No final de 2023, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) projetavam alta de 2,9% no PIB da construção para o ano de 2024. Na ocasião, existia a expectativa para que a Selic permanecesse em movimento de queda — algo que realmente aconteceu até maio deste ano, quando o Copom decidiu manter os juros inalterados, mas que mudou a partir de setembro, com três altas consecutivas da taxa. O novo ciclo imobiliário, alavancado pelo Minha Casa Minha Vida, era outra das apostas do segmento.

Passado um ano desse prognóstico, as entidades estimam que o PIB da construção vai avançar 4,4% em 2024 (até o terceiro trimestre, segundo dados do IBGE, o crescimento observado é de 4,1%). Para 2025, a expectativa do Sinduscon-SP e da FGV é de uma evolução menor, com alta de 3% no PIB da construção — com as construtoras tendo desempenho melhor (3,5%) frente ao setor informal (2,5%) devido ao ciclo recente de expansão. Os números foram apresentados e analisados durante coletiva de imprensa realizada pelas instituições no início de dezembro.

“É uma desaceleração, não estamos falando em contração. Claro, podemos pontuar que, nos últimos anos, os cenários foram revistos sucessivamente. De um ano para cá, por exemplo, se pensou em cenários pessimistas e, no final, a situação evoluiu de maneira mais positiva, de fato. Porém, temos agora efetivamente uma condição que já está posta, que é a alta na Selic, taxa que possivelmente subirá mais uma vez, pelo menos, em 2025. Assim, o custo do crédito, seja para infraestrutura ou para o mercado imobiliário, realmente será questão importante”, detalha a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.

De acordo com a especialista, a tendência é que as despesas das famílias com reformas e obras desaceleram no próximo ano. Todavia, as vendas do mercado imobiliário seguirão aquecidas, muito por conta do Minha Casa Minha Vida. Em contrapartida, a oferta de crédito habitacional para os segmentos de média e alta renda tende a ser menor. Já na área de infraestrutura, o setor privado deve continuar investindo e há dúvidas em relação à participação pública (com a possibilidade de as esferas estaduais estarem mais presentes frente a redução no nível federal).

Na conversa com jornalistas, Castelo comentou que houve aumento de 4,3% no consumo de cimento até o mês de outubro. “Gostamos de apresentar esse dado por ser um produto que sofre poucas influências de importação, exportação e de estoque. Assim, reflete justamente a demanda da construção formal e informal”, explicou a especialista, comentando que o fato de o consumo deste insumo estar em alta é o reflexo de um nível de atividade muito dinâmico.

O nível do emprego na construção é mais um dos indicativos que demonstram o desempenho positivo do setor. Até outubro, as construtoras haviam aberto 230 mil postos de trabalho com a carteira assinada (45 mil somente no estado de São Paulo). Nos 10 primeiros meses de 2024, a taxa de emprego cresceu 7,6% no segmento de infraestrutura, 5,5% no de edificações e 4,7% no de serviços para a construção. Vale destacar que o setor de infraestrutura já começa a ser afetado pelo fim do ciclo eleitoral e por projetos que eram previstos, mas foram postergados.

A construção civil também precisou lidar com aumentos de custos, elevações que ficaram acima da inflação. O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) cresceu 5,80% no ano(considerando os dados até o mês de novembro). O preço da mão de obra foi o componente que mais pesou nesse sentido, com avanço de 7,67%. Na sequência, aparecem os materiais e equipamentos (4,59%) e serviços (3,97%). Pesquisado em 10 capitais do país, o INCC-M teve o maior percentual de aumento em São Paulo (6,48%), Rio de Janeiro (6,36%) e Recife (6,29%).

LANÇAMENTOS E VENDAS DE IMÓVEIS

No intervalo de janeiro a setembro, as vendas de imóveis cresceram 19,7% no país, enquanto os lançamentos imobiliários subiram 17,3% — ambos na comparação interanual. Além disso, destaque para o Valor Geral de Vendas (VGV) que aumentou 21%. “As notícias são bastante positivas e os resultados mostram que novas obras devem ser iniciadas, movimento que traz a garantia de continuidade desse ciclo de atividade”, analisa Castelo, ressaltando a importância do MCMV. As unidades do programa representam 58,7% dos lançamentos e 43,6% das vendas.

O Minha Casa Minha Vida teve um protagonismo em 2024 a partir da revisão das suas regras, o que trouxe maior interesse do setor privado para o programa. Houve um forte crescimento no número de lançamentos e condições especiais de taxas de juros para famílias de menor renda.

Observando os dados somente da cidade de São Paulo, os lançamentos de imóveis cresceram 44,4% em 2024, enquanto as vendas subiram 36% e o VGV avançou 21%. Já as unidades do MCMV tiveram uma alta de 94,2% nos lançamentos e 64,2% nas vendas — representando 56% do total dos imóveis comercializados na capital paulista. “Olhando especificamente o mercado imobiliário da cidade de São Paulo, os números são ainda mais positivos”, avalia a economista, destacando que o nível aquecido de atividade é resultante de investimentos que foram feitos. “Agora vemos que o ciclo de negócios aponta numa dinâmica de continuidade”, complementa.

Os segmentos de médio e alto padrão não tiveram o mesmo ótimo desempenho do MCMV, mas responderam positivamente — o que acabou sendo considerado uma surpresa. Isso porque, no início do ano, existia uma previsão bem mais conservadora do mercado financeiro sobre o que aconteceria com o crédito habitacional. Até outubro, a quantidade de unidades beneficiadas pelo crédito habitacional cresceu 12,8% frente aos dados registrados em 2023.

“Temos os dois fundings principais do mercado imobiliário com forte alta, ou seja, estamos alcançando mais de um milhão de unidades contratadas. Claro que nesse número entram os imóveis novos e usados, não apenas os novos”, comenta Castelo. A economista lembra que o governo mudou as regras do FGTS ao longo de 2024. “Mas, no primeiro semestre teve uma composição grande de imóveis usados. Tivemos uma dinâmica favorável de crédito que permitiu a alavancagem do mercado imobiliário como um todo”, complementa a especialista.

MINHA CASA MINHA VIDA

Importante motor da construção civil em 2024, o Minha Casa Minha Vida deve continuar em alta em 2025. Porém, a expectativa do setor é que o programa terá um avanço menor em relação ao que foi observado neste ano. No Summit Imobiliário, Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, afirmou que o orçamento do FGTS para o MCMV em 2025 será um fator limitante do crescimento. “O funding do FGTS para o programa é considerado satisfatório, especialmente porque o orçamento para o próximo ano será recorde, tanto em valor quanto em desembolso. Porém, ele limita o crescimento contínuo experimentado recentemente”, diz.

Com uma alta nos valores das unidades habitacionais, é possível que as construtoras tenham dificuldade para manter o ritmo de lançamentos e vendas. “Isso mostra que, mesmo com recursos elevados, o crescimento do MCMV pode ser comprometido por fatores econômicos, como a alta dos custos de construção e o impacto das taxas de juros”, analisa Petrucci, ressaltando a importância do programa. “São cerca de 7 milhões de unidades entregues ou em processo de entrega, consolidando o MCMV como política habitacional indispensável”, afirma.

Na avaliação do especialista, as medidas adotadas pelo Governo Federal, em julho do ano passado, se refletiram de modo favorável no mercado. Em meados de 2023, o MCMV passou por uma reformulação, com a atualização das rendas familiares enquadradas no programa, o aumento do subsídio e a redução dos juros para os contemplados que recebem menos de R$ 2 mil por mês. Nessa atualização aconteceram, ainda, mudanças no valor máximo dos imóveis.

Com esse novo MCMV, uma das diretrizes é que os empreendimentos não sejam construídos longe das cidades, gerando ônus para o poder público providenciar toda a infraestrutura. “Na primeira versão do programa não olhávamos pontos como a distância até escolas, transporte público, entre outros. Agora, para serem selecionados, os terrenos precisam atender a todas essas condições”, explicou Raul Gomes, superintendente nacional de habitação pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, no Construsummit 2024 — evento realizado pelo Grupo Softplan.

Durante a sua palestra, o executivo enumerou as diferentes possibilidades para o futuro do programa. Os próximos passos do Minha Casa Minha Vida devem passar pelo MCMV Cidades — que permite a junção de União, Estados e Municípios para viabilizar a execução dos empreendimentos; pelo apoio da Caixa ao retrofit de imóveis, especialmente aqueles localizados nos centros urbanos; e pelo FGTS Futuro, que permite ao beneficiário usar tanto os recursos que já estão disponíveis no fundo de garantia, quanto aqueles que ainda serão depositados nos meses seguintes para os trabalhadores que possuem carteira assinada.

“Vejo o futuro do MCMV com muita esperança que seja ainda melhor e avançando na Faixa 1 – que é quem mais precisa. Esse ano é de retomada e experiências. Batemos muita cabeça, mas o próximo ano vai ser bem melhor. No mercado, o desafio é manter o crescimento para 2025 e, principalmente, fazer de modo sustentável que nos permita cumprir nosso papel”, diz Gomes.

MERCADO DE EQUIPAMENTOS

O ano de 2024 foi desafiador para o setor de máquinas e equipamentos, que viveu no primeiro semestre período de estabilidade, menor demanda e escassez de mão de obra. Para enfrentar a situação, alguns fabricantes preparam ofertas que garantiram subsídios interessantes para aquisição de bens — gerando resultados positivos em certas categorias. “Os miniequipamentos e os rolos compactadores tiveram uma boa resposta no mercado, assim como as escavadeiras que terão crescimento neste ano frente aos dados de 2023”, detalha Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

Apesar dos obstáculos em 2024, Daniel avalia que o mercado deve alcançar bons resultados com crescimento nas vendas de unidades na comparação interanual. “Não haverá a pujança dos anos anteriores, mas o setor segue com otimismo moderado. Nossa percepção é que estão sendo realizadas mais obras no final deste ano, o que pode trazer um equilíbrio no que diz respeito à demanda por serviços e por máquinas”, analisa o executivo, explicando que a queda na demanda aumenta a pressão nos preços, levando à redução na margem das empresas.

A alta na taxa de juros, as restrições do crédito, o aumento do dólar e o crescimento no percentual de inadimplência são outros pontos que impactam os negócios nesse segmento. “A mão de obra continua a ser um gargalo importante do nosso setor, pois a demanda é maior do que a velocidade de formação de profissionais”, comenta Daniel. Para ele, o ano de 2025 será de expectativas positivas, tanto no quesito de vendas de máquinas quanto para a demanda de equipamentos em canteiros — com a realização de novos projetos e retomada de outras obras.

FALTA DE MÃO DE OBRA

Entre as dificuldades enfrentadas pela construção civil em 2024, a falta de mão de obra é um dos percalços que deve continuar em alta no próximo ano. Pesquisa elaborada pelo Portal AECweb mostra que 96% das empresas têm dificuldades em encontrar profissionais com qualificação para atuar nos canteiros. Entre as principais razões apontadas pelo mercado estão a baixa de renovação dos trabalhadores (53,7%), falta de treinamento e capacitações (49,2%) e aumento do trabalho informal (47,3%). Também foram mencionados o envelhecimento dos trabalhadores (45,2%), o esforço físico (30,7%) e a falta de perspectiva de crescimento (28,1%).

O levantamento proporcionou a produção de um e-book que pode ser baixado gratuitamente.

Os números são corroborados por trabalho do FGV Ibre, que aponta que 60,4% das empresas encontram dificuldades na contratação e na retenção de talentos. Para driblar o problema, os executivos do segmento apostam na capacitação interna (43%), na maior oferta de benefícios (28%), em realocar os colaboradores dentro da própria empresa (27%), em mudar processos para diminuir a dependência de mão de obra (19%) e em aumentar o nível dos salários (18%).

Essa escassez também é motivada por fatores externos ao setor, como o nível de desemprego que atingiu a sua menor taxa em novembro de 2024. De acordo com o IBGE, o desemprego foi de 6,2% entre agosto e outubro (sendo que em alguns estados já chega a ser menos de 2%). Ao mesmo tempo, a quantidade de ocupados é de 103,6 milhões — número também recorde. “Ou seja, a economia está aquecida e todos os setores demandando mão de obra”, afirma Castelo.

Com mais opções de trabalho, a construção civil vai deixando de ser tão atraente para quem está em busca de emprego — principalmente aqueles mais jovens. Hoje, é muito comum que profissionais com pouca idade escolham atuar como motoristas ou entregadores via aplicativo, visto que tais ocupações exigem menos esforço físico na comparação com o dia a dia dentro de um canteiro. Além disso, esses profissionais autônomos entendem ser mais importantes algumas vantagens como a possibilidade de escolher os dias e horários que preferem trabalhar.

Assim, torna-se fundamental tornar o setor mais atrativo para perfis que até então não tinham a construção entre as principais opções para a carreira profissional. É o caso das mulheres, que em sua maioria se sentem discriminadas nesse mercado. Segundo pesquisa realizada pelo Portal AECweb e pelo Sienge Comunidade, em conjunto com o Ecossistema Tecnológico da Softplan para a Indústria da Construção, o preconceito, o ambiente machista, as poucas lideranças femininas e o networking dominado por homens são os principais fatores limitantes.

A situação da falta de mão de obra pode ficar ainda pior com o fim da escala 6x1 — tema em discussão no Congresso Nacional, mas ainda sem nenhum texto protocolado na Câmara dos Deputados. Caso realmente o assunto avance em 2025, seria desastroso para a construção civil. “A alteração da escala neste momento, em que temos baixa produtividade e necessidade de entrega, principalmente de unidades de interesse social, com certeza, no máximo, geraria o desemprego ou a informalidade", opina Eduardo Aroeira, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), ressaltando que o foco deve estar em como melhorar as condições de trabalho e elevar a produtividade por meio de maneiras diferentes de construir.

A industrialização é, justamente, uma das alternativas para lidar com a falta de mão de obra. Afinal, quanto mais tecnológico e com menor esforço físico for o processo construtivo, mais atrativo se tornará para a população, principalmente os mais jovens. Entretanto, adotar tais tecnologias não é tão simples. Para Ana Castelo, um dos obstáculos nesse sentido é o custo maior dos itens industrializados — algo que pode ser equalizado pela reforma tributária.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Na primeira quinzena de dezembro, o Senado aprovou o principal projeto de regulamentação da reforma tributária pelo placar de 49 votos favoráveis e 19 contra. Agora, a proposta seguirá para votação na Câmara dos Deputados, que tem a palavra final. Basicamente, o projeto prevê a unificação de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em duas novas cobranças: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência dos estados e municípios e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), da União. Haverá, ainda, o Imposto Seletivo (IS), sobretaxa aplicada para desestimular o consumo de bens e serviços que prejudiquem a saúde ou o meio ambiente.

A expectativa é que exista um período de transição entre 2026 e 2033, ou seja, todos os setores — incluindo a construção civil — teriam que começar a se preparar para as mudanças já no próximo ano. “A reforma é necessária porque hoje discutimos se bombom é um bombom ou wafer de chocolate ou se o sorvete do fast food é sorvete ou bebida láctea saborizada, puramente por fins tributários. A ideia da reforma é acabar com esse tipo de discussão e simplificar a aplicação, mas nada é simples em relação a tributos”, afirmou Fernando Guedes, vice-presidente Jurídico da CBIC, durante painel sobre o assunto no Construsummit 2024.

Entre os pontos de atenção da reforma tributária para a construção civil está a proposta de alteração da alíquota geral, que atualmente está em 26,5%. Existem discussões para um redutor de 40% para a alíquota, mas o setor defende que seria necessário elevá-lo para 60% com objetivo de manter a neutralidade tributária. De acordo com a Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos dois primeiros trimestres de 2024, os tributos elevados foram elencados o maior desafio do mercado. Caso realmente o redutor seja definido em 40%, existe a possibilidade de um aumento de custos.

Fabrício Schveitzer, conselheiro de Negócios da Softplan para a Indústria da Construção, comentou durante o Construsummit 2024 que o segmento da construção tem um sentimento de elevação de carga após a reforma. “Porém, temos que lembrar que somos apenas um pedacinho do país”, comentou o profissional, lembrando que a construção se preocupa porque desenha agora os projetos que serão entregues daqui quatro ou cinco anos. “Com uma regra de transição no meio do caminho, qual tributação uso no cálculo de viabilidade?”, questionou.

Outro ponto de atenção está, justamente, na equalização dos tributos entre a construção industrializada e a convencional. Para Rodrigo Navarro, presidente da Associação Brasileira da Indústria Materiais de Construção (Abramat), esse será um grande ganho. “Feita a transição, ambos os modelos terão o mesmo tratamento tributário”, declarou durante o painel. A ideia é que soluções produzidas dentro ou fora dos canteiros recebam o mesmo tratamento tributário — aumentando consideravelmente o potencial de utilização desse tipo de sistema no país.

TENDÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO EM 2025

Com o cenário traçado e as expectativas alinhadas para o próximo ano, saiba mais sobre alguns dos assuntos que estarão em foco e que devem ser tendências na construção civil em 2025.

INDUSTRIALIZAÇÃO

O combo da falta de mão de obra com a reforma tributária, mesmo que essa segunda ainda demore um pouco para ser implementada, tem potencial para alavancar a industrialização no Brasil. De acordo com Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, esse movimento de industrialização não foi rápido em nenhum lugar do mundo — e o mesmo deve acontecer no Brasil. Já existem bons exemplos nacionais de uso desses sistemas, mas é preciso acelerar a adoção das soluções. Para isso, é preciso lidar com outros gargalos, como de logística e infraestrutura (por exemplo, otimizando ligações de energia em empreendimentos prontos).

Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, ainda lembra que é necessário que a legislação municipal não crie restrições desnecessárias à utilização de equipamentos, como as gruas.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

As inundações que castigaram o Rio Grande do Sul, entre abril e maio, foram classificadas pelo Governo do Estado como a maior catástrofe climática da região. Com cerca de 2,4 milhões de pessoas afetadas pelas chuvas, esse foi um dos principais sinais do ano — e não o único — que as mudanças climáticas já são uma realidade e que a construção civil deve considerar o tema na elaboração e execução dos seus projetos. As obras precisam ser cada vez mais resilientes, ou seja, capazes de se adaptar a cheias, deslizamentos de terra, elevação do nível do mar etc.

SUSTENTABILIDADE

Entre os setores que lideram o ranking de maiores emissores de carbono, a construção precisa caminhar para um futuro ainda mais sustentável. Nesse sentido, existem iniciativas em prol das boas-práticas, como o CECarbon — calculadora disponibilizada gratuitamente pelo SindusCon-SP para medir as emissões de carbono das edificações. Além disso, conforme antecipa Estefan, a instituição atualmente trabalha em uma ferramenta para medir o consumo de água na obra.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Tema de destaque nos mais diferentes setores em 2024, a inteligência artificial continuará evoluindo de maneira rápida no próximo ano. Com foco na produtividade e agilidade, as empresas que ainda não começaram a estudar como incorporar tais ferramentas no seu dia a dia estão atrasadas. Vale destacar, porém, que as soluções não substituem as pessoas, mas colaboram de maneira efetiva na otimização de processos e na execução de tarefas repetitivas.

Na construção civil, a IA pode ser utilizada nas mais diferentes etapas da obra. Começando na fase de projeto, em que algoritmos ajudam a prever custos, cronogramas e riscos com base em dados históricos. No canteiro, as ferramentas podem colaborar no processo executivo por meio de escavadeiras, guindastes e outros equipamentos autônomos. Também é possível combinar o sistema de inteligência artificial com dados meteorológicos para ajustar cronogramas e evitar prejuízo por paralizações desnecessárias nos trabalhos devido a condições climáticas adversas.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 17/12/2024