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Fabricantes de implementos rodoviários crescem 33,5% em 2021

Os fabricantes de implementos rodoviários fecharam 2021 com expansão de 33,47% nas entregas, puxadas principalmente pelo agronegócio. Foram 162,7 mil unidades licenciadas no ano passado, contra 121,9 mil em 2020, segundo números divulgados nesta manhã pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). O resultado final superou a expectativa da entidade, que em dezembro divulgou a estimativa de atingir 157 mil emplacamentos em 2021.

Por segmento, a maior alta ocorreu com os implementos pesados, os reboques e semirreboques. Foram 90,3 mil equipamentos entregues em 2021, contra 67,4 mil no ano anterior, alta de 34,03%. Esse é justamente o segmento mais influenciado pelo agronegócio, além de infraestrutura, construção civil e mineração, por exemplo. No segmento de leves, chamado no jargão do setor de “carroceria sobre chassis”, a expansão foi de 32,77%, com 72,3 mil implementos licenciados. Esse segmento atende, principalmente, as atividades logísticas nos grandes centros urbanos.

“Esse total (162,7 mil unidades) confirma que, mesmo no segundo ano da crise causada pela pandemia, a indústria foi competente e soube aproveitar oportunidades de mercado, mantendo até o final a espiral de crescimento”, afirmou em nota José Carlos Spricigo, presidente da Anfir.

O impacto da pandemia foi bem menor em 2021 do que no ano anterior. Em 2020, o setor enfrentou um período de paralisação da produção entre o fim de março e meados de maio, no pior momento da pandemia de covid-19. A indústria parou para se adaptar aos protocolos impostos pelas autoridades sanitárias, o que acabou prejudicando o desempenho anual. A recuperação ocorreu no segundo semestre daquele ano. Já em 2021 o setor conseguiu manter um ritmo de produção praticamente constante durante os doze meses.

Spricigo lembra, no entanto, que a indústria enfrentou no ano passado falta e reajustes de insumos e peças. O problema de abastecimento mais significativo foi o de pneus. Pela legislação, os implementos pesados só podem ser licenciados e entregues prontos para rodar com todos os pneus. Houve casos de empresas que tiveram de importar pneus para poder cumprir os contratos. Já no caso dos reajustes de custos, o aço foi o que mais preocupou os fabricantes do setor. Em algumas linhas de produtos, 70% do custo do equipamento está ligado ao aço. “A eventual falta de matérias-primas e componentes foram empecilhos, mas as empresas acabaram achando soluções e eles foram contornados”, afirmou em nota.

O mercado externo também foi de recuperação para os implementos rodoviários em 2021. O crescimento das exportações, até novembro, último dado oficial da Anfir, chega a 120%, mas sobre uma base muito fraca de 2020. Nos onze meses de 2021 foram embarcadas 4.632 unidades, contra apenas 2.099 no ano anterior.

Fonte: Valor
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 10/01/2022

Produção de caminhões foi a melhor desde 2013, com quase 160 mil unidades

O Brasil encerrou 2021 com 158,8 mil caminhões produzidos, o melhor resultado anual desde 2013. A comparação com 2020 trouxe alta de 74,6%. E a expectativa para 2022 é de cerca de 172 mil caminhões fabricados no País e crescimento superior a 8%. A projeção foi divulgada na manhã de sexta-feira, 7, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A entidade prevê um total de 192 mil veículos pesados produzidos no País, somados aí também os ônibus.

“Os modelos econômicos tradicionais não bastam em uma situação de pandemia e estamos considerando essa alta a partir de um pequeno crescimento de 0,5% do PIB, de uma safra de 290 milhões de toneladas de grãos e também levando em conta as eleições, aumentos de custos e de carga tributária, da persistência de problemas logísticos e de oferta de insumos em razão da Covid-19”, recorda o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

A produção de 2021 foi puxada sobretudo pelo agronegócio e comércio eletrônico. A montagem de caminhões em dezembro foi a melhor para este mês desde 2011, com 12,4 mil unidades. Segundo a Anfavea, as fábricas se esforçaram para manter o ritmo em razão de encomendas a ser entregues neste início de ano. 

Exportação passará de 24 mil unidades

As novas projeções da Anfavea também preveem exportação total de 29 mil veículos pesados. Destes, 24,4 mil unidades serão caminhões, o que dará um crescimento também próximo a 8% na comparação com os embarques de 2021. O ano passado teve 22,7 mil caminhões vendidos ao mercado externo.

Os três principais destinos foram Argentina, Chile e Peru. “Temos produtos para diferentes mercados, mas várias situações nos tornam menos competitivos. Continuamos exportando impostos”, lamenta Saltini. Para 2022, os principais destinos dos caminhões brasileiros estarão na América Latina e também na África, para onde o Brasil já enviava seus veículos de carga.

Mercado interno crescerá perto de 9%

Ainda segundo a Anfavea, o mercado local absorverá 140 mil caminhões neste ano, resultando em alta de 8,8% sobre o total entregue no ano passado. Em 2021 chegaram às ruas 128,7 mil unidades. Este foi o melhor volume anual desde 2014 e a alta na comparação com 2020 superou os 43%.

O fechamento de 2021 mostra que os modelos pesados (com Capacidade Máxima de Tração, CMT, acima de 40 toneladas) e semipesados (com CMT abaixo de 40 toneladas) responderam juntos por mais de três quartos do mercado nacional. O ano terminou com crescimento superior a 35% para todos os segmentos. A menor alta, 35,5%, ocorreu para os caminhões semileves (com Peso Bruto Total, PBT, de 3,5 a 6 toneladas).

Este também foi o segmento menos representativo em volume, com 6,6 mil unidades emplacadas durante o ano, dez vezes a menos que os pesados, que terminaram 2021 com 66,1 mil licenciamentos e alta de 49,3% sobre o ano anterior.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 10/01/2022

Mega encontro reúne 1.500 tratores e espera bater recorde mundial

Começou às 6h desta sexta-feira (7) no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, região central do Paraná, o Mega Encontro de Tratores. Os organizadores pretendem estabelecer o maior desfile de tratores do mundo com 1.500 tratores num trajeto de 3,5 km e registrar o feito no Guinness World Records.

O evento é realizado pela Cooperativa Agrária Agroindustrial, em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava. Os tratores passaram a manhã percorrendo o percurso. A expectativa agora é pelo reconhecimento do recorde mundial.
Participam produtores rurais de todo o Brasil, com os tratores em funcionamento, aptos a rodar o percurso estabelecido. Todas as cooperativas e sindicatos rurais do Paraná participam com pelo menos um trator no evento. A organização informou que foi conseguido o número de 1.500 tratores.

Anunciado trator autônomo para produção e venda em escala comercial em 2022

Duas auditorias do Guinness serão realizadas para aferição dos resultados. Uma delas, para verificar a documentação e características dos tratores e outra para analisar se todos percorreram o percurso de 3,5 km e em qual velocidade.

O coordenador do Comitê de Organização do Mega Encontro, Cristian Abt, disse que a ideia do evento é mostrar para o Brasil e para o mundo a importância do agronegócio. “Queremos celebrar a força dos homens e mulheres do campo, mostrando a relevância das atividades agropecuárias para a economia do nosso país”.

Shows

O desfile de tratores faz parte das comemorações pelos 70 anos da Colônia Entre Rios, que vão até o próximo domingo (9) com atividades durante todo o dia. Haverá shows do cantor Loubet e das duplas Julio Cezar e Montenegro, Conrado e Aleksandro e dos Tchê Garotos. A programação completa está disponível no site 70anosentrerios.com.br.

Fonte: Canal Rural
Seção: Máquinas & Equipamentos
Publicação: 10/01/2022

 

Máquinas agrícolas, fertilizantes e sementes: o que esperar em 2022?

No último ano, a cadeia global de suprimentos sofreu com a ruptura na distribuição de insumos. Durante o período, o aumento da demanda, somado à escassez de peças e produtos, impactou a capacidade de produção e gerou atrasos nas entregas para o campo. Especialistas ouvidos pelo Painel Hora H do Agro deste sábado, 8, indicam que essas questões devem se repetir em 2022.

Fertilizantes

Como já informado no Hora H do Agro, o temor do setor de fertilizantes é de que haja atraso na entrega do insumo a partir do segundo semestre de 2022. Mas, de acordo com o presidente da Yara Fertilizantes, Olaf Hektoen, a indústria deverá ter uma capacidade de resposta rápida perante os obstáculos. “Vamos ter suprimento suficiente, mas todos têm que estar preparados”, alerta. Esse preparo pode vir da compra antecipada de fertilizantes, visando à garantia de uma quantidade mínima a ser utilizada na safra. E, segundo Hektoen, a indústria está recebendo produtos que podem atender essa procura adiantada. “Eu teria cuidado em esperar até o começo da temporada este ano, compraria um pouco antes só para estar seguro”, indica o presidente da Yara Fertilizantes.

Sementes

Com a perspectiva de aumento de área e produção de grãos no Brasil, a demanda por sementes cresceu nos últimos anos e seguirá aquecida em 2022. A indústria vem se preparando há anos para atender essa expansão, mas como se trata de uma atividade “a céu aberto”, diversos fatores podem influenciar na oferta do insumo. Um deles é o clima, que em 2021 prejudicou a produção, acarretando em atraso ou interrupção das entregas. Uma normalização dos processos é prevista para este novo ano. Contudo, o desafio será o timing em busca de um equilíbrio entre oferta e demanda. “Às vezes, o produtor quer plantar mais cedo e a gente não tem a semente naquele determinado momento”, diz Marcelo Salles, presidente da KWS Sementes.

Máquinas agrícolas

Já o setor de máquinas e implementos agrícolas não prevê um novo ano de superação total dos obstáculos de 2021. Contudo, qualquer recuperação nas demais cadeias que proporcione uma rentabilidade ao produtor pode resultar em investimentos tecnológicos, o que pode ser positivo, acredita Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial para América Latina. “Se nós tivermos tudo isso [recuperação de outros segmentos do agro], acredito que o agricultor vai continuar investindo em máquinas, equipamentos e expansão de área”, destaca.

Confira a edição completa do Hora H do Agro

Fonte: JP News
Seção: Máquinas & Equipamentos
Publicação: 10/01/2022

Commodities já dominam exportações até em SP

O processo de “commoditização” das exportações avança sobre o mapa do Brasil. Em todas as regiões do país, produtos ligados ao agronegócio ou à indústria extrativista terminaram o ano dominando a pauta de vendas ao exterior. A soja tornou-se campeã de embarques em dez Estados, petróleo bruto ou derivados estão na liderança em três unidades federativas e o minério de ferro agora é a principal mercadoria exportada em outras três.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a fatia da indústria de transformação nas exportações brasileiras encolheu de 63% em 2010 para 51,3% em 2021. Essa categoria também abrange produtos do agronegócio que passam por algum tipo de processamento industrial, como carnes, celulose e açúcar refinado.

Até São Paulo, o Estado mais industrializado do país, tem sua pauta de exportações liderada por commodities. Açúcar (US$ 5,6 bilhões no ano passado) e petróleo bruto (US$ 4,3 bilhões) - cuja produção disparou nos últimos anos por causa do pré-sal - são os dois bens mais vendidos ao exterior. As aeronaves da Embraer, primeiro item puramente da indústria, vêm depois e contribuíram com US$ 2,3 bilhões.

No Paraná, os automóveis de passageiros - que aparecem na frente entre os bens manufaturados fora do agro ou do extrativismo - são apenas o oitavo produto mais exportado. Também em oitavo estão os calçados no Rio Grande do Sul. Os dois Estados tiveram soja em grãos como mercadoria de destaque em 2021.

Para o economista Paulo Gala, professor da Escola de Economia da FGV-SP, a “commoditização” do mapa brasileiro permite duas reflexões. Primeira: nenhum Estado consegue ter pauta exportadora suficientemente sofisticada para ter produtos com alta densidade tecnológica - e não grãos, petróleo ou minérios - como campeões de vendas. Segunda: a indústria nacional é predominantemente voltada para o mercado interno e ainda carece de maior competitividade global.

Na avaliação dele, apenas algumas microrregiões do país - cidades como Campinas (SP), Piracicaba (SP), Caxias do Sul (RS) e Betim (MG) - conseguiram transformar-se em “ilhas” de inovação e produtividade, com indústrias de ponta. Não à toa, completa, estão entre os municípios com maior renda per capita.

“Só alguns polos têm indústrias sofisticadas voltadas à exportação, puxando a economia local, mas esses polos não chegam a dominar nenhum Estado inteiro”, diz Gala. “O que traz emprego, renda, queda da desigualdade é a produção de bens complexos. Eles demandam pesquisa e desenvolvimento, tecnologia, patentes. Embraer, WEG e Marcopolo são contraexemplos da nossa atual incapacidade de inserção comercial no mundo.”

Para o professor da FGV-SP, nem a desvalorização desde o início de 2020 tem sido suficiente para evitar a perda de espaço da indústria nas exportações, em comparação com o agronegócio e o extrativismo mineral. “A desvalorização ajuda na competitividade por preço, não na competitividade por qualidade. O câmbio real está no patamar mais baixo dos últimos 20 anos, mas precisamos de uma política bem mais pesada de ciência e tecnologia e de estímulos industriais”, afirma.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, avalia que o processo de “commoditização” tem se intensificado e calcula em US$ 70 bilhões a US$ 80 bilhões o déficit em produtos manufaturados. Na segunda-feira, a Secex divulgou um saldo recorde de US$ 61 bilhões da balança comercial no ano passado - obviamente contando todos os tipos de produto, não apenas ligados à indústria.

Na opinião de Castro, o Brasil vive hoje uma excessiva dependência de três produtos (soja, petróleo, minério de ferro), que representam em torno de 40% dos embarques totais, e de um único mercado (a China), responsável hoje por 32% das nossas compras.

“Nos anos 1980, reclamava-se muito da dependência dos Estados Unidos, mas o mercado americano absorvia cerca de 25% das exportações brasileiras e havia maior diversificação de produtos. Naquele momento, oito dos dez principais itens de exportação eram manufaturados. Agora, os 15 principais são commodities.”

De fato, por ordem decrescente, os 15 principais produtos vendidos pelo Brasil no ano passado foram: minério de ferro, soja em grãos, petróleo bruto, açúcar refinado, carne bovina, farelo de soja, óleos combustíveis, carne de frango, celulose, semiacabados ou lingotes de ferro e aço, café, ouro, milho, algodão e cobre.

Por isso, Castro atribui os superávits recentes da balança comercial mais à conjuntura favorável de preços do que ao apoio de políticas públicas. “O custo Brasil ainda é muito elevado e o governo acabou com o Reintegra [programa que reembolsava às empresas parte dos impostos pagos ao longo da cadeia produtiva], além de ter diminuído recursos para o financiamento às exportações, no âmbito do Proex.”

Lívio Ribeiro, pesquisador-sênior do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre) e sócio da consultoria BRCG, é necessário fazer distinção entre “primarização” de “commoditização”. Produtos primários não têm nenhum beneficiamento. Já bens como suco de laranja e óleo de soja são commodities, com baixo nível de diferenciação entre fornecedores e marcas, mas passam por algum processamento e podem ter algum valor adicionado.

“Exportar commodities é uma característica, não um fardo”, define. Não é, em absoluto, sinal de subdesenvolvimento. A Austrália, com pauta exportadora muito parecida à do Brasil e que não exporta nenhum automóvel, está aí para nos mostrar que não há relação mecânica entre as duas coisas.”

Para Ribeiro, hoje existe uma multiplicidade de peculiaridades dentro da indústria, dos serviços e da agropecuária. Nenhuma, por si só, gera mais riqueza e inovação do que outra. “Um engenheiro agrônomo da Embrapa pode ser mais produtivo do que um trabalhador da indústria têxtil. Um analista de investimentos da Faria Lima pode ser mais produtivo do que um soldador no ABC.”

Na avaliação dele, embora em teoria seja mais benéfico acrescentar valor à produção e processar bens ligados ao agro ou ao extrativismo, nem sempre esse é o caso na prática. Ribeiro lembra por exemplo que, para transformar bauxita em alumínio, consome-se grande quantidade de energia e é preciso construir novas usinas hidrelétricas ou térmicas. O investimento em todos esses insumos não necessariamente torna-se vantajoso.

É um raciocínio que vale, segundo ele, para a transformação do café em cápsulas ou de soja em óleo. “Essas decisões precisam ser tomadas com base em uma cuidadosa análise custo-benefício.”

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 10/01/2022

Reajustes no aço: Com mercado abastecido, não há espaço para aumento de preços na avaliação do Inda

Com a desaceleração no consumo de aço estimada para este ano, os constantes reajustes de preços que ocorreram em 2021, até por volta de julho, não deverão se repetir no mercado brasileiro. Para Carlos Loureiro, presidente executivo do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), não há espaço para o movimento de alta de preços de produtos siderúrgicos porque a oferta está regularizada no país.

“Com o prêmio entre zero e 5% na comparação com o material importado, daria para se pensar em reajuste se a oferta de produtos estivesse baixa. Mas, hoje não há esse problema. O mercado está abastecido”, disse. No ano passado, os reajustes giraram em torno de 70%, conforme Loureiro.

O executivo do Inda disse que a importação de aços planos, que ajudou a abastecer o mercado em 2021, foi maior em novembro e ainda tem muito material no porto que não foi nacionalizado porque chegou caro. “O aumento de preços é um desejo das usinas, mas não é a realidade do mercado. Não vejo espaço para esse movimento pelo menos nos próximos três meses”, ressaltou.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/01/2022