Usiminas: Potencial de redução de preço do aço em 2023 é limitado

Usiminas: Potencial de redução de preço do aço em 2023 é limitado

O potencial de redução nos preços do aço em 2023 será limitado, de acordo com o vice-presidente de finanças da Usiminas, Thiago Rodrigues.

Em relação aos custos, o executivo vê pressão, sobretudo, nos preços do carvão mineral por causa da demanda aquecida por carvão térmico. Já os preços do minério estão instáveis e dependem de como vai se comportar a demanda na China. Recentemente, o país informou que vai flexibilizar as medidas de controle da pandemia de covid-19, que tem paralisado a produção industrial e a construção civil em regiões importantes do país.

“O potencial de redução para o preço do aço é limitado, considerando o cenário atual de matérias-primas. Precisamos ver como o mercado vai se desenvolver no próximo ano”, afirmou Rodrigues.

Por enquanto, segundo o executivo, a Usiminas estima que o cenário de demanda por aço deve ficar estável em 2023. O executivo vê o preço da placa de aço entre US$ 500 e US$ 600 a tonelada. O preço do minério de ferro, segundo ele, deve ficar entre US$ 90 e US$ 100 a tonelada no próximo ano, se não houver mudanças inesperadas no mercado.

Usiminas vai pensar sobre nova laminação em 2023, diz vice-presidente
Executivo acrescentou que a companhia precisa primeiro enfrentar os desafios do curto prazo, com a reforma do alto-forno 3, que deve durar de abril a agosto do próximo ano

A Usiminas informou em encontro com investidores na Apimec que deve decidir no próximo no ano se fará investimento em uma nova laminação. Neste ano, a companhia siderúrgica prevê investir R$ 2,05 bilhões e elevar o montante para R$ 2,4 bilhões em 2023. Os principais investimentos neste momento estão voltados para a reforma do alto-forno 3 e nas coquerias 2 e 3.

“Investir em uma laminação é algo que a empresa vai pensar em 2023, mas aí tem que avaliar a condição do mercado e os custos”, afirmou o vice-presidente de finanças da Usiminas, Thiago Rodrigues.

O executivo acrescentou que a companhia precisa primeiro enfrentar os desafios do curto prazo, com a reforma do alto-forno 3, que deve durar de abril a agosto de 2023.

O executivo disse que após a reforma, o alto-forno 3 terá mais 15 a 20 anos de vida útil. Os outros dois altos-fornos, segundo Rodrigues, têm vida útil de aproximadamente sete anos. “Esse é um horizonte que a companhia tem para tomar uma decisão sobre novos investimentos em altos-fornos”, disse Rodrigues.

Questionado sobre a possibilidade de a Usiminas religar as áreas primárias da Usina de Cubatão, antiga Cosipa, Rodrigues disse que o caso de Cubatão não é uma questão de religar, mas de reinvestir. “A área primária não existe mais. A empresa necessitaria fazer um investimento relevante para isso. Esse é um dos temas que vão ser foco de discussão nos próximos anos”, afirmou o executivo.

Rodrigues disse ainda que a Usiminas avalia a possibilidade de investir em uma nova linha de galvanização no futuro, e também a possibilidade de investimento na Mineração Usiminas (Musa). “A avaliação sobre a Musa está em andamento, mas não deve ter uma decisão antes de 2024”, disse o vice-presidente.

O foco de investimentos da companhia no momento é a reforma do alto-forno 3. Rodrigues disse que a Usiminas tem hoje um caixa de R$ 5,1 bilhões, uma posição confortável, mas necessária para a reforma.

Perguntado se a empresa mudaria a política de distribuição de dividendos, usando parte do caixa, o executivo disse que a companhia só vai avaliar sobre distribuição de dividendos após a conclusão das obras do alto-forno 3.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/11/2022