Produção e vendas de aço no Brasil devem cair em 2025

Produção e vendas de aço no Brasil devem cair em 2025

A indústria siderúrgica estimou nesta segunda-feira (16) que a produção de aço bruto do Brasil em 2025 vai cair 0,6%, para 33,58 milhões de toneladas, enquanto as vendas no mercado interno deverão recuar 0,8%, para 21 milhões de toneladas, informou a entidade que representa as usinas, Aço Brasil.

A expectativa para o consumo aparente, métrica que reúne as vendas no mercado interno de produtos feitos no país e importados, é de avanço de 1,5%, para 26,66 milhões de toneladas, informou a entidade.

O Aço Brasil, que em meados do ano reviu suas projeções de 2024 para um crescimento de 0,7% na produção, ante expectativa anterior de queda de 3%, estimou que o setor deve encerrar este ano com alta de 5,5% no volume produzido, a 33,79 milhões de toneladas.

De janeiro a novembro, o setor produziu 31,17 milhões de toneladas de aço bruto, um crescimento de 5,6% na comparação anual.

Produção de aço cresce 5,6% no Brasil, mas exportações caem 18,5%

A produção de aço bruto no Brasil alcançou 31,1 milhões de toneladas entre janeiro e novembro deste ano, um aumento de 5,6% em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Instituto Aço Brasil, que também destacou o crescimento de outros indicadores, como importações (24,4%), consumo aparente (9,6%) e vendas internas (8,7%).

A projeção para o fechamento de 2024 é de que a produção chegue a 33,7 milhões de toneladas, mantendo o ritmo positivo. Contudo, as exportações apresentaram um desempenho preocupante, somando 8,8 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 18,5% em relação ao ano anterior. Os setores de automotores, máquinas e equipamentos e construção civil impulsionaram os números, com altas de 12,1%, 1% e 4,1%, respectivamente.

O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, chamou atenção para o avanço da China no mercado global, destacando o comportamento “predatório” do país asiático, que domina as exportações mundiais de aço. Comparando o consumo per capita de aço, ele mencionou que, enquanto o Brasil registrou crescimento de apenas 10,1% nos últimos 43 anos, a China obteve um impressionante avanço de 1.863%.

Durante coletiva, Mello também abordou questões ambientais, especialmente no contexto da COP29. Segundo ele, a indústria siderúrgica e a de ferro no Brasil respondem por apenas 4% das emissões de gases de efeito estufa, enquanto setores como o agronegócio e o energético são responsáveis por 32% e 24%, respectivamente. Ele defendeu que as cobranças ambientais sejam proporcionais entre os setores econômicos.

Para a transição energética, o Instituto Aço Brasil sugeriu soluções como o uso de hidrogênio na descarbonização e o reaproveitamento de sucata, inspirado no modelo dos Estados Unidos. Contudo, Mello destacou que a transição exigirá investimentos de cerca de R$ 180 bilhões e criticou a Petrobras, pedindo uma postura “menos monopolista” para viabilizar o uso do hidrogênio em larga escala. O executivo concluiu afirmando que o setor só assumirá metas ambientais “factíveis”.

Fonte: Investnews
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/12/2024