Projetos de terras raras no Brasil registram aumento expressivo nos investimentos
Projetos de terras raras no Brasil registram aumento expressivo nos investimentos
Embora os investimentos em projetos de terras raras estejam crescendo, o segmento continua representando apenas uma pequena fração da mineração brasileira.
O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) espera que US$ 1,46 bilhão sejam investidos em projetos de terras raras entre 2024 e 2028, em comparação com US$ 150 milhões em 2023-27.
No entanto, somas muito maiores foram destinadas a segmentos maduros como minério de ferro, cobre e ouro. Em todo o setor, o Ibram projeta investimentos de US$ 64,5 bilhões até 2028.
"O segmento de terras raras ainda não é tão popular nos setores de mineração brasileiros, mas já há sinais de crescente interesse, principalmente por parte de investidores internacionais," disse à BNamericas José Carlos Martins, sócio-gerente da Neelix Consulting Mining & Metals.
A chinesa CNMC Trade Company anunciou recentemente, por US$ 340 milhões, a aquisição da Mineração Taboca, da peruana Minsur. A Taboca opera a mina de estanho-nióbio-tântalo de Pitinga, no Amazonas, e é proprietária da fundição de Pirapora, em São Paulo.
Para Martins, "o valor pago pelo controle da Taboca foi bastante alto, e o que se especula no mercado é que, além das operações existentes, a empresa chinesa está interessada em explorar o potencial associado aos elementos de terras raras na região das operações da Taboca".
Enquanto isso, a Aclara Resources nomeou country manager Murilo Nagato, ex-executivo da Appian Capital Brazil, visando avançar o projeto Carina, de US$ 600 milhões, localizado em Goiás. Carina é o projeto de terras raras com o maior capex no Brasil, segundo o banco de dados de projetos da BNamericas.
As tarefas de Nagato, conforme comunicado da Aclara, incluem gerenciar o processo de licenciamento e o desenvolvimento técnico, com foco na minimização de despesas operacionais e de capital, enquanto executa o projeto dentro do cronograma.
Com uma vida útil de 22 anos, espera-se que o projeto produza uma produção média anual de 191 toneladas de disprósio e térbio e 1.350 t de neodímio e praseodímio, componentes essenciais para produzir ímãs de alto desempenho usados em veículos elétricos e tecnologias de energia renovável.
O projeto Carina está em estágio de pré-viabilidade, com a Hatch atuando como consultora de engenharia. O projeto está progredindo conforme o cronograma e suas operações estão previstas para começar em 2028, informou a Aclara.
OUTROS PROJETOS
O banco de dados de projetos da BNamericas lista outros projetos de terras raras no Brasil. Entre eles estão Colossus, de propriedade da australiana Viridis Mining and Minerals; Caldeira, da júnior australiana Meteoric Resources; e Terra Brasil Minerals. Os três estão localizados em Minas Gerais.
Terras raras são necessárias para a produção de turbinas eólicas e painéis solares, além de servirem como insumos nas indústrias de petróleo e química, entre outras.
Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025