Veja o que o Brasil importa e o que exporta para os Estados Unidos

Veja o que o Brasil importa e o que exporta para os Estados Unidos

Os Estados Unidos perderam em 2009 o posto de maior comprador de produtos brasileiros para a China, mas ainda continuam a ser um parceiro comercial relevante para o país: 12% das exportações brasileiras em 2024, ou US$ 40,3 bilhões, tiveram como destino a principal economia mundial.

Nas importações, o cenário é semelhante: a última vez que os Estados Unidos foram líderes das compras brasileiras foi em 2017. Em 2024, o Brasil importou US$ 40,6 bilhões, ou 15,5% do total.

A corrente bilateral de comércio (soma de importações e exportações) entre Brasil e EUA foi de US$ 80,9 bilhões em 2024, alta de 8,2% ante 2023. É o segundo maior valor da série, abaixo apenas de 2022 (US$ 88,7 bilhões). Os EUA seguem como segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.

As exportações brasileiras aos EUA cresceram de maneira disseminada em todos os setores em 2024: indústria de transformação (5,8%), extrativa (21,1%) e agropecuária (36,9%). Em todos os casos, os desempenhos foram superiores aos observados nas vendas do Brasil para o mundo: 2,7% para indústria de transformação, 2,4% para extrativa e -11% para agropecuária.

O Brasil, assim como o resto do mundo, está à espera dos decretos do presidente americano, Donald Trump, impondo tarifas às importações dos EUA de produtos e países diversos. O Brasil não tende a ser um alvo preferencial, como a China, até porque sua balança com os EUA é superavitária para os americanos. Mas esse superávit é cada vez menor, e Trump pode querer barganhar vantagens para setores específicos, como aconteceu com o aço no seu primeiro mandato.

No fim do ano passado, Trump prometeu retaliar países como Brasil e Índia pelas tarifas impostas a produtos americanos. Já nesta segunda-feira (20), após sua posse, o presidente americano afirmou que o Brasil e a América Latina precisam "mais dos EUA do que os EUA precisam deles". "Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós", respondeu Trump após ser questionado sobre se iria falar com o presidente Lula e como seria a relação com o Brasil e com a América Latina.

 

Exportação

O principal produto exportado pelo Brasil para os EUA é o petróleo. Foram US$ 5,8 bilhões, valor que só fica abaixo dos US$ 20 bilhões vendidos para a China no ano passado.

Em segundo lugar estão os produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com vendas somando US$ 2,8 bilhões. Os EUA são disparados os maiores clientes, com o Canadá em segundo lugar, com US$ 238 milhões.

Os aviões foram em 2024 o terceiro produto mais comprado pelos americanos no Brasil: US$ 2,4 bilhões. Mais uma vez, a participação americana é muito maior que a dos demais. O segundo maior importador de aeronaves brasileiras em 2024 foi o Canadá, com as compras totalizando US$ 497 milhões.

Uma das novidades na lista de importações dos Estados Unidos foi o ingresso da carne bovina congelada entre os dez primeiros colocados (US$ 883 milhões). A liderança desse produto foi da China em 2024, com US$ 6 bilhões.

O ranking dos principais produtos vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos conta ainda com itens como sumos de frutos, café e pastas químicas de madeira.

 

Importação

Do lado da importação, o produto mais vendido pelos americanos para o Brasil em 2024 foram turborreatores (US$ 6,2 bilhões). O principal destino delas foi a cidade de Petrópolis, no Rio, que abriga unidade da americana GE. Gavião Peixoto, em São Paulo, está em segundo lugar. O município é uma das bases da Embraer.

O grupo formado por óleo diesel e nafta para petroquímica está em segundo lugar nas compras brasileiras dos Estados Unidos, com US$ 4 bilhões.

O terceiro lugar é do grupo liderado pelo gás natural liquefeito (GNL, usado como combustível em veículos, indústrias e em estufas de secagem). Esse ramo foi responsável por importação brasileira de US$ 2,2 bilhões.

Os dez primeiros colocados nas vendas dos EUA para o Brasil contam com produtos como petróleo, aeronaves, medicamentos e sangue.
 
Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 23/01/2025