Vale e siderúrgicas enfrentam nova onda de queda com minério de ferro

Vale e siderúrgicas enfrentam nova onda de queda com minério de ferro

As ações da Vale (VALE3) e das siderúrgicas voltaram a ser impactadas com a queda do minério de ferro nesta segunda-feira, 1. Os futuros da commodity caíram pelo quarto dia em Singapura sob o impacto de dados econômicos da China, que sinalizaram desaceleração no setor de aço e da manufatura em geral.

As ações das siderúrgicas Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) fecharam o dia com quedas de 1,12% e 1,13%, respectivamente, após recuo de mais de 2% na mínima do dia. Já os papéis da Vale (VALE3) passaram a manhã em queda, mas viraram para a alta ao longo da tarde e fecharam o dia com ganhos de 0,99%.

No caso da mineradora, as ações passaram por uma correção após a queda no último pregão, em que as ações da mineradora recuaram 2,84%, após a empresa frustrar as expectativas de investidores com seu resultado do balanço do terceiro trimestre de 2021.

No período, a principal mineradora do país apresentou Ebitda ajustado de 6,94 bilhões de dólares, 14% acima do registrado no mesmo período do ano passado, mas abaixo do consenso da Bloomberg de 8,83 bilhões de dólares. A receita operacional líquida também decepcionou, ficando em 12,68 bilhões de dólares, abaixo da mediana das projeções de 14,66 bilhões de dólares.

Mesmo com a alta de hoje, as ações da Vale já recuam mais de 36% desde junho, acompanhando a derrocada do minério. A commoditypassa por um período recorde de perdas mensais em meio a restrições à produção de aço e crise de energia que provocou caos nos preços do carvão. Segundo pesquisa da China Iron & Steel Association, a produção de aço deve ter encolhido ainda mais em outubro. Em setembro, os volumes atingiram o menor patamar desde 2017.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do aço caiu de 45 para 38,3 em outubro, com fortes cortes da produção e novos pedidos. Um número abaixo de 50 sinaliza retração. O PMI de manufatura da China também mostrou baixa. O setor de manufatura é a principal fonte de demanda de alguns produtos siderúrgicos, como bobinas laminadas a quente.

Os indicadores oficiais apontam para uma maior desaceleração do crescimento na China, disseram economistas da Nomura Holdings como Lu Ting. “Acreditamos que a situação real poderia ser pior do que os principais PMIs devido à distorção do subíndice de tempo de entrega de fornecedores e à falha da pesquisa PMI em capturar as crescentes restrições antiCovid na última semana de outubro.”

Nos portos da China, os estoques subiram pela quinta semana, para o maior nível desde abril de 2019, de acordo com números do site Steelhome. As retiradas diárias estão nos menores níveis dos últimos anos, segundo a Navigate Commodities.

Os contratos futuros de minério de ferro eram negociados com baixa de 3,2%, cotados a US$ 102,75 a tonelada às 15h12 de Singapura, rumo ao menor fechamento em cerca de seis semanas. Os futuros em Dalian ampliaram o período de perdas, enquanto o vergalhão e a bobina laminada a quente também fecharam em baixa em Xangai.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/11/2021