Reforma tributária: Setor siderúrgico vê ganho de competitividade e indução ao crescimento

Reforma tributária: Setor siderúrgico vê ganho de competitividade e indução ao crescimento

“Foi uma vitória histórica, espetacular”, afirma Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, sobre a aprovação da reforma tributária. A entidade reúne as companhias siderúrgicas instaladas no país, como Usiminas, ArcelorMittal, Gerdau, Ternium, entre outras.

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Com a reforma, finalmente, após décadas de tentativas, diz o dirigente do Aço Brasil, ganham a indústria, a agricultura, serviços, o comércio e — principalmente — o país.

“Na reta final das discussões e até a votação, muita gente que não acreditava, passou a acreditar, superando as fake news de que haveria elevação da carga de impostos”, afirma Lopes.

Ele destaca que, conforme um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, em 15 anos as mudanças tributárias vão permitir um crescimento no PIB brasileiro de 12%, na média, apenas como efeito da reforma.

No setor industrial, serão 16,6%; no agronegócio, 10,6%; e na atividade de serviços, 10,1%. “Isso significa um impacto de R$ 1,2 trilhão a mais considerando a base do PIB do ano passado”, diz.

Lopes destaca que, com a aprovação, o país vai seguir o padrão de 170 países no mundo que adotam sistema moderno de tributação, o IVA (Imposto de Valor Agregado). “O nosso é totalmente obsoleto”, diz.

Para o executivo do Aço Brasil, a primeira grande virtude é a simplificação, com o fim da cumulatividade dos impostos. “É um grande ganho”.

Um problema que existe, informa, são os resíduos nas exportações da indústria, que na média atinge 6%. Na siderurgia é 7%. Destaca que esses créditos não são devolvidos. Como exemplo, apenas a siderurgia tem R$ 9 bilhões de créditos, com as cinco maiores empresas acumulando mais de R$ 1 bilhão cada uma.

Lopes afirma que a balança comercial de produtos manufaturados do país, de forma recorrente, acumula déficits. Foram US$ 111 bilhões em 2021 e US$ 128 bilhões no ano passado. “É uma excrecência, pois trata-se da exportação de produtos de maior valor agregado”, observa.

Lopes diz que a reforma tributária era um dos grande pontos da Agenda Brasil. Era apontada como o indutor da retomada do crescimento econômico e recomposição sistêmica da competitividade do país. “O Custo Brasil, de R$ 1,7 trilhão, representa 19% do PIB brasileiro, o que cria entraves para produzir e empreender no país”, acrescenta.

Para Lopes, a reforma traz ainda justiça na carga tributária intersetorial. “Alguns, como a indústria, pagam mais. Outros pagam menos. E quem não paga nada, passa a pagar. No final, todos os setores ganham porque o país, como um todo, ganha”.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/07/2023