Queda no valor das commodities deve beneficiar construtoras de baixa renda

Queda no valor das commodities deve beneficiar construtoras de baixa renda

O Itaú BBA reuniu profissionais do setor da construção para analisar as perspectivas para o segundo semestre. Além dos analistas da corretora, participaram representantes da construtora Rocontec e do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon).

Houve consenso que haverá queda nos preços das matérias-primas à medida que a economia global desacelera e o ciclo da habitação torna-se negativo. Também foi destacado que a mão de obra não deve ser um problema significativo no curto prazo, uma vez que a atividade habitacional já está, sem dúvida, em seu pico. "A menor produtividade do trabalho e as negociações contratuais podem afetar os resultados", apontaram.

Para a analista do Itaú BBA, Laura Pitta, a dinâmica de demanda que levou ao rali de commodities está desacelerando. Os componentes do PMI da demanda futura e o tempo de entrega de mercadorias aponta para uma contração, enquanto a demanda por mercadorias nos EUA também está desacelerando.

"Os preços de commodities podem diminuir em 25% a 30%. Para minério de ferro, no entanto, a dinâmica dos preços deve ser diferente diante da expectativa de normalização nos níveis de estoque e atividade de construção na China", explica Pitta.

Segundo Mario Rocha, da Rocontec, as construtoras de baixa renda devem se beneficiar mais do que seus pares de média renda devido ao maior peso que a matéria-prima tem nos custos das empresas de baixa renda.

"As construtoras de baixa renda utilizam métodos de construção mais industrializados, enquanto as empresas de média renda dependem mais da mão de obra. Os custos do aço e do cimento devem cair antes dos custos trabalhistas", explica Rocha.

Fonte: Monitor do Mercado
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/07/2022