Preço médio do frete por km aumentou 11% no terceiro trimestre, mas tendência é de queda

Preço médio do frete por km aumentou 11% no terceiro trimestre, mas tendência é de queda

De acordo com dados do Índice de Frete Repom (IFR), o preço médio do frete por quilômetro rodado fechou o terceiro trimestre de 2022 com média de R$ 7,87, um acréscimo de 11% em relação ao trimestre anterior. Já em comparação ao mesmo período de 2021, foi registrado um aumento de 56%.

Entre os meses pesquisados deste ano, o valor do frete vem apresentando oscilações entre recuo e altas e, no comparativo entre agosto e setembro, a redução chegou a 4,6%.

O preço médio cauculado pela pesquisa fechou em R$ 7,10. Dentro deste valor, 40,12% corresponde a gastos com combustível; 34,45% sobre a manutenção de caminhões; e 9,57% a impostos. Ainda, o IFR apurou que o percentual de custo de mão de obra do caminhoneiro na composição do preço médio do frete diminuiu de 14,82%, contra 12,12% deste ano.

Entre no  canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o  perfil geral do Portal iG

"Quando comparamos o cenário atual com 2019, período pré-pandemia, em que o custo de mão de obra do caminhoneiro correspondia a 18% do valor do frete, percebemos que esses profissionais acabam barateando sua mão de obra para continuarem trabalhando. Esses números apontam que as despesas estão pesando cada vez mais no bolso dos caminhoneiros", destaca Vinicios Fernandes, diretor da Repom.

O índice também apurou que, em 2021, 14% da frota de caminhões que circulam nas rodovias do Brasil tinha idade média de até três anos; 29% entre 4 a 10 anos; 43% entre 11 e 20 anos; e 12% com mais de 20 anos.

"Isso significa que a maior parte da frota circulante está envelhecida e que a renovação está acontecendo de forma lenta, um reflexo do aumento do preço dos caminhões e das taxas de juros, o que impulsiona a demanda por manutenção e o consumo de combustível", reforça Fernandes.

Mercadorias e preço do frete

Durante a análise das mercadorias transportadas que mais pesam no preço do frete, o IFR identificou que o valor médio, no segmento do agronegócio, aumentou 65% em 2022 em relação a 2020.

Os dados sobre o tipo de mercadoria com maior custo médio de frete, o milho e a soja são os campeões de variação desde 2016. Se comparado a 2021, neste ano, o frete do milho ficou 67% mais caro, e o da soja 33%.

Já o aço, metal e cimento, tiveram um crescimento de 132% no preço médio do frete por km em relação a 2020. O valor para transporte dos itens como pedras, britas, mástique e cimento aumentou 64% em relação a 2020; e do ferro, cobre e aço, 47%.

Preços de frete seguem tendência de queda nos estados

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta sexta-feira a edição de setembro do Boletim Logístico, que traz como um dos destaques a queda nos preços de frete para a maioria dos estados, conforme pesquisa realizada para as principais rotas de escoamento de grãos no país.

De acordo com o Boletim, o estado de Mato Grosso apresentou uma considerável queda nas demandas após o encerramento do período de colheita em agosto. Já em Mato Grosso do Sul, o mercado de fretes apresentou estabilidade, sustentado pela movimentação do milho segunda safra.

Para Goiás, em agosto, o escoamento de grãos por via rodoviária ficou abaixo do esperado por parte das transportadoras em razão da redução estadual nos volumes embarcados para exportação. No Distrito Federal, os fretes rodoviários também apresentaram recuo na maioria das rotas pesquisadas. A queda nos preços dos combustíveis e a finalização da colheita do milho segunda safra resultaram na redução dos preços praticados.

No Paraná, a comercialização de milho para exportação segue paralisada, devido ao direcionamento dos grãos para o uso regional. Na Bahia, os fretes em agosto apresentaram tendência de queda ou estabilidade, sinalizando o efeito da redução do valor do combustível e redução da demanda por transporte dos produtos agrícolas. Em relação aos fretes no Piauí, as variações observadas se dão em decorrência das condições das estradas, especialmente nos períodos de chuva, e, também, das reduções nos preços dos combustíveis.


* Com agências de notícias (Monitor Mercantil e Giro Marília)

Fonte: Infomet
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 10/10/2022