Preço da construção acelera para maior alta desde 2013

Preço da construção acelera para maior alta desde 2013

Pressionado por custo em alta de materiais, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) encerrou 2021 com alta de 18,65%, a maior da série histórica iniciada em 2013 desse indicador informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2020, o indicador subiu 10,16%.

“De maneira geral, todas as variações [do Sinapi] de 2021 foram muito elevadas”, comentou o gerente da Sinapi do IBGE, Augusto Sergio Lago de Oliveira.

Em dezembro, o indicador subiu 0,52% em dezembro, após alta de 1,07% em novembro. No entanto, Oliveira comentou que, mesmo com a desaceleração observada na evolução mensal do indicador, a taxa do último mês do ano ainda é muito elevada, em termos históricos. Ele informou que, se fosse feita uma mediana das taxas mensais da série histórica, desde 2013 para o Sinapi, essa mediana seria de 0,45%, notou ele. “Portanto está [a taxa de dezembro] no limite superior da mediana.”

Em dezembro de 2021, o custo nacional da construção por metro quadrado foi de R$ 1.514,52, sendo R$ 910,06 relativos a material e R$ 604,46 à mão de obra. A parcela de material ficou 0,76% mais cara que em novembro. Já a fatia da mão de obra avançou 0,15%. No ano, a inflação dos materiais foi de 28,12%, e a de mão de obra, 6,76%.

O pesquisador comentou que a elevação mais expressiva de custos de material começou no mesmo ano de início da pandemia (2020) e parece não ter se interrompido, até o fim do ano passado. Embora a taxa do Sinapi de 2021 tenha sido mais impulsionada por acelerações concentradas no primeiro semestre de 2021, os materiais mais caros já operam desde algum tempo após chegada da covid-19 ao país, admitiu ele.

“Foi o custo de materiais [que elevou o Sinapi em 2021]. O custo de mão de obra se manteve dentro do padrão [em 2021] do que vemos continuamente nos anos da construção civil.”

O aumento de custo de matéria-prima, desde começo da pandemia, ajuda a explicar o cenário de material em alta mensurado pelo Sinapi. O técnico observou, ainda, que a matéria prima mais custosa ocorreu em ambiente de demanda aquecida no setor da construção civil - algo que também ocorre desde começo da pandemia.

Ao ser questionado se o mesmo ambiente, de material mais caros na construção devido a custo de matéria-prima elevado, pode se repetir em 2022, o pesquisador preferiu não tecer previsões. “É algo que nossa pesquisa não tem como responder.”

Fonte: Valor
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 12/01/2022