O Brasil na era das terras raras, por Luís Nassif
O Brasil na era das terras raras, por Luís Nassif
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos, essenciais para a produção de uma ampla gama de produtos tecnológicos, como:
– Eletrônicos: Os ímãs de terras raras são essenciais para a fabricação de dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e TV’s.
– Aeroespacial: As terras raras são usadas na fabricação de motores de aeronaves, foguetes e satélites,
– Automotivo: As terras raras são usadas na fabricação de catalisadores, motores elétricos e baterias.
– Energia: As terras raras são usadas na fabricação de turbinas eólicas, painéis solares e conversores de energia.
O Brasil tem grandes jazidas de terras raras, sendo o segundo maior detentor de reservas mundiais, ao lado do Vietnã. As principais jazidas brasileiras estão localizadas em:
– Areias monazíticas do litoral
– Jazidas próximas a vulcões extintos, como Poços de Caldas
– Elevado Rio Grande, em pleno mar.
As principais terras raras encontradas no Brasil são:
Lutécio: O lúteo é um elemento químico utilizado na fabricação de lasers, vidros especiais e pigmentos.
Praseodímio: O praseodímio é um elemento químico utilizado na fabricação de ímãs, vidros especiais e catalisadores.
Neodímio: O neodímio é um elemento químico utilizado na fabricação de ímãs, vidros especiais e lasers.
Samário: O samário é um elemento químico utilizado na fabricação de ímãs, vidros especiais e catalisadores.
Gadolínio: O gadolínio é um elemento químico utilizado na fabricação de ímãs, vidros especiais e lasers.
A questão central é que o país está se transformando em um exportador do minério bruto – com exceção do litio, trabalhado pela CBMM em Araxá. Especialista no tema, ex-presidente da Usiminas, Marco Antonio Castelo Branco defende a necessidade urgente de um trabalho de industrialização das terras, ao invés da venda em bruto.
Trata-se de um investimento pesado, que não pode ser bancado unicamente plo setor privado. Hoje em dia, o país está coalhado de mineradoras australianas, canadenses e brasileiras, mas com pouco poder de fogo. E a exploração desses minérios exige a soma de todas no aproveitamento das enormes jazidas existentes.
Sua proposta é a criação de consórcios, nos quais o Esado participaria inicialmente, através do BNDESPAR, garantindo o investimento mais pesado – e, obviamente, sendo remunerado. Depois, gradativamente deixando as empresas privadas assumirem a iniciativa.
Hoje, as regiões mais ricas do país em terras raras são aquelas com os menores índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O governo Lula tem em mãos a possibilidade de montar políticas de investimento e inclusão social.
Fonte: Jornal GGN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/12/2023