Mineradoras entregam dados sobre barragens

Mineradoras entregam dados sobre barragens

As mineradoras Vale, ArcelorMittal e CSN entregaram ontem ao governo de Minas Gerais relatórios sobre as condições de segurança de 31 barragens de rejeitos de minério do Estado, apurou o Valor. O governo confirmou que recebeu os dados de todas as barragens.

Na segunda-feira, Vale, Usiminas e CSN suspenderam as operações de produção de minério de ferro no Estado, transporte ferroviário e embarques nos portos temporariamente, em decorrência das fortes chuvas. A Vallourec está com as atividades suspensas pela Justiça desde o fim de semana após um dique de contenção de água de chuvas transbordar e inundar a rodovia BR-040, em Nova Lima.

Na terça-feira, o governo estadual e o Ministério Público deram prazo de 24 horas para as mineradoras informarem a situação das barragens em nível de emergência. De acordo com a Fundação Estadual de Meio Ambiente, existem 22 barragens em nível 1 de emergência (21 da Vale e uma da CSN), seis em nível 2 (cinco da Vale e uma da ArcelorMittal) e três em nível de emergência 3 (todas da Vale).

As empresas deveriam apresentar ao governo dados sobre nível médio de chuvas que incidiram nas barragens, a existência ou não de plano para o período chuvoso, avaliação da performance do sistema de drenagem, anomalias registradas nas estruturas e ações adotadas para manutenção e monitoramento das barragens.

A Vale informou que entregou os documentos e acompanha o cenário de fortes chuvas em Minas Gerais com foco na segurança de suas barragens. “O monitoramento segue sendo realizado 24 horas por dia, sete dias por semana, em tempo real”, informou a Vale.

Segundo a Vale, as barragens em nível de emergência 3 - B3/B4 (Nova Lima), Forquilha III (Ouro Preto) e Sul Superior (Barão de Cocais) - não apresentam alteração estrutural. “Mesmo diante das fortes chuvas dos últimos dias e do acúmulo de água na região das contenções elas seguem funcionando normalmente e aptas a cumprirem sua função de reter os rejeitos em caso de necessidade.”

A Vale informou ainda que as comunidades que residem nas zonas de autossalvamento das barragens em nível de emergência 2 e 3 em Barão de Cocais, Macacos (distrito de Nova Lima), Ouro Preto e Itabirito foram evacuadas desde 2019 e as estruturas estão inativas.

A CSN informou que presta todos os esclarecimentos às autoridades sobre as barragens. “A empresa já está trabalhando para corrigir os pequenos escorregamentos em terreno natural e nosso corpo técnico está em completo alinhamento com os órgãos competentes. A companhia segue monitorando os equipamentos com leitura em tempo real, 24 horas por dia, e reafirma que não foi detectada nenhuma anomalia na estrutura de Casa de Pedra”.

A CSN Mineração e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) suspenderam as atividades na mina Casa de Pedra, em Congonhas, após a suspeita de vazamento em um dos diques da mina.

A ArcelorMittal informou que entregou as informações sobre a barragem na Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu. “Adicionalmente, a empresa esclarece que a barragem permanece sem alterações em seu nível de emergência, permanecendo em nível dois”, informou. A mineradora acrescentou que faz o monitoramento da barragem 24 horas por dia, sete dias por semana. A companhia possui um plano de ação específico para o período chuvoso, e já implementado.

Em 24 horas, subiu de 145 para 341 o número de municípios em situação de emergência, em função dos temporais. De acordo com a Defesa Civil, nas últimas 24 horas, foram registradas cinco mortes. O total de desabrigados chega a 3.992 pessoas. Outras 24.610 estão desalojadas. Ontem, o governador Romeu Zema (Novo) solicitou ao governo federal R$ 935,6 milhões em recursos para enfrentar os danos causados pelas chuvas.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/01/2022