Minas mantém barragens com risco 3 anos após Brumadinho

Minas mantém barragens com risco 3 anos após Brumadinho

Três anos depois do rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro em Brumadinho (MG), no desastre que se tornou o maior acidente de trabalho já registrado no Brasil, o estado de Minas Gerais ainda mantém barragens em nível de perigo e não desativou aquelas que deveriam ter sido encerradas por lei.

Sancionada em fevereiro de 2019, um mês depois do desastre que faz aniversário nesta terça-feira (25), a legislação conhecida como “Mar de lama nunca mais” deu um prazo de três anos para que todas as barragens a montante no estado fossem desativadas por meio de um processo chamado de descomissionamento. Em 2022, ainda há 49 barragens desse tipo em Minas Gerais. O prazo estabelecido para que todas sejam encerradas termina no dia 25 de fevereiro.

Entre as barragens a montante no estado, 39 são estruturas classificadas em nível de emergência — três das quais no maior patamar de risco —, segundo reportagem do jornal O Globo publicada no início de janeiro. Barragens a montante costumam ser mais vulneráveis por conta desse método, que permite que o dique inicial da estrutura seja ampliado para cima quando ela fica cheia, utilizando o próprio rejeito do processo de beneficiamento do minério como fundação da barreira de contenção.

O desastre de Brumadinho deixou 270 mortos em janeiro de 2019. A barragem que se rompeu pertencia à mineradora Vale. Em 2015, na cidade de Mariana (MG), a ruptura de outra barragem da Vale assolou o rio Doce e se tornou o maior desastre socioambiental da história do país.

Entre o fim de 2021 e o início de 2022, a preocupação com o estado das barragens em Minas Gerais se renovou depois que o estado foi atingido por fortes chuvas. Mineradoras suspenderam suas atividades no período dos temporais mais intensos, no início de janeiro. Segundo a Defesa Civil do estado, havia 25 mortos por conta das tempestades até esta segunda-feira (24).

Fonte: Nexo Jornal
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/01/2022