Minas Gerais atraiu 29% dos projetos da China no Brasil em 2023

Minas Gerais atraiu 29% dos projetos da China no Brasil em 2023

Em 2023, as empresas chinesas investiram US$ 1,73 bilhão no Brasil, em 29 projetos diferentes, conforme relatório anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Minas Gerais absorveu 29% deles, o segundo maior percentual entre as unidades federativas, atrás somente de São Paulo, com 39%. No total, foram nove empreendimentos atraídos pelo Estado nos setores de eletricidade, fabricação de aparelhos elétricos e fabricação de máquinas e equipamentos. 

Em relação a 2022, a participação mineira entre os projetos confirmados no País cresceu oito pontos percentuais (p.p.). Conforme o diretor de Conteúdo da instituição bilateral e autor do estudo, Tulio Cariello, no estoque de investimentos, relativo ao período de 2007 até o ano passado, Minas também se destacou, ficando na segunda posição, atrás dos paulistas. 

“É um Estado que tem atraído muitos investimentos principalmente na área de energia elétrica, que tem sido o setor-chave”, enfatiza “Mas temos também bastantes investimentos na indústria manufatureira, em fábricas de produtos eletroeletrônicos, de máquinas e equipamentos, áreas que foram bem atrativas nos últimos anos”, pondera, citando ainda a mineração e o agronegócio.

Segundo Cariello, os aportes dos chineses em Minas Gerais no ano passado contemplaram tanto novos empreendimentos quanto melhorias operacionais. Ele menciona projetos de três companhias como emblemáticos: da XCMG, fabricante de maquinário pesado, da China Three Gorges (CTG), geradora e comercializadora de energia, e da State Grid, também do ramo elétrico.

Estado tem oportunidades à vista 

O estudo da CEBC aponta que a intensificação dos investimentos da China em “novas infraestruturas” no exterior abre uma janela de oportunidade para o País, especialmente em áreas ligadas a projetos de transição energética. “Desde 2010, o Brasil tem sido destino de projetos chineses ligados à sustentabilidade, incluindo iniciativas em hidrelétricas, energias solar e eólica, baterias elétricas, painéis fotovoltaicos e carros eletrificados”, sublinha o documento.

Para o diretor do conselho, Minas Gerais é forte neste setor e terá oportunidades no futuro. Ele ressalta que os dados mostram esse potencial ao indicar que o Estado já atraiu diversos aportes em áreas consideradas prioritárias pelos chineses, por exemplo, em energia limpa, na qual ocupa lugar de destaque. Cabe reiterar, neste caso, que a China é a maior investidora em energias renováveis em escala global, o que abre espaço para novas possibilidades de investimentos.

De acordo com Cariello, o Estado também tem vários aportes consolidados no segmento de manufatura de alto padrão, que demanda um nível elevado de tecnologia, outra área que os chineses estão focados. Ele diz que, se considerarmos que a política doméstica reflete na política externa, e que a China, em 2023, foi o terceiro país que mais investiu no mundo, Minas Gerais está em um círculo virtuoso de atração de investimentos, assim como outras unidades federativas.

“São iniciativas que, muitas vezes, são do próprio Estado e de municípios que têm tentado atrair investimentos. A Bahia é um exemplo. Não é à toa que a BYD, sem dúvida o grande destaque dessa última pesquisa, foi fazer um investimento em Camaçari, que é uma cidade como Pouso Alegre, que também tem investimentos interessantes sendo realizados”, pontua.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/09/2024