Instituto Aço Brasil preocupado com proposta da União Europeia

Instituto Aço Brasil preocupado com proposta da União Europeia

A proposta da União Europeia em reduzir as cotas de importações de aço pela metade e aumentar as tarifas em 50% preocupa o Instituto Aço Brasil. A medida eleva o grau de urgência com que o Brasil deve reagir, buscando tornar mais efetiva a aplicação de mecanismos de defesas comerciais em relação ao segmento. “Trata-se de mais um grande ator global do aço que recorre a uma dura medida para tentar preservar a capacidade de suas usinas, de investir e gerar empregos, depois dos Estados Unidos e do Canadá”, afirma o instituto. A proposta da União Europeia é capaz de acentuar o risco de desvios de comércio e o desequilíbrio do já sobreofertado mercado internacional.

A medida tem consequência imediata para o Brasil, como o aumento da vulnerabilidade da indústria do aço frente à onda predatória de importações, tornando ainda mais delicada sua já preocupante situação. Sem dispor de defesa comercial condizente com a gravidade do quadro global de guerra comercial desleal no setor, o Brasil vai se consolidando cada vez mais como destino preferencial do aço vendido abaixo do preço de custo, que não encontra mais espaço em mercados com defesas aplicadas de forma mais efetiva. Atualmente, as importações corroem um terço do mercado brasileiro de aço. Nos oito primeiros meses de 2025, as importações de aço laminado ao Brasil cresceram 30% em relação a igual período de 2024, e a previsão é de aumento de 32,2% no ano, o triplo da média histórica. A alta ocorre mesmo após o Brasil ter reforçado as defesas comerciais em relação a 14 NCMs (Nomenclaturas Comuns do Mercosul), de 273 disponíveis, com a renovação do mecanismo Cota-Tarifa.

O Aço Brasil afirma reconhecer os esforços do governo para conter as importações predatórias, mas, lamentavelmente, o produto vendido a preços desleais continua entrando no mercadobrasileiro, facilitado por acordos comerciais, regimes especiais, incentivos estaduais e fraudes na classificação de produtos. O Instituto Aço Brasil encerra a nota defendendo a necessidade imediata de o Brasil reagir, por entender que a situação “ameaça não só a indústria do aço, mas toda a cadeia produtiva metalmecânica, bem como sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento do País, por meio dos investimentos realizados e empregos gerados, e para a segurança nacional”.

 
Fonte: Brasil Mineral
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/10/2025