Gerdau e ArcelorMittal registram lucro no 1º trimestre

Gerdau e ArcelorMittal registram lucro no 1º trimestre

A Gerdau divulgou semana passada lucro líquido de primeiro trimestre 17% menor em relação aos três meses anteriores, a R$ 2,94 bilhões, com resultados mais fracos no Brasil compensando melhoria na América do Norte.

O resultado ficou ligeiramente abaixo dos R$ 3,09 bilhões esperados, em média, por analistas, segundo dados da Refinitiv.

A margem Ebitda doméstica da Gerdau caiu 7,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior para 24,3%. A empresa mencionou no balanço que as vendas ficaram quase estáveis ??em um nível alto, mas o cenário geral apresentou desafios à medida que as taxas de juros aumentam.

“As perspectivas para 2022 são de crescimento de receita e queda de volume na distribuição e no varejo. Projetamos estabilidade para o volume de vendas de aço”, afirmou a Gerdau no balanço.

A queda nas margens brasileiras acabou minimizando bons resultados na América do Norte, que haviam sido destaque do resultado do quarto trimestre do ano passado. A margem Ebitda na América do Norte cresceu 5,6 pontos percentuais, para 27,4%, disse.

As vendas totais de aço da Gerdau no primeiro trimestre totalizaram 3,06 milhões de toneladas, queda de 1% em relação ao ano anterior e de 3% em relação aos três meses anteriores. A produção aumentou 4%, sequencialmente, para 3,4 milhões de toneladas.

O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 3% em relação ao trimestre anterior, para R$ 5,83 bilhões.

ArcelorMittal

A ArcelorMittal reportou lucro acima do esperado para o primeiro trimestre, mas previu uma ligeira contração na demanda global de aço este ano, com um declínio acentuado nos países da ex-União Soviética.

A mudança na demanda global de aço em 2022 ficará entre 0% e -1%, disse a empresa. Para a região da Rússia e Ucrânia, a demanda será 10% menor.

A empresa com sede em Luxemburgo também aumentou seu programa de recompra para 2022 para US$ 2 bilhões, de US$ 1 bilhão concluído anteriormente.

A segunda maior siderúrgica do mundo disse que o Ebitda foi de US$ 5,08 bilhões, contra a previsão média de US$ 4,57 bilhões em uma pesquisa compilada pela empresa.

“As condições do mercado estão fortes, embora agora estejamos prevendo que o consumo aparente de aço contraia ligeiramente este ano em comparação com 2021”, disse o presidente-executivo, Aditya Mittal, em comunicado.

O grupo disse que mesmo que seus resultados tenham sido ofuscados pela guerra na Ucrânia e pelas crescentes pressões inflacionárias, beneficiou-se dos preços médios de venda de aço e do minério de ferro mais altos. “No entanto, está claro que a perspectiva fundamental de longo prazo para o aço é positiva”, disse ele.

Aço valorizado deve alavancar 2º tri da CSN

A CSN espera um segundo trimestre com resultados maiores do que os obtidos no início do ano, com preços de aços planos no Brasil elevados apesar do forte descompasso em relação aos valores praticados no exterior, afirmaram executivos da companhia.

O diretor comercial da CSN, Luiz Fernando Martinez, disse que os preços de aços planos no Brasil estão atualmente 24% mais altos que os praticados no exterior. Mas diante da volatilidade do câmbio e dificuldades logísticas, ele não espera que as importações no segundo trimestre aumentem a ponto da CSN ser forçada a conceder descontos.

“Não vejo importação maior no segundo trimestre. Tem um problema logístico enorme, com clientes, inclusive, tendo que esperar 120 dias para receber”, disse Martinez em conferência com analistas sobre o balanço do primeiro trimestre.

“Essa incerteza toda permite mantermos este prêmio. Não vemos pressão para descontos”, acrescentou, referindo-se a bobinas a quente.

Mas o foco da CSN está sobre produtos revestidos, com mais de 50% da produção dedicada ao segmento. Por isso, a companhia vai manter uma estratégia “mais agressiva” de preços no Brasil nesta área para enfrentar a concorrência de material importado, disse Martinez.

Em aços longos a situação é diferente, com preços no Brasil abaixo do exterior, disse o executivo. Por conta disso, a empresa elevou seus preços de vergalhão e fio-máquina em 12% em 1º de maio “e a ideia é recuperar esse prêmio ao longo do segundo trimestre”, disse o diretor comercial da CSN.

A previsão da companhia é que o mercado brasileiro de aço este ano cresça entre 2,5% e 4% e que as vendas da CSN subam 10% a 15%, afirmou Martinez.

E após as fortes chuvas, que derrubaram as vendas de minério de ferro da companhia, uma de suas principais áreas de negócios, a CSN espera “forte reação no segundo trimestre”, com volumes de vendas maiores, preços elevados e custo mais diluído, disse o diretor financeiro, Marcelo Ribeiro, na conferência.

Questionado sobre eventual interesse da CSN em aquisições em siderurgia e minério de ferro no Brasil, Ribeiro afirmou que a companhia está seguindo seu plano de dobrar de tamanho em três anos e que isso não necessariamente passa por compra de ativos.

“Em mineração temos um plano de investimento de R$ 12 bilhões para dobramos nossas operações na área e é essa a prioridade. No caso de siderurgia, temos uma série de projetos dentro de casa que vão tirar gargalos e aumentar a produção em mais ou menos 1,5 milhão de toneladas”, disse Ribeiro. Ele acrescentou que a empresa está trabalhando também em projetos novos de menor escala nos Estados Unidos em aços longos.

“Conseguiremos, dessa forma, dobrar a companhia sem falar de fusões e aquisições. Nosso foco está sobre este plano”, disse.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/05/2022