Fabricantes de motores defendem fontes plurais de combustível no país

Fabricantes de motores defendem fontes plurais de combustível no país

 MWM e Cummins destacam no #ABX22 os biocombustíveis como alternativa no mercado interno Os fabricantes de motores independentes instaladas no Brasil endossaram a opinião das montadoras a respeito do caminho rumo à descarbonização: no futuro, diversas tecnologias de propulsão para veículos comerciais vão coexistir para deixar o ar mais limpo, e a missão não ficará apenas nas mãos dos motores elétricos, como acontecerá nos países desenvolvidos em breve.

Representantes da MWM e da Cummins apresentaram os pontos de vistas das empresas a respeito do tema na quinta-feira, 8, no São Paulo Expo, durante o #ABX22 - Automotive Business Experience, principal encontro de negócios do ecossistema automotivo e da mobilidade. Em comum, a visão de que há um caminho a ser percorrido por aqui antes de se pensar em uma frota 100% eletrificada.

"Entendemos que a melhor rota de descarbonização para veículos comerciais é através dos biocombustíveis. O Brasil tem uma biomassa única. Trabalhamos em diversos projetos de biocombustíveis que envolvem uma cadeia que gira em torno da economia circular", disse no evento José Eduardo Luzzi, CEO da MWM. "O Brasil usa menos de 2% do seu potencial de geração de biometano."

Há biometano para todos

O executivo afirmou, ainda, que o atual potencial total de produção de biometano do país, algo em torno de 150 milhões de metros cúbicos, é capaz de surprir as demandas por combustível da frota diesel circulante no Brasil. "É a solução ideal até que o país tenha infraestrutura de recarga. O Brasil não tem um governo que pode se dar ao luxo de subsidiar mobilidade elétrica enquanto há tantas carências [sociais]", contou Luzzi.

Para Antonio Almeida, vice-presidente de vendas da Cummins, destacou também que a aplicação dos clientes também sao um fator importante na decisão sobre qual é o melhor tipo de motorização dos veículos comerciais. "Uma mineradora, que opera 24 horas por dia, não consegue viabilizar o uso de um caminhão elétrico, por exemplo, considerando o tempo de recarga."

Ele disse, ainda, que a Cummins trabalha com uma série de iniciativas no mundo que levam em consideração esse aspecto. "Nossa estratégia não olha apenas para o presente. A descarbonização é um dos maiores desafios da nossa geração, mas não chegaremos lá de uma hora para outra. Cada tecnologia na sua hora certa. O segredo é conhecer o cliente e indicar a solução certa para a sua aplicação", finalizou o executivo.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 15/09/2022