Exportação de sucata ferrosa teve queda de 72% em junho

Exportação de sucata ferrosa teve queda de 72% em junho

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, atingiram apenas 12.830 toneladas em junho, uma queda acentuada de 72% em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando alcançaram 45.641 toneladas. No primeiro semestre, os números das vendas externas de sucata ainda são positivos, com um total de 231.498 toneladas, um aumento de 28% em relação às 180.695 toneladas em janeiro a junho de 2021, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

A retração nas exportações se deve, segundo o Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), entidade que representa os mais de 5,6 mil processadores de recicláveis, a uma oferta maior do insumo no exterior, o que reduziu a demanda pela sucata brasileira.

As empresas de sucata ferrosa tradicionalmente comercializam no mercado interno mais de 90% do volume, só vendendo externamente o excedente não consumido no Brasil, para garantir a sobrevivência do setor em momentos de baixa na demanda local. Após um período de valores artificialmente altos no país, desde junho/julho há um corte de preços pagos pelas usinas siderúrgicas.

De acordo com a (A Associação Latino-americana de Aço) Alacero, em 2021 foram gerados mais de 100 mil empregos na indústria siderúrgica regional, superando o número anterior à pandemia (2019). Esse aumento representa uma alta de 8,3% com relação a 2020, ano em que 93 mil postos de trabalho foram perdidos. Com isso, o setor na América Latina atingiu 1,3 milhão de empregos, um resultado fundamental para a recuperação econômica após a crise sanitária.

“Apesar do grande impacto da pandemia nos níveis de emprego, a nossa indústria demonstrou sua resiliência mais uma vez. No primeiro ano da pandemia, 18 fornos pararam de operar e houve uma perda de mais de 90 mil empregos no nosso setor. Mesmo assim, em 2021 a indústria do aço deu rápidos sinais de melhoria: houve uma recuperação de 9%, acima dos 8,1% do restante da cadeia de valor. Hoje, para cada posto de trabalho na indústria do aço são gerados outros empregos indiretos dentro dessa cadeia”, comenta Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero.

Ainda segundo a entidade, para cada posto de trabalho na área são gerados em média outros 4,93 empregos indiretos na cadeia de valor. O Brasil foi o país que registrou o maior aumento de empregos diretos em 2021 com relação a 2020, com um total de mais de 16.600 postos, seguido pelo Peru, com 1.900. Já os países com maior indicador de geração de empregos indiretos em 2021 foram Chile (9,67), México (6,50), Equador (5,28), Argentina (4,76) e Brasil (4,44).

De acordo com a Alacero, a pandemia foi o principal vetor da oscilação da economia e do índice de emprego na América Latina. No primeiro ano provocou a perda de 16.300 empregos diretos (-7,4%), porcentagem ligeiramente superior à queda de 7,1% observada nos empregos indiretos, o que representou menos 76.800 postos de trabalho.

Embora a análise do consumo de materiais na América Latina realizado pela Alacero preveja uma redução de 2,1% no consumo de aço este ano, a indústria siderúrgica tem, tal como se revelou acima, uma grande capacidade de resiliência e um papel muito importante na recuperação do mercado de trabalho na América Latina.

Fonte: Monitor Mercantil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/07/2022