Estudo diz que indústria de caminhões projeta mudanças radicais em 10 anos

Estudo diz que indústria de caminhões projeta mudanças radicais em 10 anos

O modelo de negócios da indústria de veículos pesados no Brasil deve sofrer mudanças radicais nos próximos 10 anos. Essa é uma das conclusões da Pesquisa Caminhões SAE Brasil 2022, realizada pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade em conjunto com a KPMG e a agência de notícias Autodata. Os resultados foram divulgados na quarta-feira, 14, na sede da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo. 

As perguntas da pesquisa foram divididas em três grupos: aspectos estratégicos, matriz energética e relacionamento com clientes. Entre as conclusões mais importantes, 68,9% dos representantes da indústria de caminhões afirmaram que o desenvolvimento de tecnologias de propulsão limpa é “muito importante”, mesmo percentual informado para o aperfeiçoamento da eficiência energética de motores a combustão.

Indústria de caminhões em transformação

Para quase 90% dos entrevistados, o atual modelo de negócios da indústria (baseado puramente em produzir e vender) mudará radicalmente no Brasil na próxima década.

Além disso, 59,9% acreditam que o papel das concessionárias deve ganhar ainda mais importância na intermediação da relação entre clientes e fabricantes.

Clientes aceitariam gastar mais com caminhão verde

Questionados sobre a intenção de compra de um caminhão novo, dois terços dos entrevistados manifestaram interesse em adquirir outro veículo. Enquanto 27,3% afirmaram que a aquisição deve acontecer ainda neste ano, 22,3% afirmaram que isso deve ocorrer nos próximos dois anos.

Já 33,1% disseram que não pretendem comprar um caminhão nos próximos quatro anos. Entre eles, 62,5% dos entrevistados são autônomos, o que representa certo alívio para a indústria.

Outro ponto interessante surgiu ao perguntar se os clientes estariam dispostos a absorver um custo mais elevado de abastecimento para beneficiar o meio ambiente: 32,2% afirmaram concordar parcialmente com isso e 14% disseram concordar plenamente.

Quando questionados qual porcentagem a mais estariam dispostos a pagar para diminuir as emissões de carbono, 58,9% afirmaram que o incremento no custo poderia chegar a até 5%, enquanto 28,6% se dispuseram a pagar até 10% a mais. 

Incentivo governamental é importante

Ao mesmo tempo, 65,6% dos entrevistados disseram concordar inteiramente com a criação de um eventual programa de incentivos do governo para quem investir em caminhões com propulsão limpa, e 26,9% alegaram concordar parcialmente com a ideia.

Por fim, 43,5% dos respondentes (de indústria e clientes) afirmaram que é alto o grau de maturidade de sua organização sobre a importância dos princípios relacionados à agenda ESG, sendo que 41,8% classificaram a taxa como média. Sobre a importância de suportar custos adicionais para atender aos princípios da agenda ESG, 48,8% dos entrevistados declararam concordar plenamente.

No levantamento, 70,1% dos respondentes foram da região Sudeste, com 20,5% da região Sul. Entre os entrevistados da indústria, 20,3% trabalham em montadoras, ao passo que 19,7% representam concessionárias.

- Confira aqui os resultados da Pesquisa Caminhões SAE Brasil 2022

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 16/09/2022