Empresas brasileiras de mineração e metalurgia recorrem à reciclagem de água para cumprir metas ESG

Empresas brasileiras de mineração e metalurgia recorrem à reciclagem de água para cumprir metas ESG

A demanda por projetos de reciclagem de água deverá aumentar entre as empresas brasileiras de mineração e metalurgia, tanto para o abastecimento de operações existentes quanto para atender a novos projetos.

“As empresas das áreas de mineração e siderurgia têm atualmente uma série de obrigações, metas relacionadas às práticas ESG e projetos de reúso de água ajudam as empresas a cumprir parte desses objetivos, pois estamos eliminando o consumo de água potável nas unidades industriais”, afirmou Paulo Roberto de Oliveira, CEO da empresa de saneamento GS Inima, à BNamericas.

No início desta semana, um consórcio liderado pela GS Inima ganhou uma concessão de 30 anos para projeto, construção e operação de uma instalação de reciclagem de água de R$ 240 milhões (US$ 50 milhões), no Espírito Santo.

O contrato foi oferecido pela concessionária estadual Cesan, e o consórcio – formado por GS Inima Brasil e Tubomills – será responsável pela prestação de serviços de tratamento de água na Bacia de Camburi e pelo abastecimento das operações industriais da siderúrgica ArcelorMittal.

A capacidade de produção de água tratada da planta será de 200 l/s, equivalente ao consumo de uma cidade com 115 mil habitantes.

A Cesan está atualmente em negociações com a Vale para implementar uma iniciativa de reaproveitamento de água nas operações industriais da empresa no estado, confirmou um porta-voz da empresa à BNamericas.

Além das operações existentes, novos projetos no setor de mineração também buscam opções para reduzir o uso de água potável.

A Sul Americana de Metais (SAM), subsidiária brasileira do grupo chinês Honbridge Holdings, promete realizar uma das operações com maior nível de reciclagem de água no país. A empresa aguarda licenças para desenvolver seu complexo de minério de ferro Bloco 8, de US$ 2,1 bilhões, em Minas Gerais.

Durante as operações, cerca de 95% da água utilizada no projeto será reaproveitada, informou a empresa.

A Grota do Cirilo, maior projeto de lítio do Brasil, de propriedade da Sigma Lithium, já recicla praticamente toda a água que utiliza.

As questões de ESG, incluindo o uso da água, estão recebendo imensa atenção das empresas de mineração.

No início desta semana, através do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), grandes empresas de mineração publicaram um documento durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, definindo uma série de compromissos relacionados à preservação ambiental nos próximos anos.

"A indústria de mineração deve a sua existência à natureza. No momento em que a integridade do nosso mundo natural está em perigo, mas a procura por minerais críticos está prestes a aumentar, firmamos o compromisso com uma ação coletiva significativa para ajudar a criar um futuro positivo para a natureza", declarou o presidente e CEO do ICMM, Rohitesh Dhawan, em um comunicado.

“Esses compromissos estão fundamentados nas metas e ações individuais significativas dos membros do ICMM, ao longo de várias décadas, incluindo a conservação do habitat, a proteção das espécies e a restauração da paisagem”, acrescentou.

 
Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/01/2024