CSN obtém crédito de exportação de US$ 375 milhões com italiana Sace

CSN obtém crédito de exportação de US$ 375 milhões com italiana Sace

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fechou com a italiana Sace uma linha de crédito de exportação de US$ 375 milhões. A operação envolve um pool de cinco bancos liderado pelo BNP Paribas. O empréstimo é a favor da CSN Mineração, segunda maior exportadora de minério de ferro brasileiro. As taxas e os custos do financiamento não foram informados, mas a Sace, que tem escritório em São Paulo, afirma que são valores de mercado.

Controlada pelo Ministério da Fazenda da Itália, a Sace espera que mais de 450 empresas, especialmente pequenas e médias, mostrem interesse de fechar negócios com a CSN. A primeira reunião com os interessados deve acontecer ainda neste ano. Nos últimos 6 anos, o Grupo CSN já firmou contratos comerciais de fornecimento com 19 exportadores italianos, incluindo vários clientes da SACE, como Matec, Paul Wurth Italia, Leonardo e Bedeschi.

Recurso será utilizado em projeto de expansão

O empréstimo contribui para o desenvolvimento do plano de investimentos do Grupo CSN no quinquênio 2021-2025. O plano prevê a construção de nova estrutura de produção na cidade de Congonhas (MG), projetos de expansão industrial das plantas existentes e a implantação de tecnologia para aumentar a recuperação de sucata com o objetivo de valorizar as importações.

Pauline Sebok, head da Sace no Brasil, diz que os recursos já foram desembolsados e estão sendo destinados pela CSN para a área de mineração. A companhia, comandada por Benjamin Steinbruch, tem ambição de se tornar uma das principais empresas mundiais em mineração de ferro.

Em junho, a empresa mostrou a intenção de comprar a Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, mas a operação é considerada de alto risco pelo mercado. Além do tamanho da dívida, de cerca de R$ 50 bilhões, existe o desentendimento entre a companhia e os credores que não conseguem chegar a um acordo desde o início da Recuperação Judicial, no ano passado.

O Brasil é um dos cinco maiores players de mineração do mundo. O País possui a segunda maior reserva de ferro do planeta, a quarta de bauxita, a sétima de ouro e o subsolo contém, em abundância, níquel, estanho, cobre, manganês e nióbio, entre outros minerais. O faturamento geral do setor em 2021 foi de US$ 45 bilhões, aproximadamente 3% do PIB. Na comparação com 2020, o crescimento de quase 50% foi incentivado pela dinâmica de preços que se manteve em alta durante boa parte do ano para quase todos os tipos de metais. Hoje, ainda existem aproximadamente 3 mil minas ativas no País. O minério de ferro representa dois terços do faturamento do setor, com produção de aproximadamente 400 milhões de toneladas por ano.

Empresa tem capacidade de produção de 5,6 mi de toneladas de aço

Com capacidade de produção de 5,6 milhões de toneladas por ano de aço bruto, o grupo CSN comprou em 2015 a Nacional Ores S.A. (NAMISA), a mina de Casa de Pedra e o Porto de Tecar, combinado com o Porto de Sepetiba Tecon para uma atividade integrada. Além disso, a autossuficiência energética é assegurada por meio de investimentos em três usinas e pela participação direta e indireta de 35% no capital da MRS Logística, joint venture com outras siderúrgicas locais: Gerdau, Usiminas e Vale.

Fonte: Estadão
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/07/2022