CSN assina cheque de R$ 5,2 bilhões e finaliza compra da cimenteira LafargeHolcim no Brasil

CSN assina cheque de R$ 5,2 bilhões e finaliza compra da cimenteira LafargeHolcim no Brasil

Ao assinar ontem um cheque da ordem de R$ 5,2 bilhões, o empresário Benjamin Steinbruch, principal acionista da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), finalizou a compra da cimenteira LafargeHolcim Brasil, anunciada no início de setembro de 2021.

O negócio teve a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste brasileiro, em agosto e não sofreu nenhuma contestação no prazo de praxe de 15 dias posteriores. Em dólar, a aquisição foi feita por US$ 1,025 bilhão — ao câmbio da época, de R$ 5,70, o valor era correspondente a R$ 5,8 bilhões.

Em fato relevante divulgado ontem, a CSN informou que sua controlada CSN Cimentos S.A., que concentra as operações de fabricação e comercialização de cimento do grupo, passou a assumir 100% das ações da LafargeHolcim (Brasil) S.A.

Com isso, a empresa adquirida do grupo franco-suíço Holcim passa a se chamar CSN Cimentos Brasil S.A. e torna-se subsidiária integral da CSN Cimentos.

Em meados do ano passado, a cimenteira de Steinbruch também adquiriu a Cimento Elizabeth, da Paraíba, por R$ 1,1 bilhão.

As compras da Elizabeth e da LafargeHolcin elevam a CSN ao posto de segundo maior produtor de cimento do país, ficando atrás apenas da Votorantim Cimentos e logo à frente da InterCement Brasil. Estima-se produção e venda total, anualizada, da nova CSN em 12 milhões de toneladas — volume a ser, de fato, verificado, ou não, em 2023.

Representantes da Holcim chegaram ao Brasil na segunda-feira para concluir os últimos detalhes do negócio. Estiveram com Benjamin Steinbruch e jantaram com diretores da CSN, relatou o empresário ao Valor durante evento de premiação do anuário “Valor1000”, em que a CSN foi eleita campeã na categoria Metalurgia e Siderurgia.

“Estou pagando, neste semestre, até o fim do ano, cerca de R$ 9 bilhões em aquisições, disse Steinbruch”, listando as compras da LafargeHolcim, da geradora de energia elétrica gaúcha CEEE-G e de duas outras empresas de energia (Energética Chapecó e Santa Ana Energética).

Segundo o empresário, o grupo tem projeto de investir mais no setor energético, com destaque em energia renovável, principalmente solar. O objetivo é suprir as demandas internas — a fabricação de cimento é intensiva em consumo de energia.

A CSN já era dona de uma térmica (235 MW) na usina de aço de Volta Redonda (RJ) e de participações nas hidrelétricas de Itá (no Sul) e Igarapava (rio Grande, na divisa de Minas e São Paulo).

A lafargeHolcin já traz uma receita líquida de R$ 2,15 bilhões, obtida em 2021, com margem Ebitda de 64,2%, para a CSN Cimentos. Serão incorporadas dez unidades operacionais (fábricas integradas, moagens e misturadas) nos Estados da PB, BA, ES, MG, RJ, GO e SP. A capacidade instalada de produção é de 10,3 milhões de toneladas por ano.

Após esse negócio, a CSN Cimentos passa a operar 13 fábricas no país, dispondo de capacidade de produção de 16,3 milhões de toneladas de cimento.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/09/2022