Crise chinesa deve puxar mais queda do preço do aço

Crise chinesa deve puxar mais queda do preço do aço

Os preços do aço na China devem continuar em trajetória de queda até o final do ano e em 2024, com enfraquecimento da demanda e excesso da capacidade produtiva, segundo a Capital Economics.

A crise prolongada no setor imobiliário chinês é o maior fator de baixa, disse a empresa de pesquisa com sede em Londres. Os esforços de Pequim para estimular a economia irão, na melhor das hipóteses, conter o declínio.

Embora os gastos do governo com infraestruturas possam ajudar a sustentar uma demanda mínima, as vendas de imóveis estão em “declínio de longo prazo devido a fatores demográficos e ao êxodo rural mais lento para as cidades”, afirmou a Capital Economics.

Ao mesmo tempo, o crescimento das exportações de aço pode diminuir com a desaceleração econômica em países desenvolvidos.

Os preços do aço laminado a quente e do vergalhão de aço na China já caíram cerca de 14% em relação ao pico de meados de março. E a cotação do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian acumula queda de mais de 11% no mesmo período.

A Capital Economics estima que os preços do aço devem cair mais 4% até o final do ano, e quase 3% em 2024.

O setor imobiliário responde por 37% da produção de aço da China, de acordo com o ANZ Group, enquanto a construção civil como um todo consome cerca de 60%. O banco espera que a demanda por aço no setor imobiliário caia 22% este ano, para 275 milhões de toneladas. Embora algum crescimento na infraestrutura compense isso, o ANZ prevê que a demanda global por aço se contraia em 5%, para 910 milhões de toneladas.

Os preços do aço para construção na China sofreram uma queda forte após o pico de março, mas se estabilizaram nas últimas semanas. A produção aumentou com as usinas se preparando para um aumento sazonal da atividade de construção nos próximos dois meses. As siderúrgicas também podem estar aumentando produção antes que o governo imponha restrições para limitar a poluição.

O governo limitou a produção nos últimos dois anos, depois que as usinas do país ultrapassaram 1 bilhão de toneladas, e prometeu fazer o mesmo em 2023. A produção também deve cair no ano que vem, com o mesmo cenário de demanda fraca e estoques altos, disse a Capital Economics.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 31/08/2023