Cratera em SP não foi causada pelas obras do metrô

Cratera em SP não foi causada pelas obras do metrô

A Acciona, concessionária responsável pela construção da Linha 6-Laranja do Metrô, anunciou que o desmoronamento ocorrido nesta terça-feira (1) na Marginal Tietê, zona norte de São Paulo, não está relacionado às obras do metrô.

Em nota, ela disse que, “com as informações disponíveis neste momento, as obras da Linha 6-Laranja foram descartadas como a causa do incidente. Trata-se de um rompimento de um interceptor de esgoto”.

Após a determinação do Governador João Dória de que a construtora identificasse as causas do desmoronamento o quanto antes, o presidente da concessionária negou que a tuneladora – o equipamento conhecido, popularmente, como tatuzão – tenha se chocado com a rede de esgoto.

André de Ângelo, que comanda a Acciona, afirmou que, provavelmente, o local tenha cedido por conta da chuva ou das erosões, já que a tuneladora estava a três metros dessa coletora. “Não houve nenhum choque”, complementou.

Ele também comentou que, além de tudo — e, principalmente, pela ausência de vítimas — o acontecimento não interfere nas demais frentes de trabalho do projeto, que seguirão em execução.

Essa era uma das preocupações de Dória, que se reuniu com os engenheiros da Acciona para buscar estratégias de manter o cronograma da obra em relação aos prazos, desde que a segurança dos funcionários não seja colocada em risco.

O plano, agora, é preencher a área da cratera com material rochoso e argamassa — uma decisão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em conjunto com a prefeitura.

O intuito é estabilizar o local do rompimento e os deslizamentos, para recuperar a tubulação da área. Os poços de ventilação, circulação e emergência (VSE Aquinos) são as áreas contempladas pelo preenchimento.

No âmbito jurídico, as investigações ainda permanecem em aberto: a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo instaurou um inquérito civil para apurar as causas do acontecimento e a extensão dos danos urbanísticos e ambientais na região.

“A promotoria requisitou informações já tomadas pelo consórcio contratado pelo governo do Estado de São Paulo”, diz nota do MP.

A Sabesp também informou que tem mais de uma equipe trabalhando para reverter os danos da tubulação danificada (ITI-7) e encaminhá-la para outra tubulação próxima, esvaziando o local. “Após o esgoto ter sido totalmente escoado, será possível fazer um diagnóstico mais preciso do interceptor avariado e estabelecer prazos”, concluiu.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 03/02/2022