China muda postura sobre minério de ferro após guerra na Ucrânia, diz jornal

China muda postura sobre minério de ferro após guerra na Ucrânia, diz jornal

Por causa do choque que a guerra na Ucrânia causou nos mercados ao redor do globo, a China agora reconsidera a estratégia econômica que vinha adotando para regular os preços do minério de ferro e derivados.

Desde o início do conflito, a cotação do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, chegou a atingir o ápice de valorização de 23,8% no fechamento desta segunda-feira (7), a 870 yuans, ou US$ 139,2, por tonelada.

A China é disparado o maior importador global do minério de ferro. Em 2019, um ano antes de a Covid-19 ser declarada uma pandemia, a China importou 1,07 bilhão de toneladas de minério de ferro. Em comparação, o Japão, em segundo lugar, importou 119,6 milhões – 8,9 vezes menos.

A China é também a líder mundial em produção de aço e responde por mais da metade da produção global.

 

Segundo o jornal Valor Econômico, com a mudança geopolítica, o país decidiu abandonar as restrições à produção siderúrgica no principais polos, como em Tangshan.

Na semana passada, o governo da China havia discutido adotar um decreto que obrigasse a utilização do minério de ferro que já foi contratado e estocado nos portos chineses, a fim de evitar a especulação e a compra de novos lotes.

Contudo, o país decidiu caminhar na direção oposta e garantir o abastecimento de insumos da indústria independentemente de eventual aumento de preços. Segundo analistas, o foco passou a ser a segurança da oferta de matérias-primas em detrimento da redução de estoques.

Em meados de 2021, sem o controle estatal da China, o preço do minério de ferroatingiu a máxima histórica acima dos US$ 220, por tonelada.

A partir de então, com as medidas de restrição à produção siderúrgica que buscavam também diminuir a poluição em Pequim, às vésperas da realização dos Jogos Olímpico de Inverno, a cotação da commodity beirou os US$ 80, em novembro do ano passado.

O sucesso da medida foi efêmero, e a cotação da commodity retomou a trajetória de alta — chegou a superar a cotação acima dos US$ 140.

No Brasil, a mudança de rumo imposta pela China tem potencial de valorizar as empresas exportadoras de minério aqui, como a Vale (VALE3), principal nome do setor com 72% de participação na exploração, ou a CSN Mineração (CMIN3), 10,2%, e a Usiminas (USIM5), 2,23%.

Fonte: Suno
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/03/2022