Brasil estende decisão antidumping a aço inoxidável importado da China
Brasil estende decisão antidumping a aço inoxidável importado da China
Cerca de um mês depois de fixar cotas para importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, o governo brasileiro decidiu estender a aplicação do direito definitivo de antidumping sobre dois tipos de aço inoxidável com origem na China. A medida veio em resposta a um pedido da Aperam South America, maior produtora de aço inoxidável da América Latina.
Conforme a siderúrgica, os chineses elevaram as exportações de aços inoxidáveis dos tipos 200 e 410 — agora também alvos de tarifa antidumping — para evitar sobretaxa similar, imposta desde 2013 pelo país, a outros dois tipos de aço inoxidável, 304 e 430, que têm propriedades diferentes.
Em nota, o diretor comercial da Aperam, Rodrigo Damasceno, afirma que “o desfecho da investigação demonstra a capacidade técnica do governo de analisar casos complexos de burla a medidas de defesa comercial em vigor”.
“Entendemos que a decisão do governo foi sensata e tende a contribuir para uma projeção mais otimista no médio prazo, embora não seja possível falar em uma recuperação imediata sem antes avaliar os reais efeitos dessas medidas”, diz.
Em sua decisão, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aponta que, embora o volume importado de laminados a frio que já eram alvo do antidumping tenha crescido 278,8% no período analisado, as importações dos outros dois tipos de aço inoxidável saltaram 514,4% no mesmo intervalo.
No fim do ano passado, a Aperam anunciou a suspensão da terceira etapa de seu pacote de investimentos no país, previsto para os anos de 2024 e 2025, diante do excesso de oferta de aço inoxidável no mercado doméstico provocada pela forte entrada de produtos chineses. Conforme Damasceno, ainda não é possível dizer que os investimentos serão descongelados.
“Não podemos dizer agora que o plano de investimento será retomado, pois precisamos entender o verdadeiro impacto dessa medida no mercado de aço inoxidável brasileiro e isso leva algum tempo, pelo menos seis meses. Mas, sem dúvidas, é um sinal bastante positivo”, afirma.
Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/06/2024