Aumento de imposto para aço importado entra na mira do governo

Aumento de imposto para aço importado entra na mira do governo

O governo federal tem avaliado nos últimos dias os efeitos que uma possível elevação do imposto de importação sobre 18 tipos de aço teria sobre as cadeias industriais no Brasil. O tema ganhou relevância nas últimas semanas, com o aumento das importações de aço vindas da China, e vem opondo dois setores da indústria nacional.

De um lado, estão os produtores brasileiros de aço, que alegam estar sendo prejudicados pelas importações baratas originárias do país asiático. Do outro, fabricantes de automóveis, máquinas e equipamentos, eletrônicos, entre outros, que afirmam que o aumento do imposto elevaria também o preço final dos bens.

“Não é uma solução simples de ser tomada”, diz uma fonte do governo federal. “O aço é um componente importante na produção de máquinas, equipamentos, automóveis, linha branca.”

Governo e representantes tanto das empresas quanto dos trabalhadores se reuniram na semana passada “para compreender e visualizar o impacto que uma mudança tarifária teria”, de acordo com a fonte.

Do lado do governo, participaram integrantes dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e da Casa Civil. Do setor privado, representantes de Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira das Indústrias de Tubos e Acessórios de Metal (Abitam) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outros.

Em setembro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), responsável pela decisão de aumentar ou não o imposto, já tinha elevado em 10% a taxa que incide sobre 12 produtos siderúrgicos vindos do exterior. O aumento foi uma reversão de corte realizado no ano passado. Como justificativa, o Mdic, ao qual a Camex está ligada, afirmou que a alta foi uma “resposta às preocupações da indústria nacional de aço, dado o aumento substancial das importações a preços muitas vezes objeto de práticas desleais nos últimos anos”.

“Diversos países têm adotado políticas restritivas para barrar tais importações, o que leva na prática ao redirecionamento dessas importações para países como o Brasil”, disse na ocasião.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/12/2023