ArcelorMittal acredita em êxito das cotas de importação de aço

ArcelorMittal acredita em êxito das cotas de importação de aço

A siderurgia nacional sofreu nos últimos anos com o considerável crescimento do aço importado no País. Mas as perspectivas são de que a solução implementada pelo governo federal para conter as importações traga resultados nos próximos meses. E, caso o mecanismo de defesa não tenha a eficácia esperada, o Executivo já se comprometeu com o setor a tomar novas medidas. 

Esta foi a avaliação do presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam, Jefferson de Paula, durante encontro com jornalistas nesta quarta-feira (21) para detalhar novos investimentos da empresa em geração de energia renovável.

Ele recorda que, entre 2022 e 2023, a importação brasileira de aço subiu 50%. No período, o consumo de aço no País foi de 23 milhões de toneladas, sendo 5 milhões importadas.

Observando os números aumentarem a cada mês, as siderúrgicas começaram a se reunir com o governo para pleitear a adoção de uma “barreira” ao aço do exterior. As reuniões duraram quase um ano e, enquanto nada era feito, as empresas chegaram a adiar investimentos, reduzir a produção e demitir colaboradores.

Ele diz que, no fim das contas, o governo federal não impôs a medida que o setor solicitava, porém, criou um mecanismo, o que representa uma evolução.

O que o Executivo federal fez foi criar cotas de importação para 11 produtos siderúrgicos, com imposto de 25% para os pedidos que ultrapassarem o limite estabelecido. Antes, o imposto dos itens variava de 9% a 14,4%. A medida, que terá validade de 12 meses, entrou em vigor há pouco menos de dois meses e a expectativa é que, em breve, as produtoras nacionais sintam os efeitos. 

Vale dizer que, em julho, já com a medida vigorando, as importações de aço no Brasil aumentaram 22,9% frente a igual mês de 2023. No acumulado do ano, o volume cresceu 23,7%. 

“A nossa estimativa é que o aço importado deva cair uns 10% neste ano. Cresceu 50% em 2023, ou seja, não vai recuperar nem o do ano passado. Mas a medida foi acordada em maio e entrou em vigor em junho, teve esse período de inércia. Então, acreditamos que, de setembro para frente, vai funcionar”, disse Jefferson, nesta quarta-feira (21).

“Caso não funcione, temos o compromisso do governo de que vai agir para funcionar. Estamos otimistas e achamos que vai melhorar”, ponderou o presidente da siderúrgica.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/08/2024