Minério de ferro sobe 27% e volta a superar US$ 100

Minério de ferro sobe 27% e volta a superar US$ 100

Depois de semanas oscilando na faixa dos US$ 80 ou pouco mais de US$ 90 a tonelada, os preços do minério de ferro voltaram ao nível de US$ 100 no mercado à vista na reta final de novembro. A valorização no mês chegou a 27,2%, reduzindo a 15% as perdas em 2022 - no fim de outubro, a baixa acumulada no ano era superior a 33%.

Recuperação da produção de aço na China, medidas de estímulo ao setor imobiliário local e expectativa crescente de que a política de covid zero chinesa será afrouxada deram impulso à commodity. E já há quem fale em preços acima de US$ 100 por tonelada no primeiro semestre de 2023, sustentados por potencial aquecimento da economia chinesa.

 

Do lado da oferta, a maior mineradora do mundo, a Rio Tinto, informou na quarta-feira (29) que pretende manter em 2023 volumes estáveis em relação ao intervalo projetado para este ano, de 320 milhões de toneladas a 335 milhões de toneladas. Em 2022, os embarques devem ficar no piso da faixa.

No último dia de novembro, a commodity experimentou leve correção, insuficiente para romper os US$ 100 por tonelada. Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro recuou 0,1% no norte do país asiático, para US$ 101,15 por tonelada.

Os contratos futuros também experimentaram leve queda, mas após terem atingido o pico em 23 semanas. Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, para janeiro, caíram 0,3%, a 769,50 yuan por tonelada.

Em relatório da semana passada, os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, do Santander, apontaram a preferência por ações de mineração em detrimento das de siderurgia na América Latina e uma das razões é a expectativa de preços acima de US$ 100 por tonelada da commodity no primeiro semestre de 2023.

Para os analistas, apesar de as incertezas quanto à rígida política de controle da covid na China e à fraqueza da incorporação imobiliária no país estarem pressionando os preços da commodity, haverá impulsionadores nos próximos meses, com a retomada da economia chinesa após o Ano Novo Lunar.

“Mais do que isso, acreditamos que desafios do lado da oferta seguirão como principal fator para um mercado mais apertado de minério e de cobre”, escreveram. “Para o minério, esperamos uma combinação de produção sazonalmente menor no primeiro semestre com melhora gradual da atividade econômica na China”.

Também por conta de expectativas positivas para a China o petróleo subiu na reta final de novembro, mas não reverteu as perdas acumuladas. O barril do tipo Brent fechou o mês a US$ 86,97, queda de 8,97% no período. O WTI fechou a US$ 80,55, perda de 6,92% no mês.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/12/2022